31 maio 2009

Pentecostes

«Partos, Medos, Elamitas, habitantes da Mesopotâmia,da Judeia e da Capadócia,do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e dos lados da Líbia vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, Cretenses e Árabes», em resumo: todo o mundo conhecido,feito de povos diferentes em usos, estatutos e línguas, subitamente ouve que falam para todos, mas para cada um, porque cada um ouve o que é dito mas na sua própria língua... Isto aconteceu no dia 50º depois da Ressurreição de Jesus e 10º depois da sua ascenção à vista dos discípulos. Lembramo-nos bem de que Jesus havia dito«« não vos deixarei orfãos »» .E também nos lembramos bem de que, no princípio de tudo, quando ainda ««as trevas cobriam o abismo, o ESPÍRITO de Deus movia-se sobre a superfície das águas »» e foi a partir desta inefável presença que Deus iniciou a sua atenta e carinhosa obra de criação. Este Espírito de Deus liga-nos pois a ELE através de tudo o que ELE foi vendo «que era bom» para nós, inclusive através daquele presente sem medida e sem humana qualificação possível que foi o seu Filho Jesus... Quis Deus um Mundo de homens em paz e cabia ao seu ESPÍRITO harmonizá-los, torná-los capazes de se entenderem ,ainda na memória de um Jesus cuja missão aquele Mundo não conseguiu compreender... Se era de sinais visíveis que precisavam, então aí estavam esses pequenos fogos purificantes primeiro, estimulantes depois... Mas, com sinais ou sem eles, aqui estamos nós,dois mil anos depois, Partos ou Capadócios, Egípcios ou Romanos, sem termos aprendido aquela língua que o ESPÍRITO de Deus vem ensinar-nos no dia de hoje e nós sabemos que se chamaria AMOR...

28 maio 2009

Um grande dia de maio

Lembrei-me de ir procurar informação na net, sobre o aparecimento do dia dos vizinhos e fiquei então sabendo que o seu nascimento se deu em Paris em 2004 tendo depois a ONU aproveitado a ideia e marcado a última terça feira de cada mês de maio para essa celebração.
Obtida esta informação,já me senti apetrechada para, ontem, dia 27, invocar de maneira fundanentada, a minha teoria da vicinidade na reunião de condóminos que iriamos ter pela primeira vez com administração nova ( um gabinete de gestão de condomínios conduzido por duas advogadas jovens das quais tivemos referências de bom profissionalismo). Fez-se a dita reunião que decorreu com as características habituais, não se mostrando as novas gestoras minimamente perturbadas com as velhas tricas subjacentes a certas intervenções, póprias de quem já condominiza há muitos anos..
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Aconteceu,apenas a mim e em conversa lateral, ter que lembrar ao único condómino jovem presente, que, ao contráriodo que eles pensam,todos precisamos uns dos outros, sejamos novos ou velhos, cada um dentro das suas capacidades...Um pormenor, mas de peso, dentro daquele contexto
Porém, este dia 27 de Maio foi um tal cúmulo de datas a celebrar,umas, e outras anterioríssimamente marcadas e desmarcadas por contingências várias, que foi,desde manhã até à noite um cumprir ou faltar a compromissos por impossibilidade de conexão, e por sobreposição até. Foi o aniversário da minha amiga-sobrinha Rita, foi a memória religiosa dos que teriam sido os 109 anos de meu Pai, foi um almoço na cidade preparado para e por velhos amigos do mesmo antigo Trabalho, foi a reunião em minha casa com as Senhoras visitadoras da Paróquia,por fim foi a reunião dos condóminos.Vi-me forçada a prescindir da minha sessão de fisioterapia e,depois, às seis da tarde, a não estar presente na apresentação do livro do meu amigo Padre Lázaro, na Embaixada de Moçambique.
Este foi o livro em que se transformou a sua tese de doutoramento em Teologia e cujo título nos indica a originalidade do tema e nos estimula a curiosidade, por isso que os sete arguentes da sua prova foram unânimes em classificá-lo com 18 valores cum laude... DOENÇA E CURA EM ÁFRICA introduz-nos em toda uma desconhecida filosofia de pensar a doença quando olhada com olhos africanos e participada pelos prcedimentos cristãos.
O nosso novo Doutor vai regressar para junto do seu povo chuabo com todos os conhecimentos e experiências que adquiriu em 6 trabalhosos anos de convívio europeu ocidental. Com muita saudade vamos, vou, ficar orfã da sua amizade e dos seu apoio.
Na oração da noite deste enorme dia, agradeci a DEUS os amigos, lembrei os vizinhos e encomendei~lhe particularmente o futuro do meu amigo Lázaro.
E adormeci em paz ! .

26 maio 2009

Saberá a ONU ?

Muito cansada! O que eu tenho feito, o que eu tenho escrito, o que eu tenho feito escrever ! Mas hoje, a telefonia da manhãsinha e, depois, a televisão do almoço apregoaram aos quatro ventos que é o dia europeu dos vizinhos ! ! !
E eu, toda convencida que tinha sido muito original na minha teoria sobre a vicinidade exposta aqui mesmo neste blog em 8 de julho de 2008 !...
Juro que nunca ouvi falar noDIA DO VIZINHO . E não é que os noticiários me dizem que há 3 anos que a ONU se lembrou disto ? e que o dia será muito cheio de festas nas Juntas de Freguesia e mais aqui e ali... Bem, a minha alma rejubila e pasma. E também, como tinha exposto resumidamente a minha teoria numa reunião de condóminos que aconteceu no começo deste ano de 09,
resolvi pôr-me à espera que algum dos meus vizinhos hoje viesse mostrar-me
um pouco da sua aderência às ideias minhas e da ONU...
Está para ser noite e não aconteceu... Será só no meu prédio? Será que a ONU sabe disto ?
Ingenuidade minha. Como se intitulava uma série de documentários que era passada nos cinemas, na época da Guerra, ainsi va le monde...

17 maio 2009

O monumento a Cristo Rei

Por mais que puxasse pela memória, não consegui fixar-me nem em qual teria sido a primeira, nem em quantas vezes visitei, estive ou passei pela cidade de Setúbal. Lembro bem a última, em que fui convidada pela Escola Superior de Educação ( creio ser este o seu nome oficial) para falar sobre Bocage em companhia com duas amigas que iam lendo poemas dele, ao a propósito do que eu ia dizendo. É um campus universitário magnífico, inserido na paisagem e pensado para uma população de jovens modernos, à boa maneira de Siza Vieira. Sei que foi uma visita alegre em que inclusivamente a Tuna acabou improvisando uma musiquinha muito bonita para um pequeno poema do poeta celebrado que eu lhe lançara à maneira de mote ...e desafio.
Recordação bem mais antiga, um fim de semana de dois dias passado na Estalagem de São Filipe (será que ainda existe e com este nome?), instalada no Castelo ou Forte com esse nome. Uma situação magnífica, com o rio Sado já a fazer-se estuário ali aos nossos pés...
Mais atrás ainda, muito mais atrás, um passeio por uma avenida arborizada, onde, a certa altura, me mostraram o monumento a outra jóia da cidade, Luiza Todi. E, logo a seguir um almoço em que comi pela primeira vez um peixe delicioso que em casa se não comia porque o meu Pai o detestava:o salmonete.
Era ali uma especialidade, já não me lembro se da terra, se do restaurante.Mas a verdade é que me ficou para toda a vida a associação desse peixe a essa cidade. E também sei que me fizeram crer que as pessoas de Setúbal falam carregando na pronúncia dos R .
Não se pode dizer que seja tudo isto uma grande informação e pode sim dizer-se que é quase imperdoável... Mesmo ali à beira da Arrábida que percorri e frequentei nas suas múltiplas facetas (onde, tanto, a memória do Sebastião Gama,esse amigo !), mais modernamente, num simples cruzamento de estradas ao vir do sul para Lisboa...Bem, é já ali Setóbal !
Mas ,subitamente, comecei a ter essa cidade aos meus ouvidos várias vezes por dia : a violência, as juventudes delinquentes mas incompreendidas, a polícia enxovalhada, a Conunicação Social aos gritos e apitos, nós todos numa inquietação, eu, com um nó na garganta, a lembrar aqueles alunos da Tuna e da Escola,tão felizes, tão alegres, e também os polícias que conheci no meu trabalho, gente sã, meritória...Que é isto ?
Que é isto no meu país ?
E acontece outra vez Setúbal . O Concelho, a Diocese, e o seu povo... E de novo a Comunicação Social uma, duas , n vezes a insistir, a insistir...mas como se explica que o tom já não seja instigador da histeria irritada e irritante e se tenha mudado o registo das referências ao povo, a este mesmíssimo povo de Setúbal , do espaço alargado para fora da cidade, onde provavelmente as juventudes se podem equiparar ? É explicável ?
Agora trata-se de algo que se percebe bem todos respeitam, e não ousam cometer qualquer deslize, talvez nem bem saibam porquê...
São os espectaculares festejos de comemoração do 50º aniversário da existência do monumento a Cristo-Rei, implantado justamente na Diocese de Setúbal...
Há que considerar que o histórico e o político têm aqui um grande peso, mas o que provoca esta mudança de atitudes ?
Acaso não se trata da mesma Comunicação Social, dos mesmos "fazedores" de opinião ?


O convite à meditação perante o imenso espaço aberto à frente daquele monumento é sem dúvida feito pela beleza esmagadora da paisagem, toda material, mas do que ali SENTIMOS sobre nós e o mundo, sobre nós e a vida,
disso e de um certo inexplicável AMOR, de que o Mundo está carente, não encontramos forma de o materializar... Vejo agora nitidamente que o espiritual é mesmo o grande motor deste Mundo dos Homens, quer eles o entendam quer não ...

10 maio 2009

As varas

Esta foi a semana em que o tempo, de quente, passou a frio e de brilhante passou a baço...Tenho uma pequena fatia de jardim, coberta de hera, com uma cameleira num dos topos.Quem sabe destes arremedos de jadins que há na cidade sabe que, numa certa época, pululam os jarros alvíssimos de largas folhas verdes que requebram como bailarinas orientais. Mas vem a época em que eles abdicam, secam e só no subsolo quente fica um bolbo que ninguém vê e até esquece, pelo menos pelo espaço de um ano... Os velhos jarros amarelaram,
descaíram e arrastam-se pela terra consentindo que tudo o que for exuberante lhes caia por cima e os abafe. Veio hoje o jardineiro e foi puxando, separando, arrancando...Era um montão de lixo, aquilo que fora tão airoso !
Metáfora ? São João diz no Evangelho de hoje que Jesus terá usado a metáfora da vara seca que é jogada fora e queimada, seca porque não dá fruto, e o fruto é uma nova metáfora...Como eram misteriosas as palavras de Jesus !
É que, mesmo sem eu fazer nada, os meus jarros voltam a rebentar cheios de força, na próxima Primavera...Só mesmo isto é possível porque aos seus escondidos bolbos,até aí !, chegará a Infinita Misericórdia.
Como é que eu não penso nisto quando estou como os velhos jarros do meu minúsculo jardim ?

03 maio 2009

MÃES

Matriz, modelo, MAÇÃ, malefício, medo, mortificação, marca, melancolia, macio, mimo, mácula, memórias.
Alvorada, Amor, ansiedade, aflição, azedume, apelo, apego, auxílio, apoio, acompanhamento, abraço, artes, admiração, ausência.
Eternidade, Eden, envolvimento, exclusão, entendimento, exigência, educação, evolução, elegância, esteio, espanto.

Com as três letras de MÃE podemos contar a História de todas as MÃES do mundo, desde que Eva provou a maçã. Esta é a história das mães que eu tive.

01 maio 2009

Trabalhadores

Principia o mês de Maio, dito antigamente o mês das flores. E também se dizia que, se chovesse, a sua chuva fazia as pessoas bonitas... Com o passar do tempo tudo endureceu nas nossas vidas e, se pensamos em Maio, a primeira conotação é a do TRABALHO por causa de o seu primeiro dia ser dedicado aos TRABALHADORES. E nós sabemos a carga de lutas, de sofrimentos, de decepções e de poucas alegrias que esta data traz consigo.Mas também é importante que se pense quanta dignidade, quanto orgulho, quanta felicidade o trabalho pode dar ao ser humano... O Fernando Pessoa é que se lembrou de elogiar o não se ter nada para fazer ou o não se fazer nada mesmo que haja que fazer, e socorre-se de exemplos que só nos fazem sorrir««o melhor do mundo são as crianças»» E, não sei por que associação de ideias, este amor do Pessoa ao primitivo, fez com que me ocorresse que também no dia 1 de Maio foi escrita por PERO VAZ DE CAMINHA a CARTA a dar conta ao Rei D. Manuel do ACHAMENTO DO BRASIL .Não teriam sido também uns esforçadíssimos trabalhadores, estes navegadores cujo esquecimento vamos gradualmente consentindo ?...