31 agosto 2012
Setembro e as vinhas e o vinho
Ainda não é SETEMBRO.
Pelo contrário :
é hoje o último de AGOSTO.
Ridículo seria eu dizer que me lembro
daquele especial cheirinho a mosto,
só pra rimar, como pelo Santo António...
Só faltaria ir
pôr essa quadra num qualquer craveiro...
São coisas da memória !
E do gosto, também !
Gostar,não gosto nada desse tal mês de Agosto.
Não é coisa de mania,
ou de simples má vontade...
Gosto sim do contraste
da frescura da adega meio obscura
com aquele abafamento ensoleirado
que nos calca os sentidos se,
rompemos pelo meio das cepas perfumadas...
Áspero e aveludado,roça-nos a pele
um rasto
que não é como no mar o convite à aventura...
È SETEMBRO
e do que me lembro
é desse limiar de portas que se fecham...
Nasce puro e secreto ali, o vinho.
Como o melhor de nós,
,de mim...que o sei
e de tanta outra gente em quem o adivinho...
26 agosto 2012
Para quem iremos ?
Não há dúvida de que estamos a atravessar não só a dureza de uma ardente meteorologia que parece disposta a dissecar os campos e a mumificar as carnes dos humanos que por sérias razões não podem fugir para uma qualquer beira de água,como paralelamente a liturgia nos vem fazendo atravessar a dureza das palavras de Jesus das que mais vêm bulindo com a nossa capacidade de aceitação em humildade.
Hoje SÃO PAULO escreve aos Efésios aquela recomendação da relação de submissão e de amor possessivo entre marido e mulher, o Evangelho retoma o discurso da verdadeira comida, e conta que.a partir de então «muitos dos discípulos se afastaram e já não andavam com ele» Felizmente que os Amorreus compreenderam Josué e também felizmente que, segundo SÃO JOÃO, Simão Pedro disse aquela frase que ainda hoje nós seríamos capazes de dizer a Jesus se ele nos
perguntasse também se nos queríamos ir embora : para quem iremos nós, Senhor ?
É o amparo da nossa fé que nos ajuda sempre, nas situações adversas,mesmo "modernos" como hoje nos achamos... e somos.
Hoje SÃO PAULO escreve aos Efésios aquela recomendação da relação de submissão e de amor possessivo entre marido e mulher, o Evangelho retoma o discurso da verdadeira comida, e conta que.a partir de então «muitos dos discípulos se afastaram e já não andavam com ele» Felizmente que os Amorreus compreenderam Josué e também felizmente que, segundo SÃO JOÃO, Simão Pedro disse aquela frase que ainda hoje nós seríamos capazes de dizer a Jesus se ele nos
perguntasse também se nos queríamos ir embora : para quem iremos nós, Senhor ?
É o amparo da nossa fé que nos ajuda sempre, nas situações adversas,mesmo "modernos" como hoje nos achamos... e somos.
19 agosto 2012
ILITERACIA
É quase uma obrigação, esta leitura mais detalhada de alguns jornais de fim de semana. Durante a semana leio apenas um . É ma escolha que se faz, obedecendo a várias razões, das quais não andam longe as nossas convicções morais, sociais, políticas e religiosas, e também a curiosidadesinha pelas origens ou desenvolvimentos de alguns pequenos ou grandes escãndalos, que os há, espicaçados pela própria imprensa muitas vezes, ou de causas naturais que vão surgindo em todos os campos da sociedade dos humanos. E é interessante saber-se de como se vê ou como se pensa por esse país fora ou por esse mundo, interessante principalmente quando encontramos coincidências com o que nós mesmos pensamos, e assim se reforçam opiniões... Q uantas vezes, porém, nos revoltamos ou nos desiludimos a partir daqui !
HOJE que é domingo e que acabei de assistir à missa e ouvir a homilia que o sacerdote teceu humilde e conscienciosamente ( Evangelho de SÃO JOÃO, 6), no 20º domingo comum, deu-se acoincidência de que tinha lido uma entrevista dada a um grande Diário por um senhor padre actualmente muito conhecido como também homem de letras e cultura ljterária entrevista essa em que felizmente foi abordado o tema da ILETERACIA geral dos portugueses e muito particularmente do povo do Portugal interior e simples... O exemplo do Evangelho de hoje não podia ter acontecido mais oportunamente. Já algumas vezes tive ocasiao de ouvir o Sr,Cardeal Patriarca referir que seria muito necessária uma quase tradução dos evangelhos para o português corrente e que todos entendessem, porque seria esse o caminho para uma NOVA EVANGELIZAÇÃO... Há cerca de dois anos eu tentei juntar uns posts do meu blogue precisamente a dar uma vivência comum a coisas que me pareciam obscuras devido ao tipo de prosa " luxuosa" em que vêm escritas, mas não fui persistente bastante para continuar...
Hoje,ao ouvir como foi dificil ser claro ao sacerdote que QUERIA explicar-nos como é que o terno Jesus queria que comessemos a sua carne e bebessemos o seu sangue, depois de ter lido a entrevista de que falei, fiquei enormemente preocupada sobre como e quando a IGREJA vai sair deste impasse...
HOJE que é domingo e que acabei de assistir à missa e ouvir a homilia que o sacerdote teceu humilde e conscienciosamente ( Evangelho de SÃO JOÃO, 6), no 20º domingo comum, deu-se acoincidência de que tinha lido uma entrevista dada a um grande Diário por um senhor padre actualmente muito conhecido como também homem de letras e cultura ljterária entrevista essa em que felizmente foi abordado o tema da ILETERACIA geral dos portugueses e muito particularmente do povo do Portugal interior e simples... O exemplo do Evangelho de hoje não podia ter acontecido mais oportunamente. Já algumas vezes tive ocasiao de ouvir o Sr,Cardeal Patriarca referir que seria muito necessária uma quase tradução dos evangelhos para o português corrente e que todos entendessem, porque seria esse o caminho para uma NOVA EVANGELIZAÇÃO... Há cerca de dois anos eu tentei juntar uns posts do meu blogue precisamente a dar uma vivência comum a coisas que me pareciam obscuras devido ao tipo de prosa " luxuosa" em que vêm escritas, mas não fui persistente bastante para continuar...
Hoje,ao ouvir como foi dificil ser claro ao sacerdote que QUERIA explicar-nos como é que o terno Jesus queria que comessemos a sua carne e bebessemos o seu sangue, depois de ter lido a entrevista de que falei, fiquei enormemente preocupada sobre como e quando a IGREJA vai sair deste impasse...
15 agosto 2012
CHUVA,ENFIM !
Era merecido que se colocasse um sinalsinho festivo no calendário , a destacar o dia de ontem. CHOVEU ! Em Lisboa ,a pobre cidade que se vê banida do carinho da meteorologia e fica a roer-se de inveja ao ouvir contar das chuvadas do Norte, de Coimbra pra cima, quase dia-sim-dia-não... Desesperada, ralada, empobrecida, deixou mesmo de lavar-se, deixou que uma poeirinha alergogénica fosse cobrindo mesmo aquilo que a potente Natureza teima em nos mostrar que existe e ainda produz... Lisboa ontem nem queria acreditar na Graça que lhe estava a ser prodigalizada. E choveu toda a tarde e depois toda a noite e aquele concerto de vários tons em vidraças e persianas, deu-nos a nós humanos uma esperança fresquinha. Lembrei-me então de que, pelos antigos calendários, hoje é o fim da canícula... Será que alguma coisa vai bater certo com aquilo que os mais velhos dos humanos tinham antes como verdades, meteorológicas, claro ? E bem dispostos démos graças a Nossa Senhora no seu dia de assunção que definitivamente a fez, de Mãe de Deus, em simbolo maior da nossa Igreja, em nossa Mãe... Outra verdade em que fundamos todas as nossas outras verdades. Todas as nossas esperanças... E até nos achamos com direito a alguns "orgulhos"... Lembraram -se da Batalha de ALJUBARROTA e de Frei Nuno de Santa Maria...... ?
12 agosto 2012
dia 12 de AGOSTO
Hoje, sendo dia doze do mês, deste mês de Agosto que representa, apesar das suas razões para emigrarem, um momento sonhado todo o ano pelos emigrantes, encontraremos Fátima a regorgitar de peregrinos que, neste regresso ao conchego das suas tradições e da sua fé, se reconfortam. E há uns que vêm casar-se ali, outros que guardam uma certa espera para também ali baptizarem os filhos, todos felizes na benção da Virgem dos pastorinhos. É mesmo um dia bonito, este, véspera do outro em que o Milagre é o mais lindo património espiritual potuguês...
Pensando em tudo isto, recordando, recordando.... Encontrei,por coincidência nas páginas do meu poeta :
Hoje,dia de rever e recordar MIGUEL TORGA
Feliz o tempo que não tem memória !
É só dos homens esta outra vida
da recordação.
E tão inúteis certas agonias
que o passado destila no presente !
Tão inúteis os dias
que o espírito refaz e o corpo já não sente!
Continua a lembrança dolorosa
nas cicatrizes.
Troncos cortados que não brotam mais
e permanecem verdes, vegetais,
no silêncio profundo das raízes...
Pensando em tudo isto, recordando, recordando.... Encontrei,por coincidência nas páginas do meu poeta :
Hoje,dia de rever e recordar MIGUEL TORGA
REMINISCÊNCIA
Prossegue o pesadelo.Feliz o tempo que não tem memória !
É só dos homens esta outra vida
da recordação.
E tão inúteis certas agonias
que o passado destila no presente !
Tão inúteis os dias
que o espírito refaz e o corpo já não sente!
Continua a lembrança dolorosa
nas cicatrizes.
Troncos cortados que não brotam mais
e permanecem verdes, vegetais,
no silêncio profundo das raízes...
10 agosto 2012
AGOSTO
Dizia o Pessoa «que bom é ter um livro para ler e não o ler...», na sequência de mais ou menos um hino ao não fazer nada, coisa que há uns tempos a esta parte vai tomando quase foros de indecência. Então se já se entrou na idade de descansar ( a 3ª ), torna- se verdadeiramente vergonhoso dizer-se que se está ou esteve pura e simplesmente sem fazer nada, isto é, coisa nenhuma. Tudo e todos estão verdadeiramente orquestrados para mostrarem a sua indignação pela nossa preguiça e para nos empurrarem para que apanhemos estafadeiras inomináveis em nome do que entendem ser uma espécie de seguro de saúde... Isto cria atmosferas sociais desagradáveis, quando não ridicularizantes... Mas eu quero que isto que acabo de escrever sirva aqui de introdução a uma quase mea culpa por ter tido em vários dias para trás uns "casos de consciência" por não vir ao meu blog, quando por um lado tinha vontade de o fazer, e por outro me assaltava a tal preguiça não só estival... Vejamos.
Dia 8 _ Àlém de não gostar de alardear as minhas razões de sofrimento, sem um qualquer envolvimento poético, foi este ano tão mais dolorosa do que era costume a lembrança quase minuto a minuto do último dia de vida da minha Mãe, que não consegui aquele mínimo de tranquilidade de que se precisa para dizer, escrevendo ou falando, a saudade, a falta, o vazio...... E depois, sendo o dia de celebrar SÃO DOMINGOS, assaltaram-me, de mistura, as palavras doces e as acções de carinho e ternura das minhas amigas DOMINICANAS que , em Fátima , tive a sorte de ter tido por conselheiras atentas e diponíveis. Foi um dia de grande turbulência sentimental... »ter um blog ... e não o cumprir...»
Dia 9 _ O que eu gostaria de ter "envergadura" para contar aqui a minha admiração por EDITE STEIN ! Talvez um dia o faça, a recordar tanto sofrimento e força que me foram apresentados quando, há já tantos anos, visitei um certo museu em ISRAEL.. Tudo tem a ver com tudo, mas não podemos estar cansados de verão...
Dia 12_ O meu querido e nunca bastante louvado, antes parece que cada vez mais esquecido MIGUEL TORGA ! Se fizesse festa de anos, eram já 105 ! « HOMEM INTEIRO ÉS...» Dizia eu sobre ele num soneto que lhe dediquei nos verdores do meu primeiro livrinho publicado... Torga arranjou maneira de ser mesmo "inteiro" na sua vida desde menino, rijo no contacto com as suas penedias de nascença, suave no contacto com o sofrimente dos outros, tantos seus pacientes...
Dia 10 _ Afinal ainda me faltava outra celebração centenária que a minha memória deixa esparsa sobre qualquer memorial, porque este homem pegou na Vida e no-la ofereceu como quem diz : tomem lá, este é o meu país e há-de ser sempre esta a sua gente, e vocês a reconhecerão também em vós, ás vezes... JORGE AMADO. A tempos, todos fomos capitães da areia, coronéis, gabrielas, sinhôsinho Malta, seu Nacib...
Quão grande este mês de Agosto !
De que eu nem gosto, vejam só .
06 agosto 2012
De um país subdesenvolvido
É tão suave ter bons sentimentos
consola tanto a vida de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem.
Por isso, se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor a esmola que beber laranjada
consola mais viver assim no meio dos mais pobres
que conviver com gente a quem não falta nada.
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu,
independentemente da maneira como se alcançou,
ainda por cima se tem lugar garantido no céu,
gozo acrescido ao muito que se gozou,
Seria este ( se não tivesse outro sentido )
o ser natural de um país subdesenvolvido...
de RUY BELO
( leitura de um poeta do século XX, pensando no mundo de aqui e agora )
consola tanto a vida de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem.
Por isso, se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor a esmola que beber laranjada
consola mais viver assim no meio dos mais pobres
que conviver com gente a quem não falta nada.
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu,
independentemente da maneira como se alcançou,
ainda por cima se tem lugar garantido no céu,
gozo acrescido ao muito que se gozou,
Seria este ( se não tivesse outro sentido )
o ser natural de um país subdesenvolvido...
de RUY BELO
( leitura de um poeta do século XX, pensando no mundo de aqui e agora )
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