16 agosto 2009

Vigésimo domingo comum

Por coincidência, nos últimos três domingos, não tendo comigo o meu computador e tendo tido oportunidade de assistir a missas diversificadas, não registei, como tanta vez o faço, as considerações que as Leituras de cada liturgia me sugerem. Hoje, retomada a rotina, e justamente vindo "apanhar" o último dos quatro evangelhos de S.João que são introduzidos na sequência dos de S.Marcos próprios deste ano litúrgico, deixei-me maravilhar com a capacidade metafórica do discurso de Jesus, na procura de fazer compreender ao povo inculto e primário coisas que só uma grande elevação espiritual, uma real propensão para a elevação dos pensamentos, poderia fazer perceber.Falar em quem comer a minha carne e beber o meu sangue é algo de perigoso, por susceptível de criar a maior das perplexidades nas pessoas simples.E hoje como há dois mil anos.Mas hoje o pendor para o útil e consumível que é quase regra geral, talvez torne mais difícil a compreensão da metáfora do que no tempo de Jesus, em que a linguagem era mais florida, mesmo entre as tais pessoas simples . A carne e o sangue em que se tornou a palavra de Deus, no corpo de Jesus ( no princípio era o Verbo) estão tão longe dos seus reais significados para nós, homens do século XXI, quanto a irreflexão e a insensatês dos Efésios os poderia levar se não ouvissem a chamada de atenção de São Paulo, ele que melhor que ninguém conhecia a vontade de Deus.
Nós, aqueles que nos habituámos a estudar as palavras, no dito e no escrito, que grande exercício por vezes nos dá a leitura dos textos litúrgicos e como nos apercebemos de quanto é sério o filtro da palavra para a Fé !

1 comentário:

Joana disse...

"... o quanto é sério o filtro da palavra para a Fé!"

Ajudou-me agora a perceber uma coisa que me vem intrigando há algum tempo já...

A educação que nos dão, nesta Fé de/em palavras que são Amor e Vida, leva a que se leve, naturalmente, para o dia-a-dia este "filtro sério". Com tudo o que daí pode advir...

Jinhos.