14 novembro 2009

Gerontologia

Depois de uma semana com alguma agitação, chamemos-lhe social, em que fui festejada por amigos com um dîner en ville, com direito a bolo de velas e pessoas a cantarem o "parabéns a você", e em que eu pópria recebi amigas para matar saudades conversando em redor da mesa de um almocinho gostoso, e em que ainda me vi enredada no completar de um prolongado tratamento no dentista, tudo isto concertado com o cumprimento dos horários das minhas lições, eis que chega o fim de semana que eu destinara para repouso físico e silêncio propiciadores da minha atenta dedicação à correcção de umas cinquenta e tal páginas da tese que a minha amiga Irmã Conceição está a elaborar para o seu mestrado em Saúde/ Gerontologia e me vai trazendo aos bocadinhos. Se alguém lê este post, não vai certamente pensar que eu corrijo alguma coisa de matéria tal. Eu sou apenas professora de português... Mas o que eu tenho aprendido como geronte !... Hoje travei conhecimento com dois autores,Matheus Papeleo Netto e Ferreira Novo que, para além de alguma coisa que conhecia do doutor Daniel Serrão, me deixaram cheia de conhecimentos sobre mim mesma no campo da psicologia das pessoas de idade. "Coisas que o meu coração estava a pensar" como diria o poeta, mas que não sabia que podiam ser mesmo tomadas como coisas sérias. Dos autores que referi, atrevo-me a citar algumas passagens que a minha amiga recolheu e reformulou :No seu contexto social, o idoso sente-se senhor da sua vida e das suas decisões, semdo este aspecto fundamental para a recuperação do seu equilíbrio emocional... Ou então :Pelo conteúdo das suas emoções e sentimentos percebe-se que os idosos interiorizarão o envelhecimento como algo negativo e em consequência disso deixam de lutar por uma vida mais saudável...é que, além da perda do vínculo profissional e do papel social que desfrutavam, há sempre uma baixa considerável no seu rendimento como pessoas físicas e intelectuais acrescida por vezes com a dos seus rendimentos financeiros...Bem. É de facto uma análise muito certeira dos problemas próprios dos gerontes e fico feliz por ver que há quem se preocupe com isso e, como esta religiosa da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, procure os meios científicos para lhes tornar o caminho menos duro e sofrido... Bom seria que todo este mundo globalizado no culto do que é jovem, esbelto, esperto e desportivo, percebesse que...as pessoas idosas, graças às experiências já feitas, podem dar à sociedade qualidade de vida, estabelecendo relações significativas que podem ajudar os mais novos a construir uma verdadeira sociedade de justiça e bem-estar e até de liberdade para todos.
Bom foi mesmo este dia de cinza e humidade em que me foi possível enrolar-me em silêncio e conforto para pensar em paz, tal como eu gosto !

1 comentário:

Joana disse...

Venham mais dias assim!

Pensamentos agudíssimos, como sempre.

As sinergias intergeracionais são garante de um futuro mais rico. De tudo. Efectivamente.



Jinhos.