16 abril 2011

Uma das muitas coisas que não vieram a acontecer como eu esperava ( leia-se imaginava ) quando me reformei, e aliás deixei bem vincada essa esperança na introdução - quase justificação - do meu livro VIVER, foi a transformação da durabilidade do decorrer dos dias. Agora, como dantes, o tempo voa, as unidades métricas deste sistema pós-laboral são afinal tão curtas e voláteis como as anteriores e, sem muito bem percebermos como, damos conosco a ter vivido mais mês sobre mês, mais ano sobre ano. Isto para dizer que, num abrir e fechar de olhos, vejo outra vez chegado o Domingo de Ramos. De como vivi toda esta Quaresma não entendo que seja matéria para aqui e agora. Mas vivi-a. Não voou com o tempo. E é até por isso que hoje, que não é nada mais que o sábado anterior ao dia dos RAMOS, eu senti necessidade de registar um facto que ficou a martelar na minha cabeça como em outras quaresmas não ficara nunca. É que, diz São João-cap.Xl- após a "enormidade" da ressurreição de Lázaro, a figura, os gestos, a presença de Jesus se agigantaram de tal maneira que os pontífices e os fariseus compreenderam o "perigo" que aquele homem representava para o seu mundo e « desde aquele dia tomaram a resolução de o matar ». Nasceu pois ali aquela brutal torrente de acontecimentos que galgou por cima de todos os actos de amor, devoção ,humildade,e honestidade arrastando no seu caudal toda a brutalidade que veio a abater-se sobre aquele a quem também chamamos cordeiro pela fórma como foi por fim .imolado. Repetir tudo o que me veio à cabeça sobre como se tecem destinos a partir de um quaquer critério e como daí podem advir julgamentos farisaicos, sem se cuidar do que eles podem trazer ao mundo, não é também para ser feito aqui e agora. Amanhá é o dia em que a espontaneidade do povo vai ovacionar Jesus. Com esse povo vamos também estar...

Sem comentários: