02 outubro 2010

Uma sexta feira para recordar

O dia de ontem foi um desses dias que acontecem às vezes e aos quais podemos chamar memoráveis. Não por uma valia grandiosa no nosso registo de memórias, mas por razões a oscilar entre o sentimental e a doce capacidade suavizadora do preciso momento em que se deixou viver,saborear...
Espantosamente o ontem marcava 25 anos sobre o início da actividade em Portugal de uma Organização humanitária internacional à qual me vira ligada logo nas suas primeiras horas de vida portuguesa. Sempre foi de poucos aparatos , o que muito me agradou, mas ,por isso mesmo talvez, não se terá tornado conhecida. Quem ouviu falar nas SOROPTIMISTAS ?
Para quem as ignorava até hoje direi que é uma Organização internacional de MULHERES profissionais e de negócios, voluntárias no trabalho de melhorar a VIDA DAS MULHERES NO MUNDO. O nome da organização foi escolhido por permitir a ligação das palavras soror e optimiste, sendo que a este adjectivo não se pretende tomá-lo como atitude, mas como promotor de uma OPTIMIZAÇÃO.
Das relações que fomos estabelecendo ao longo da vida e que eu costumo dizer que vamos deixando para trás neste caminho que fazemos caminhando, não porque tivéssemos decidido deixá-las, mas porque nos foram escorrendo entre as horas, os dias e os anos como areia entre os nossos dedos, nessas relações tinham há muito caído para mim as Soroptimistes. E eis que agora me aparece sua Presidente uma querida amiga bem mais nova, empenhada numa bela celebração dos 25 anos ! Com a sua natureza internaciomal e com a seriedade e perfeccionismo desta sua actual presidente portuguesa, rapidamente se tornou óbvio que esta celebração tomaria a forma e o cariz de um congresso, "congregador" de todas e todos os internacionais Soroptimistes. E então aí nascem quatro ou cinco dias de acontecimentos, festivos uns, de estudo outros, de apuramentos ,constatações e resoluções,ainda outros. A minha amiga presidente soube rodear-se de uma boa equipa de trabalho e prepararam um excelente programa em que as tipicidades portuguesas não deixariam de ser destacadas.
Foi então assim que, como "clássico" neste género de realizações, teve lugar um jantar- espectáculo inaugural dos trabalhos. Pensaram que seria interessante precisamente na ordem de começar por mostrar as portuguesas peculiaridades ( e porque conheciam o espectáculo) realizar esse evento no Casino Estoril, onde se está a teatralizar O FADO__ A origem de um Povo. E eu, que sorte !, convidada, eu agora um bicho de toca que não saio nunca à noite...
Esta é a segunda parte deste meu dia memorável.
Um espectáculo LA FÉRIA com todas as suas características de bom gosto, bons actores, ousadias de encenação, palcos sem espaços vazios, momentos surpreendentes, tudo isto tecendo uma teia inteligentemente elaborada para justamente demonstrar como, desde o big-bang, o Fado se entrosou geneticamente no ser-se português.Não sei quem escreveu os textos que procuram acompanhar o evoluir da História até aos nossos dias introduzindo por vezes e muito acertadamente passagens dos nossos poetas, mas é perfeito o trabalho de síntese e as correspondentes vivências encenadas, com boa música, bons cantores , bons bailarinos e até acrobatas.A espctacularidade em que o La Féria é mestre, faz com toda a gente saia no fim com uma excelente disposição de optimismo.
Por isso a escolha das SOROPTIMISTAS...

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