25 dezembro 2010

Dia de Natal 2010

Ad veni !
Cheguei ! Não certamente com os "graciosos " pés do mensageiro da paz, a atravessar montanhas, de que nos fala Isaías, mas como o Senhor permitiu que eu fizesse esta travessia-
Mais cansada, mais esforçada, mais carente... Apenas creio que mais confiante, Não nos Homens .
A eles devo o cansaço, o esforço sempre desproporcionado quanto à sua eficácia...
No entanto, se cada dia mais confiante, foi na misericórdia divina.
No entanto também, começando a "sentir" com maior definição este NATAL de um Deus para nós, carinhoso e exigente ... Oh! Quanto!
Quão revigorante !

19 dezembro 2010

Presépio antigo

Almofadinha de veludo.
É vermelha.
Barrinha de galões de ouro
e pingos,
lantejoulas
quais estrelas
a brilhar.
Medirá uns centímetros quadrados.
E eu,
toda gestos delicados,
fiz dela a base de um sonho,
um esplendoroso lugar...
Onde
um Menino Jesus
há anos abençoado,
parece nascer ali...
Sem manjedoura ,sem nada...
(que me perdoe MARIA,
que se não zangue José)
mas ESTE
da almofadinha
é todo
por mim criado...
Metáfora simplesinha
do calor da minha fé.

14 dezembro 2010

Os meus nevoeiros


Como, do amargo por dentro

sai ainda

e voa,

com0 pena de ave

a diluir-se

no esfumado que baixa

sobre as ruas

e as esquinas

de madrugadas

leves, tão leves,

ainda nuas ?...


Como, o amargo por dentro

neste aquário sem ruído.

só cinzento ?

11 dezembro 2010

Os meninos

Hoje vieram os meninos e meninas da minha paróquia ,com algumas mamãs e algumas das suas catequistas, uma das quais trouxe a sua viola e todos juntos cantaram para mim cançõesinhas de natal,daquelas que todos sabemos cantar... Foi uma festa, uma chilreada nos velhos ramos secos da minha solidão ! E um deles trazia triunfante uma caixa com um enorme pão-de-ló !O serviço meteorológico arranjou qualquer feitiço e, depois de todos os negrões dos dias até ontem, a manhã de hoje esplendia de sol. Que linda, que linda toda esta alegria ! ! !
Cantámos, falámos, rimos e, como desejavam as jovens mais velhas, contei-lhes de mim coisas que os meninos podiam entender, e mostrei porque tinha a esperá-los um presépio ainda sem o Menino Jesus, umas "grandes" páginas de "grandes" livros com "grandes "fotos dos principais presépios monumentais de Igrejas portuguesas, e ainda o grupo de velas acesas do Advento...Tudo,tudo que aqueles maravilhosos olhinhos pareciam querer registar, guardar...
Não houve muitos porquês? e para quês? , mas eles também já sabem muito, entendem tudo, na maturidade dos seus dez/onze anos. Percebi-o eu na envolvência dos beijinhos e dos braços em redor do meu pescoço, nas despedidas, nos Natal feliz! nos até pró Ano ! e nos imensos muito obrigada...quando era o meu coração que estava a dizer-lhes em silêncio isso tudo .
Vão chegar os tradicionais encontros de Natal, com jantares ou ceias a servirem de pontes de ligação entre pessoas que mais ou menos crêem amar-se muito, pouco ou só um pouco...
Nada disso terá a carga de pureza, de frescura, desta visita que recebi hoje. E aqui nasceu o meu
Natal, do qual social e sentimentalmente esperava quase nada...

07 dezembro 2010

Descobre-te...

Da minha procura de temas para meditação neste Advento resultou que fui reencontrar os antigos dossiers , apontamentos e pequenas notas que compilei em alguns dos cursos e retiros que consegui frequentar e realizar há bem mais de vinte anos.Quanta coisa útil ! Quanto de mim por ali se formou, a partir de quanto se informou!
Não resisto à sedução deste pequeno texto que me aparece isolado e anónimo no meio desse meu thesaurus e aqui o registo como tema de abundantes sugestões para o dia de hoje.
Descobre-te no Evangelho :
És João Baptista quando fores capaz de fazer o deserto em ti e viveres para os outros
És a mulher adúltera quando no chão da tua miséria conseguires ver Deus escrever misericórdia
És Cireneu quando fizeres tua a cruz dos outros
És publicano quando fechando os olhos para o "fora", te vires melhor por dentro
És Nicodemus quando fores capaz de morrer todas as tardes para poderes "renascer" todas as manhãs
És a Samaritana quando nem a água, nem o poço, nem o cântaro te importarem porque só é importante ter essa sede
És o cego quando não chamares desgraçado a alguém só porque não tem olhos, porque percebas que desgraça é não ter "aquela" LUZ.

05 dezembro 2010

Advento - João Baptista


Raça de víboras ... Preparai o caminho do Senhor,endireitai as suas veredas ! ( São Mateus 3,1-12)