17 março 2012

A MORTE NO TÚNEL

Vejo-me agora forçada ( e direi que quando menos o desejaria ) a fazer um apuramento muito sério sobre o peso e o volume que tem e tem tido na minha vida a MORTE.
A MORTE, essa coisa abstracta que nos acompanha sempre, fazendo parte intrínseca da tecitura do pano de fundo do palco onde vamos "representando" a VIDA, a nossa vida. Nascida cristã, acho que soube sempre que a morte era o caminho por onde iria chegar um dia junto de Deus. Menina, ainda muito menina, foi-me explicado que a Morte era APENAS um FIM de uma presença aos nossos olhos. Com os conhecimentos da catequese, soube então MELHOR que a Morte abriria aos que desapareciam o seu lugar na presença de Deus e consequentemente no gozo da VIDA ETERNA. Com o meu desenvolvimento em conhecimentos e curiosidades adquiri muito depressa a noção de que a Morte é algo de que se tem MEDO e algo que se deve evitar a todo o custo, muito embora a minha religião me fosse sempre mostrando que , depois do exemplo de CRISTO, a MORTE só pode ser uma LIBERTAÇÃO. E a Vida vive-se, vai-se vivendo nessa convicção. Quantas presenças foram sendo arrebatadas do meu "palco", deixando lugares vazios sem remédio no meio da "minha representação" ! ! ! Quanto MEDO !Quanta noção de impotência ! Quanto frio das mãos vazias !
E a MORTE, essa coisa abstracta, continua a desafiar-nos sempre, ultrapassando as filosofias, as convicções,as crenças ... a fé... No Evangelho de São Mateus diz-se que virá na hora em que menos pensardes...Foi assim com aquelas crianças no tunel da SUIÇA. Como pensar naquele massacre, sem remexer todos os escaninhos mais íntimos do nosso edifício filosófico, religioso...e,já agora, HUMANO ? ! ! !

Sem comentários: