05 junho 2012

Na minha manhá, Juan Ramon Gimenez

Depois de um fim de semana reposante,tonificante, amigo, reencontro obstinado com a crueza dos dias... Vale-me, frente à janela do meu quarto, o verdadeiro cortinado espesso de um olmeiro que ali partilha comigo a vida e a cidadania há uma boa meia centena de anos. Ele me oferece, manhã ainda parda, um concerto de melros e pardais e depois, mais tarde, ouve e faz-se eco com a brisa já acordada, das minhas comovidas orações matinais..
                              .A VIECES, SIENTO
                              COMO LA ROSA
                              QUE SERÉ UN DIA COMO EL ALA
                              QUE SERÉ UN DIA;
                              Y UN PERFUME ME ENVUELVE, AJENO Y MIO
                              MÍO Y DE ROSA;
                              Y UNA ERRANCIA ME COJE, AJENA Y MÍA,
                              MÍA Y DE PÁJARO...
e então aí está mais um dia que vem trazer-me sempre qualquer coisa de alto, talvez seja mesmo eesperança... Só que as oscilações da realidade se encarregam quase sempre de me enrodilhar os dias, e , cansada, à noite já perdi  esse perfume de rosa e essa errancia de pájaro...

1 comentário:

Anónimo disse...

O importante não é à noite ter perdido esse perfume de rosa e essa errancia de pajaro.

O que de facto interessa é recupera-las durante a noite e acordar com a convicção de que cada dia lhe traz qualquer coisa de alto... ou melhor DO ALTO!!!

Um grande bj Vera