25 agosto 2007

De vez em quando somos apanhados numa curva do caminho pacato que iamos percorrendo e desaba sobre nós, amarga, aquela imprevisibilidade, aquela instabilidade que, a toda a força, passamos a vida a querer esquecer ou disfarçar para podermos dar à nossa vida alguma alegria, algum estímulo.´Cristãos e Católicos temos o dever de não esquecer que o Filho do Homem virá na hora em que menos pensardes e que, como às jovens esposas da parábola, nos é recomendado :vigiai pois, porque não sabeis o dia nem a hora ( Evangelho de São Mateus,24 e 25). Somos porém pouco dados a estas meditações, mesmo sabendo-as tão verdadeiras como mais nada neste mundo ! Ora estava eu há uns dias bastante irritada com o que o Eduardo Prado Coelho tinha publicado na altura do centenário de Miguel Torga, apetecendo-me discutir com uma certa ironia as opiniões por ele expostas,e estava ele já tão doente, tão doente, que hoje veio a falecer...A notícia da sua morte caiu no final do meu almoço. como bomba arremessada pelo jornalista da televisão. Conheci os pais do Eduardo,foram meus colegas, assisti ao namoro, depois ao progresso rápido do Jacinto que,mais antigo e já assistente, chegou a dar-me aulas, soube do casamento e depois do nascimento do bébé...Nunca perdi de vista a carreira do Eduardo. Uma vez encontrámo-nos em Sintra, ambos na recepção de um hotel onde iamos estar uns dias.Falámos um pouco de tudo e, nessa altura, ele já estava em Paris e estava casado,claro. Era um rapaz simpático, muito gordo, a resplandecer bem-estar consigo próprio. Era,pelo menos, tão inteligente como os Pais. Viamo-nos por aí,às vezes, em eventos do nosso interesse comum: livros e Letras. Fiquei muito chocada por os meus mais próximos últimos pensamentos para ele serem da natureza que foram. Mas creio na compreensão algures...

1 comentário:

Joana disse...

Tambem me surpreendeu. Ja o sabia doente ha algum tempo, mas nao estava a contar, nunca se esta...

Jinhos.