08 abril 2011

Marta e Maria , as novas vizinhas

Já é conhecida por todos os meus amigos a teoria que defendo sobre o que eu própria classifiquei de vicinidade.Não se pode negar que os vizinhos que habitam sob o mesmo telhado que eu, que entram pela mesma porta principal no acesso a suas casas como eu, que usam as mesmas escadas e patamares que eu, e tudo isto ao longo de algumas dezenas de anos, constituem comigo,dentro da nossa cidade, do nosso bairro, da nossa avenida ou rua, uma célula social bem definida, para começar, sendo depois de entrar em linha de conta com todos os factores sentimentais e de sociabilidade que acabam sempre por uni-los mais ou menos uns aos outros conforme as suas regras educacionais, culturais ou pura e simplesmente convivenciais e de carácter. É assim que vivendo eu num prédio (a alturas tantas transformado em condomínio) há mais de cinquenta anos, não posso, num mínimo de humanidade, alhear-me das pequenas alegrias ou grandes tristezas que têm perpassado ao longo das vidas das famílias cujos corações quase oiço bater ao meu lado... Já morreram alguns. Entretanto vieram outros para os espaços que esses deixaram abertos. Houve obras, modernizações,mas os mais velhos foram ficando sempre iguais a si mesmos, acolhendo os mais novos recém-vindos com prazer e curiosidade pela novidade...Jovens casais a tornarem até o prédio mais alegre, mais vivo... Tão vivo que acaba um deles de dar a este mundo a beleza maior que é uma nova vida. E não uma, mas duas ! Pois é : agora temos duas novas vizinhinhas, uma chamada Marta e outra de nome Maria. Uma alegria ! Um refrescamento ! Um credo na Vida ! Uma Primavera a brotar de facto, muito mais eloquente do que milhares de rodriguinhos literários...Teve Jesus duas amigas, irmãs de Lázaro, que também se chamavam assim. E Ele as acompanhou e deu provas públicas de quanto as estimou sempre, com o seu Amor que náo era como qualquer outro. Oxalá seja também um Amor assim que acompanhe estas duas minhas novas vizinhas que ,para já ,são símbolo das alegrias quase pascais de que todos estávamos a precisar...

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