23 julho 2006

VELEIROS

Petit bateau aux voiles transparentes
qui glisses sur l'eau bleue
comme un cygne rêveur,
petit oiseau marin,
couleur des roses blanches,
va loin, très loin,
chez les nuages ou les dieux,
chez les contes de fées...
Va chez les doux miracles
et glisse sur l'eau verte...
Je me laisse emporter
vers les gouffres ou les cieux
vers les cimes rêvées...


Este pequeno poema é extraído de um conjunto a que chamei "POEMAS COR DE ROSA" ,tão datados que devia ter algum pudor ao dar-lhes alguma visibilidade agora, que já até esqueci porque é que alguma coisa pode ser cor de rosa !
Porém, foi um tal agitar de recordações aquilo que vivi hoje, que até me permiti dar-me a este "luxo" de ir revisitar o que tão intensamente foi para mim cor de rosa noutras vidas...
Os grandes , majestáticos veleiros deslizavam num Tejo de dias de festa: azul como poucas vezes, aqui e ali manchado do verde que só se vê no fundo das esmeraldas verdadeiras, e liso e bem comportado, como costumo dizer, passado a ferro. E eram às dezenas, como pássaros poisados, os pequenos veleiros que, à volta dos grandes , pareciam brincar ( apetecia-me dizer retoiçar, como se usa para os petizes ). Parecia até que não haveria ninguém que tivesse uma qualquer casca de noz , com um mastro e um pano de vela, que tivesse ficado em terra!
Era um hino à alegria ! Os grandes senhores de toda a festa , velas de várias cores, do verde ao preto (!!!), de várias geometrias e impulsos, embandeiraram-se de mil maneiras, uns finos e longuissimos, outros mais encorpados, proas altas, e fendiam aquelas águas oferecidas, sedutoras, com uma espécie de amor, carinhoso e suave... Será que aos respectivos países eles vão levar esta maresia tão só nossa? Esta recordação que a nós nos fica ?...

2 comentários:

Anónimo disse...

Afinal as suas velas navegaram até este meu mar de mensagens. As suas emoções ao deparar-se com o desfaldar de tantas e tão lindas velas estão quase que palpáveis neste diário de folhas soltas.
Há largos anos, meados de 80, também me entusiasmei com uma regata de grandes navios escola e em 98 durante a Expo 98 na semana do Mar onde foi espantosa a mistura dos grandes veleiros com os barcos de pesca feitos altares em procissão no Tejo em terra as diversas fanfarras e os foguetes.
Não tenhamos dúvidas da nossa ligação ao Mar.
Vá escrevendo; é bom de ler.
Rita

Anónimo disse...

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