07 janeiro 2007

Dia de Reis

Este sobressalto de estarmos em festa quase permanente,em festa muito pagã, muito de comeres e beberes, muito de" comprares",muito de esperarem que demos, muito de decepções nos "receber", muito de quase desejarmos que se esqueçam de nós e de,paradoxalmente,nos ofendermos se acaso nos esquecem,esta festa " porque é costume", felizmente está hoje a chegar ao fim... Estou feliz,no rescaldo de uma gripe com todos os seus requesitos próprios que habitualmente me deixam um rasto de desânimo e falta de paciência, mas que, desta vez, pela coincidência de datas,me estão a estimular para "mesmo" vida nova.E é bom.
Os Reis Magos (padroeiros da minha Paróquia),depois de terem visto e adorado aquela tão estranha novidade de um menino ser DEUS, OU FILHO DE DEUS, o que vinha a dar no mesmo,partiram dali por outros caminhos,não só para evitarem encontrar Herodes, mas também porque eles intuiram que dali para a frente havia que enveredar por outros caminhos e não cair na limitação de repetir o já visto e sabido...É por isso que,cansada de repetir mil vezes o déjà vu destas Festas que têm que ser BOAS.eu me sinto hoje particularmente feliz...Recebi de um jovem sacerdote moçambicano um pequeno presépio que cabe na concha das nossas duas mãos e é constituido por um casal negro sentado sobre as suas pernas dobradas,tendo a figura feminina ,embrulhado nos seus panos,tão coloridos como os das roupas dos pais,um minúsculo bébé muito negrinho,tudo numa atitude tão simples e tão cheia de expressão, que me inspira uma enorme ternura...Há sempre caminhos novos a descobrir!

1 comentário:

Anónimo disse...

Com certeza que há... e muitos (caminhos)! :)

Jinhos,

Joana

P.S. Regozijo-me por se sentir "particularmente feliz". :)