28 janeiro 2013

Uma oração especial. Domingo 3º

Quando a contagem estatística deste meu blog me atira com um número de 24 mil e tantos leitores ao longo da minha presença aqui, confesso que fico um bocado perturbada. Estarei  a falar para tanta gente da qual só  uma  ínfima parte tenha qualquer coisa para me dizer a mim ? Eu sei que isto não é  feito para conversar, mas pode permitir alguma troca de ideias... Enfim, não  é para um "mundão de gente"   (como dizem os brasileiros) vir aqui escrever aquela palavra GOSTO que hoje deve ser uma das mais conhecidas da língua portuguesa por causa das simplificações que oferece a quem está pouco á vontade dentro da  própria língua materna e o famigerado face-book lançou no mundo à maneira de mestre -cerimónias.Não ! O  BLOG é um calmo prosar ou poetar de gente adulta que,sem pressas nem atropelos, gosta de "assentar" as suas ideias, convicções, estados de espírito, opiniões, dúvidas, enfim, certezas e incertezas das quais às vezes não quer o interiorizar,o falar para si mesmo, calando e cismando até ao erro sedutor... Quantas vezes o escrever não ajuda a sistematizar, a "arrumar" as ideias no seu devido lugar ? ! Se de facto tantos me lêem e isso os puder ajudar também, desta maneira, tanto melhor !
Eu sei, porque já mo fizeram saber à maneira de censura, que  é exagerada a exposição que faço da  minha convicção e fé religiosas.Precisamente  as faço  pelas razões que acabei de expôr . Se nem para todos a Fé é o esteio espiritual que é para mim,  virão por adesão ao meu mapa do caminho, ou será simplesmente por curiosidade?
E assim vivemos mais um domingo, todos juntos, estou certa, naquela angústia dos noticiários todos"á la une " a pormenorizarem a tragédia do desastre de autocarro em que houve mortos e feridos para todos os hospitais e  famílias destroçadas sem remédio... Iam todos visitar um presépio vivo que existe todos os Natais algures na Beira...SENHOR  DEUS ensina-nos a entender! ! !...

                      

21 janeiro 2013

MEA CULPA


Terei que penitenciar-me perante tanta gente em tanto sofrimento que a tempestade de sábado veio a provocar. Muito quentinha e toda protegida no conforto da minha casa,não me apercebi de que era o país inteiro que estava a ser torturado e de que ,enquanto eu dormia no conchego da minha cama, havia por todo o lado quem estivesse sob o alvoroço do telhado que caía, da árvore que esmagara o carro, do fio eléctrico e o respectivo poste que colapsara... Pela manhã  muito cedo é que soube das colheitas perdidas dos ainda poucos morangos e vegetais que já íamos exportando...  Enfim. Limitei-me a uma Lisboa e ao meu bairro, pouco amiga de perspectivar desgraças, mas também bastante exagerada na ironia...
Tinha que deixar aqui registada esta espécie de vergonha miudinha que agora me ataca,quando vejo na TV os relatos fotográficos...

20 janeiro 2013

Domingo Comum

...e hoje é dia seguinte, domingo,por sinal. As borrascas saíram de Lisboa e circulam aqui e ali, mais pela orla costeira´`a boa maneira burguesa... Pois se é domingo não haviam de  sair ? 
Estes costumes " weekendistas" obrigatórios  não nasceram  comigo, nem no meu tempo. Por isso haverá sempre quem estranhe uma certa ironia e até acrimónia minha, quando falo disto. Fui criada, fiz-me gente, ainda namorei e só por alturas de casar começámos lá em casa, primeiro  na dos pais e depois na minha, a interiorizar e a dar incipientes formas a isto que "apareceu" nas nossas vidas chamado fim.de.semana.  Foi, foi ! Uma das novidades . consequência da Guerra, tal como as meias de vidro. a roupa interior de nylon. o detergente em pó para lavar loiça, etc., tudo comodidades e muita apreensão de costumes de outros povos... E depois introduziu.se nisto dos fins de semana muita novidade e   reconhecimento político, o que,como sabemos, em certas matérias resultou salutar e se instalou onde não era conhecido, mas noutras se aliou a coisas complexas que têm tido dificuldades em vários terrenos.
Mas o povo cristão, cumpridor do seu  Dia do Senhor, esse que nunca deveria prescindir das suas únicas horas livres semanais para se dedicar amplamente e por todos os meios possíveis a glorificar o seu Deus sem se entregar a qualquer tipo de trabalho remunerável ,como entra ele nesta forma de entender o dia de pausa ?E é apenas  UM dia, não dois ou três  como o tal fim-de-semana.
Hoje o nosso Evangelho leva-nos até ás Bodas de Caná. Era uma festa. E tudo o que se ali passou nos leva a nós a imaginar o efeito que teria tido hoje em dia tal sucesso,nessas .espantosas bodas que por  aí se fazem. Foi porém a serenidade,a não ostentação,que fizeram daquele vinho novo um espanto, uma espécie de aliança para sempre. E depois aquele imposssível de esquecer FAÇAM TUDO COMO ELE VOS DISSER...

19 janeiro 2013

invernia

Estamos tão habituados á paz meteorológica em que esta nossa Lisboa nos permite viver que, mal os elementos da natureza se revolvam um pouquinho mais, começamos imediatamente a lamentar-nos e a exagerar os relatos dos danos, se os houver, e dos  medos,que os há sempre. Hoje  houve  vento. Muito. Ao longo da noite e da madrugada tivemos um ruído de fundo insistente, como um rolar de grossas arcas pesadas, uma fortíssima pressão nas janelas que felizmente tinhamos sido prevenidos para acautelar, e um estralejar das bátegas de chuva grossa que acompanhou quase sempre o vento. Foi um clássico temporal com todos os EFES e ERRES,só que não houve trovoada. E com o abrir da manhã serenou ligeiramente... Claro está que quem era mesmo obrigado a saír passava mal, quem tinha que conduzir carros tinha maus bocados a passar, entre filas nascidas a cada momento,ora por coisas soltas caídas no pavimento, ora por qualquer azar na condução do vizinho atrás à frente ou ao lado...um quase caos. E assim os noticiários puderam alargar-se à vontade contando,como é óbvio, as acções da Protecção Civil e as dos bombeiros e todos os detalhes que a sua abrangência lhes possibilita.
Dizia o EÇA, creio que na Correspondência de Fradique Mendes, era Lisboa e chovia...  Pois.
Se houver por aí quem seja da minha geração, lembram-se do CICLONE ?
194?... Foi, diriam os brasileiros, um fim de mundo em Lisboa ! Basta dizer que uma fábrica de cerâmica que existia onde é hoje a Caixa Geral de Depósitos, tinha parte dos seus telhados em placas onduladas e sobrepostas de um material chamado lusalite( será?). Pois esse telhados voavavam pela avenida abaixo como se fossem folhas de plantas, com umm barulho ensurdecedor a acompanhar... E  houve uma senhora a quem voou  a  dentadura, ao abrir a boca para chamar socorro... A sério ! Bom, foi muito mau. E foi a minha vacina para ventos assim, como estes de hoje. Vento que,a espaços, punha as orelhas do meu gato todas em riste ao mesmo tempo que corria bem para longe de qualquer janela...


ído

13 janeiro 2013

Recordando o Rio Jordão

Há   coisas de que nunca falei nestes posts, porque isto não é propriamente um diário onde registe tudo da minha vda quotidiana, mas apenas o registo sim daquilo que me merece alguma meditação que poderei partilhar com quem, acaso, "passe" por aqui e leia... Mas hoje achei muita graça a, e estando a preparar-me para assistir à missa comemorativa do baptismo de JESUS, recebi um convite para um casamento. E  como? e de quem ? e porquê ?
Pois bem, contemos: Trabalha na minha casa, fazendo tudo o que eu ou nunca fiz ou gradualmente fui deixando de poder fazer. a minha amiga(começo a crer mesmo que o é) Valentina. Há nada menos do que 14 anos! Como se diz no acto dos casamentos, ela vem-me acompanhando na alegria e na tristeza, nas aflições e no bem estar, na saúde e na doença... E por isso, tendo eu passado pela primeira vez num período assás depressivo aqui há cerca de três anos e tendo uma médica me sugerido que seria bom para mim ter em casa um animal de companhia, a Valentina diligenciou no sentido de me "apresentar" aqui em casa um dito animalsinho de companhia, um gatinho, pouco maior que recém-nascido, que ainda queria mamar nos nossos casacos e no que apanhava a jeito... E onde foi ela descobrir aquela "maravilha"? POIS foi uma sua jovem amiga que, presenteada pela sua gata com uma ninhada de gatinhos lindos, se prontificara a dar-lhe uma destas belezas, para vir fazer-me companhia. E aqui entrou o RON-ROM  na minha vida que, diga-se de passagem. nunca mais foi a mesma, antes ou depois do Ron-rom...
Aqui começa então o dia de hoje e o convite para um casamento, trazido em mão pela Valentina junto ao tabuleiro do pequeno almoço: a amável  "dadora" do meu RON-ROM (agora um senhor gatão gordo e cheio de vícios de mimo) vai casar-se e faz questão de que eu esteja lá, na festa... Quem diria que podem nascer e manter-se laços tão carinhosos e cheios de simplicidade, em redor de um acto comum e de um gatinho também tão comum ? Há coisas muito bonitas na vida que DEUS nos dá todos os dias para ser vivida!!!  Foi assim enternecida que fui assistir a esta missa de hoje e me recordei docemente daquele RIO JORDÃO que conheci sob um calor ardente a imaginar, lá, como hoje em casa, a espantosa figura esguia e imponente no seu despojamento daquele homem de trinta anos que se vinha juntar por sua vontade a todos nós, os outros que não entrámos no JORDÃO mas ouvimos sempre aquelas palavras deste elo indestructível este é o meu filho muito amado... ...  ....

06 janeiro 2013

Vamos cantar as Janeiras...

As janeiras ! Tradição de que gostamos e a que nos habituámos,pela sua alegria ingénua, pela sua franqueza brincalhona e "interesseira", pela sua  frescura...
Era eu miúda e na cidade onde nasci ou na vila onde fui baptizada iam os grupos de porta em porta,escolhendo naturalmente as portas onde sabiam que lhes dariam mais e melhores gulodices e até uma "pinguita" boa... Era uma alegria simples após a cantoria com versos muito terra- a- terra onde afinal os REIS MAGOS, patronos do dia e da festa não eram os mais falados.
Mas,com o andar do tempo, descobriu-se viajar com as janeiras até portas mais distantes em todo o sentido... O SENHOR PRESIDENTE e mais oSENHOR MINISTRO  no coração do país passaram a ser visitados e até desafiados a cantar também... Acho que também há distribuição de gulodices, mas serão estas as que mesmo se desejavam ? e depois lembro-me de uma frase de uma velhíssima canção brasileira que dizia"mas há sinceridade nisso"'?
Hoje a televisão transmitiu a missa de Fátima, da igreja dos missionários da CONSOLATA e estava-nos reservada a surpresa de o acompanhamento musical da missa ser feito por um grupo de que já falei aqui num outro post : Luis Represas eJoão Gil e outros acompanhantes lançaram agora MISSA  BREVIS. Todas as letras são em latim e extraídas da liturgia e a música é duma suavidade encantadora. Foi realmente uma pacificante missa de janeiras que nos vai ser difícil de esquecer. A beleza que os Reis Magos simbolizaram do mundo a render homenagem aJESUS ñão podia ser melhor traduzida nestes dias quase sem beleza que estamos a viver...
Assim cantámos AS JANEIRAS deste 2013 do qual tão pouco esperamos.

01 janeiro 2013

PASSAGEM DO ANO 2012 - 2013


DEIXARAM DE SE OUVIR AS DOZE BADALADAS.
ELECTRÓNICA  A CIDADE FINGE UMA ESFUSIANTE ANIMAÇÃO
DE QUEM AINDA ESPERA AS ALVORADAS
DE MANHÃS ATÉ AGORA  AGUARDADAS EM VÃO...


VAI.SE PRÁS  RUAS AGORA ENFEITADAS
MAIS QUE NOS ARRAIAIS DE SÃO JOÃO
ESQUECEM-SE AS DECEPÇÕES DIA A DIA RENOVADAS
E ABREM-SE PORTAS A UMA NOVA ILUSÃO...


A VERTIGEM DA ESPERAMÇA RECOMEÇA
MAIS INTENSA, MAIS DOCE E TENTADORA
A PROMETER DE NOVO O QUE SE SOMHA E QUER...


E EU QUE RECONHEÇO ESSAS PROMESSAS,
OLHO ESTA ENVOLVÊNCIA ENGANADORA
E DOI-ME MATS A SAUDADE DO SINO AO LONGE A TANGER...





  Variações sobre um soneto do meu livro antigo oferta