25 outubro 2009

O cego,`a beira da estrada

É claro que quem escreve e publica tem que ter a noção de que está a usar uma arma que atira para um alvo não necessariamente previsto por si. Por isso eu não acredito em quem diz que escreve para seu próprio e único gosto ou apenas para desabafar... Se fosse só isso, então para quê PUBLICAR?
Isto vem-me ainda trazido à minha indignação pelos impropérios que a raiva do velho Saramago o levou a publicar. Porque ao debruçar-me sobre as leituras da liturgia de hoje, não consegui libertar o meu pensamento daquela incómoda memória e me entristeceu pensar por quanto tempo isto perdurará...
O cego que à beira da estrada gritou quanto podia e contra toda a conveniência que o mandava calar,pedindo a misericórdia de Deus através da amorosa comiseração de Jesus, é, para mim, das figuras mais pungentes de toda a imagética dos evangelhos . Sou eu, são os que só por um acaso destes podem encontrar-se com Deus e falar~lhe não só do que sofrem, mas de como O esperam , confiadamente, longamente...É o nosso grito, por aí a ecoar nas beiras de estrada deste nosso mundo AGORA...
Para os que não entendem isto, espero bem que haja outras estradas.

1 comentário:

Joana disse...

Espero bem, eu também. :)





Jinhos.