25 setembro 2010

vaidade das vaidades

É assim como uma tradição, a calma leitura de jornais de sábado, daqueles que se multiplicam em anexos e títulos chamativos e nos podem proporcionar leitura da mais variada para o dia todo se assim o quisermos. Nesta fase excitada e excitante da vida política do país é então uma verdadeira orgia de opiniões e contra- opiniões, de deduções, de comentários, de ironias, de insultos, de alinhamentos, de quem?eu não!, de eu sempre disse, e tanto, tanto que hoje,subitamente, me vieram á memória aquelas palavras do ECLESIASTES : vaidade das vaidades,tudo é vaidade ! - Aconselhava aí o Pregador que seria de pensar "antes que o pó volte para a terra donde saiu, e o espírito para Deus que o deu"mas sem os atropelos de uma precipitação ansiosa por causa de emulações inúteis. Tudo tem a sua HORA, debaixo dos céus:
Há tempo para nascer e tempo para morrer , tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou, tempo para matar e tempo para dar a Vida, tempo para chorar e tempo para rir, tempo para espalhar pedras e tempo para as ajuntar, tempo para dar abraços e tempo para se afastar deles, tempo para adquirir e tempo para vender, tempo para guardar e tempo para deitar fora, tempo para AMAR, e tempo para odiar, tempo para a guerra e tempo para a PAZ, tempo para FALAR ,e tempo para CALAR...
E neste salto do "diz que disse" dos jornais para o inesperado aconselhamento da extraordinária visão bíblica, pacifiquei o crescendo de sobressaltos em que a minha leitura de sábado me estava a induzir... ( tempo para calar...)

21 setembro 2010

21 setembro


Assim se abre para mim o caminho do OUTONO, a minha estação.
(fotografia feita por mim na Quinta das Torres )

11 setembro 2010

11 de Setembro

Faz hoje nove anos e, pela hora de almoçar, via um noticiário na televisão. Uma apresentadora que, se não me engano, se chamava Andreia, introduz-nos umas imagens e uma notícia de um terrível acidente...Um avião a entrar pordentro de um arranha-céus ! ! ! ? ? ? E nós : isto só na América !... E a apresentadora : parece não ser acidente, aliás... e vemos uma segunda imagem, uma "perfuração" de outro arranha-céus quase encostado ao primeiro... Sucederam-se imagens e notícias, explicações, repetições, mais notícias... sobressaltos... E nós sem fala! Não conhecíamos palavras para AQUILO ! Começaram os telefonemas : tu viste ? que é aquilo? Mas pode ser?...Valha-nos Deus !... E foi então que eu comecei a pensar e a dizer não pode ser, não é verdade, não é verdade, não pode ser verdade...
Claro que a brutal verdade se foi desdobrando aos nossos olhos e ouvidos durante todo o resto do dia, pela noite e pelos dias e noites que se mostraram necessárias para que o Mundo entranhasse esta verdade.
Nove anos passados, admiro-me de já não insistir com toda a veemência de então na recusa de todas as violências que se têem produzido, de tantas e tão grandes maldades que o Homem tem vindo a fazer a si mesmo e ao seu Mundo. Admiro-me.
Mas concluo que"entranhei" realmente o que ao longo destes nove anos me foi tão brutalmente revelado.Teria sido possível resistir ?

07 setembro 2010

Os ázimos dos nossos conceitos

Na leitura ocasional da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios leio hoje algo que me faria pensar em coincidências, se não acreditasse em algo mais. ..
Não vos associeis com os devassos deste mundo, avarentos, roubadores,idólatras ou maldizentes, nem comais com o que se diz irmão...
Limpai-vos,pois, do fermento velho da maldade e da malícia e façamos a festa com os ázimos da sinceridade e da verdade...
Preocupa-se São Paulo com os julgamentos avulsos e com os de Deus. Quão difícil tudo isto, hoje como então !

04 setembro 2010

Justiça

No dia de ontem falou-se muito de JUSTIÇA. Foi aliás o tema dominante dos grandes e pequenos noticiários da Comunicação Social, mas também o de muitas conversas de café, de escritórios e até de donas de casa... Houve um sensacional julgamento de muitos arguidos em crimes repugnantes de ordem moral, social, cívica e até religiosa, ao fim de longos seis anos de arrastamento do caso por instâncias variadas. Foi lamentável, terrivelmente humilhante assistir no fim do dia ao esbracejar daquelas pessoas que, condenadas, se acharam injustiçadas e vieram dizê-lo a nós, entre soluços contidos, esgares de sofrimento, e palavras a espumarem ódios e raivas e ameaças, sugerindo ou dizendo abertamente que as condenações eram consequentes dos preconceitos de todos nós...
Espectadora de tudo isto, como a grande maioria dos portugueses ouvintes , ficou-me um gosto amargo na boca, tão amargo que só tinha vontade de falar com o milhão, os milhões de pessoas boas e bonitas que não conheço"de falar" mas que sei que existem ( não descarto a hipótese que estes gritam de serem realmente injustiçados) e lembrei-me de ir aos meus poetas... E li, do japonês ISSA KKOBAYASHI :
1 - NESTE MUNDO,
POR CIMA DO INFERNO
CONTEMPLO AS FLORES...


2 - CEREJEIRAS EM FLOR ,
E NO ENTANTO
SOFRIMENTO E CORRUPÇÂO...