11 agosto 2010

Férias de fogo

Aconteceram pois uns dias de férias. Se chamarmos sempre férias a uma interrupção temporal e local ou geográfica das nossas vivências habituais... Muda-se de terra, de casa, de horas, de comidas,de ocupações, de companhias, e com este mudar dizemos que fizemos férias. Até agora, eu nunca me tinha lembrado de que há efectivamente a possibilidade de surgirem factores intervenientes que podem corromper totalmente a realização das expectativas que nor malmente adicionamos àquelas perspectivas de mudança,tais como respirar ar novo, dormir sonos repousantes, distender os nervos mais ou menos crispados pelas contrariedadesinhas do dia-a-dia comum, sentir a liberdade, soltar-se, enfim... Pois é. Pois foi ! Veio o tórrido calor dos 40 graus, noite e dia, veio o obcecante odor a madeiras queimadas, veio a total e absoluta ausência de brisas matinais ou noturnas, veio o acinzentado dos verdes circundantes e o abaixamento nunca visto da água do lago à nossa frente... E a nossa roupa a mudar mais de uma vez por dia, por encharcada de suor, e a nossa preocupação pela ingestão de água e a não exposição ao que chamáramos antes ar livre ... Bom, só bom, as noites de veludo, convidando a dormir na relva, no chão...
Parece-me que era a informação que me faltava sobre a minha situação de velha senhora e senhora velha : não tendo trazido de nova o hábito de me despir e banhar em mar, rio ou piscina, não me é possível agora atenuar o sofrimento do calor, passando as piores horas, quase despida e a entrar na piscina a cada momento. Isso o faziam os meus amigos com quem estava e para eles eu percebi que toda aquela agressão da Natureza era bastante mais suportável.
Regressada ao conforto do ar condicionado da minha casa, aqui estou resistindo a esta infernal canícula com que este Verão nos tem presenteado. Lisboa está seca e poeirenta, mas mesmo assim pode ajudar-nos melhor do que esse martirizado país interior que tiranizou as minhas férias...

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem Vinda !!!
Parece que finalmente Lisboa refrescou com a sua chegada.

um beijo Vera

Camões XXI disse...

Olá Maria de Lourdes,

enfim ... as férias nem sempre são como desejamos e/ou sonhamos.

eu próprio tirei férias para ver partir familiares meus de férias para a eternidade... O que me dá alent é acreditar que esse seja o melhor destino que um dia poderemos ter ... chegar junto do Senhor!

No entanto, apesar de nem sempre as nossas férias serem "gozadas" da forma que mais nos é agradável, há sempre lições para tirar e aprender, por mais pequeninas e insigunificantes que possam parecer.

Espero que, pelo menos nesse sentido, tenham valido a pena.

Continuo a aguardar uma visita sua no meu blog.

Continuação de um bom Verão, se bem que agora com ar-condicionado ...


Melhores cumprimentos.

Cácian.Castro disse...

"Já vivi tanto que me parece ter vivido muitas vidas. " ADOREI!
Parabéns pelo blog...
pretendo ainda, nesta vida, conhecer Lisboa!

Um abraço,
Cácian Castro

Talita Braga disse...

Como escreves bem!
Estou encantada!
Um grande abraço, cheio de admiração!