26 junho 2007

EXERCÍCIO DE GEOMETRIA

Está perdido por aí
Roto e cansado
O amor confiado
Que eu tinha a toda a gente
E queria ter
Só por acreditar
Num Homem linear
De que eram para crer
As formas que podíamos olhar.

Com o andar da Vida descobri
O poliedro multifacetado
Que pode ser o Homem quando olhado
Através de outros prismas diferentes
E o meu amor passou a refractar-se,
Procurando sofismas
Para dar-se...

O que porém tudo mais complicou
Foi entender, mais tarde,
Que, das três dimensões,
Grande disparidade
Havia entre o volume e a profundidade,
Entre o perímetro e a real estatura
E entre a área ocupada e a sua projecção...

Aí, meu coração peric litou.
Porque, em perplexidade,
Não sabia
Se escolhia o melhor
Quando optava
Por aquela dimensão
Que algo mais lhe dizia...
E o Amor que é cego, como se sabia,
Nas buscas e ajustes se rasgava
Ganhando ele também novas medidas,
Outras designações mais condizentes
Co’a refractada luz das ilusões perdidas
E a forma poliédrica das gentes...

1 comentário:

Joana disse...

Que bonito este poema!

A geometria está-lhe, certamente, agradecida para o resto da vida :)pelas bonitas imagens com que a colocou no quotidiano e no coraçao da Humanidade. ;)

Jinhos.