22 outubro 2012

VOLUNTARIADO

Um meu amigo infelizmente já desaparecido, filólogo e poeta, dizia que, tal como as roupas ou as cabeleiras, as  palavras  também têm  modas. Surgem um dia de um a-propósito tão adaptado a uma qualquer  situação ou ocorrência que, de adaptadas, passam a adaptáveis, moldáveis mesmo
  e aí estamos nós a lembrar-nos de mais esta e aquela aplicação perfeita.
E  assim nasce a moda .
Estou  agora a falar da palavra  voluntário,a  e do consequente voluntariado. Embora estejamos a viver uma época em que por mil e uma razões se justifica,ou antes, se torna necessário o voluntariado em quase todos os ramos da actividade humana, a entrada em "moda" da palavra não é de agora. Quero recordar aqui aqueles que, sendo eu menina, tanto admirava por se oferecerem como voluntários para a Guerra Civil de Espanha ,e me pareciam heróis,e bem mais tarde, alguns estrangeiros que conheci,na sua passagem mais ou menos longa por Lisboa e haviam sido voluntários algures, na 2ª Guerra Mundial , e ainda mais adiante alguns que foram voluntários na nossa Guerra de África... O que aconteceu foi que a esfera de acção que a palavra  voluntário vai podendo cobrir tem  perdido o cariz bélico que eu lhe reconhecia e tem alargado, alargado sempre e tanto ,que hoje é  uma imensa planura de caridade a crescer todos os dias mais um bocadinho...
Assim, velhinha, sosinha, trõpega e pouco móbil, foi-me proporcionado pela paróquia a que pertenço, um  lote  de Senhoras  encantadoras e amáveis a todos os títulos que. em voluntariado, me rodeiam de atenções e até carinho que eu acho nem merecer.  E  elas fazem-no em nome da paróquia. portanto sem quaisquer interesses de agradecimento ou louvor... Mas dão um pouco de alegria aos dias tristes, um poco de esperança quando muitas vezes nem já sabemos o que isso é.ajudam-nos a recobrar entusiasmos por vezes já perdidos e ainda nos ajudam em coisas práticas como sair para ir a uma consulta ou até para tratar de algo pessoal e inadiável...E, sobre tudo, vêm , o que se torna de uma imp ortãncia extraodinária quando vivemos sós. VIR álguém é sempre uma  festa !
Quem ler este post já pensou por várias vezes que estou a falar de um voluntariado que não é bem aquele das grandes notícias e das grandes "obras" de que tanto se fala... O dos Hospitais, por exemplo, com a minha espantosa amiga IRMà CONCEIÇÃO, claro, E o daquelas pessoas que largam tudo e partem para África, como fez a minha "sobrinha" Vera...  Pois. É um mundo imenso de boas vontades, diria eu, de AMOR !
Mas de palavra em moda, passou-se a ACÇÃO  de amor. Se não parecesse uma heresia, eu diria que foi um novo verbo que se fez carne, matéria. E foi de tudo isso que o Pároco da minha Freguesia, da minha Paróquia, que dirige amorosamente  a Pastoral da Saúde  em  Portugal, quis fazer neste fim de semana  uma  profunda meditação que fosse ao mesmo tempo  uma "revisão" e um exemplo  sugestivos bastante para uma grande e escolhida .assembleia de convidados interessados e interessáveis...
Foi nisso que ,por convite dele, estive profundamente mergulhada, tentando dar algum contributo. Com gosto, com  entusiasmo e,indubitavelmente GRATIDÃO 

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