25 julho 2007

Fátima 3

Não foi nenhuma peregrinação de data, comemoração ou comunidade instituidas. Fui ontem a Fátima, primeiro porque sentia saudades de respirar o que lá se respira, depois porque me pareceu particularmente apropriado levar lá, convidadas por mim, umas pessoas especiais. Individualizando :uma amiga que me cumula de "miminhos" quase diários, formatados em bolos, bolinhos e doces e cuja viuvez recente ainda não lhe ensinou tanto quanto a minha; uma jovem mãe com a sua filha de onze anos, residentes no Rio de Janeiro há muitos anos, mas de nacionalidade portuguesa, e agora de visita à família e seus amigos, em clima de matar saudades , a mais velha, e de afivelar laços a este país tão seu quanto desconhecido, a mais nova.Para melhor dizer, esta nasceu mesmo no Rio e, tendo mantido a nacionalidade portuguesa, só agora começa a aperceber-se do que é ter uma pátria do outro lado do mar e tem curiosidades inerentes a essa realidade.Sou( o que se pode dizer com propriedade) uma velha amiga desta família, amizade que nasceu nas aulas que dei à sua terceira geração, contando desta brasileirinha para trás. Por isso, sei o quanto e o como da irreliogiosidade dos que viveram sempre aqui e maravilho-me perante a Graça de Deus que fez cristãs, crentes e praticantes, as que espiritualmente se fizeram pessoas no Brasil. E porque esta diferença existe, nunca haveria alguém da família que pensasse em avivar ou revelar locais, usos e tradições religiosos tão nossos, a estas duas portuguesinhas em visita que, por ser curta, já tinha uma programação repleta de lindas coisas,preparadas com muito amor mas onde ninguém se lembra de que a Fé é também cordão umbilical. E lá fomos nós a Fátima. O dia esteve glorioso, sem frio nem calor,sem vento e duma limpidez transparente como eu só conheço naquelas serras. Por isso mesmo, pudemos ir visitar o Calvário dos Hungaros que é o meu local preferido, fora do Santuário. Será escusado pormenorizar todo aquele dia de isto é porque... ali diz-se que...imagina que...aqui costuma ser...Percebi um enorme impacto provocado pelo conjunto de factos presenciados com o ambiente, a luz, o reboar dos sinos, a atitude das pessoas também em visita...Algo de novo surgiu aos olhos da menina e gravou naquele coraçãozinho o que a levou a dizer-me em certo momento:"Estou tão feliz !"com aquele adocicado do falar brasileiro.Nunca esteve nos meus planos fazer qualquer espécie de proselitismo de trazer por casa mas quem ficou muito feliz fui mesmo eu, porque, ao regressarmos a Lisboa, todas traziam no rosto um brilho feliz que é mais eloquente do que muitas palavras. Até a minha amiga mais velha vinha descontraída e leve. Como eu !... E para o Brasil vão voar, daqui a dias, uma, duas ou três dezenas de fotografias que mãe e filha tiraram para mostrar ao pai que não veio e não viu, ele sim brasileiro, católico, praticante, na Fé que é também Amor...

2 comentários:

Joana disse...

Fátima é de facto um lugar especial, abençoado.

(O cemitério dos húngaros é que não conheço! Da próxima vez que for lá, investigarei!)

Jinhos.

Anónimo disse...

Acreditar... ter fé... é um grande motivo de Alegria de paz... saber que nunca estamos sozinhas... e fatima é de facto um local priveliado...
Um grande beijo
e um "fica Cu Deçué"
Vera