11 dezembro 2008

Saramago. Os Direitos do Homem

Todo o Homem nasce livre... Todo o Homem tem direito a... Começa dentro deste espírito a mais extraordinária profissão de Fé publicada pelo Homem e que ontem perfazia 60 anos de idade. É também um belíssimo CREDO que a nossa religião nos ensinou a rezar. E nós, que rezamos e cremos, temos todas as dificuldades do mundo em, uns com os outros, fazermos deste código uma coisa viva e activa. Que fadas madrinhas teríamos tido todos para que as mais das vezes nem saibamos bem ao certo explicar a Liberdade ?
Foi também ontem, e nem tudo é por acaso, que pudemos ver a degradação que pode produzir-se em dez anos de vida de um ser humano. Para celebrar Saramago, no dia em que se perfaziam dez anos sobre aquela honorabilíssima sessão em que lhe foi entregue o prémio NOBEL da Literatura, foi apresentado na TV um programa muito bem estruturado que não teve o cariz da clássica entrevista, mas em que o autor deambulava pela sua obra estabelecendo pontes com a sua vida... Muito interessante, mas tão doloroso ! Alquebrado, hipersensível, carente e com as lágrimas a saltarem-lhe não dos olhos, mas da alma... De que somos feitos, meu Deus ? Não há sequer uma única beliscadura na sua inteligência, nos seus raciocínios, na sua coerência... Mas o corpo mostra bem todo o "uso" que à doença se não conseguiu furtar. Penso ainda que o reconhecimento tão nítido da dor como ele teve( e tem ), vai também corroendo o corpo, por misteriosas vias que ainda não conhecemos...
Quem dera fosse esta uma das Liberdades a que todos tivéssemos também direito !

1 comentário:

Joana disse...

A dor é de facto qualquer coisa de absolutamente devastador. Principalmente por nos custar tanto a compreendê-la. A mim pelo menos custa-me. Muito. Como ultrapassar algo que não se percebe é tarefa para mais do que uma vida ou para um ser humano com uma razão-coração muito maior? melhor? diferente? do que temos... Sim?