DO EVANGELHO segundo SÃO LUCAS :...e donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor ?... É esta a pergunta de Isabel, mal vê entrar.lhe pela casa, vinda de longe, a sua jovem prima grávida do filho de DEUS, não podendo conter exclamações de uma surpresa feliz, a juntar ao enlevo do seu surpreendente estado de mulher grávida fora de qualquer expectativa anterior.
Isto parece talvez ridículo, mas ontem, pelo fim da tarde, ocorreu.me esta reacção de Isabel quando vou abrir a minha porta e a visita que batera era nem mais nem menos que Monsenhor Feytor Pinto que, como prior da minha paróquia , vinha em pessoa trazer.me a natalícia visita do MENINO JESUS... DONDE ME É DADO QUE... ... saltam- me estas palavras de Isabel aos lábios e náo puderam deixar de saltar-me lágrimas dos olhos. De que seriam feitas estas lágrimas, todas as que ainda correram mesmo depois da saída do MENINO ? Não eram só água e cloreto de sódio, como as de que fala Gedeão... Alegria, sim, muita. Num meu livro de há anos, terminei um dos poemas com a pergunta "foi Deus que pensou em mim ?" Presunção, agradecimento, vergonha... Sim, sim, muita vergonha, porque sei de ciência segura que não mereço... Diz Isabel feliz daquela que acreditou...Mas eu ? Só eu sei, quanto me ponho em causa ! ! !
Mas não há dúvida de que este ficou sendo para mim um dos meus MAIORES dias.Abençôe o Senhor Deus os "mensageiros da paz" que quiz mandar-me ...
27 dezembro 2012
25 dezembro 2012
DIA DE NATAL
É O BRAÇO DO ABETO A BATER NA VIDRAÇA?
É O PONTEIRO PEQUENO A CAMINHO DA META !
CALA-TE, VENTO VELHO ! É O NATAL QUE PASSA,
A TRAZER-ME DA ÁGUA A INFÂNCIA RESSURRECTA.
DA CASA ONDE NASCI VIA-SE PERTO O RIO.
TÃO NOVOS OS MEUS PAIS, TÃO NOVOS NO PASSADO !
E O MENINO NASCIA A BORDO DE UM NAVIO
QUE FICAVA NO CAIS,À NOITE, ILUMINADO...
Ó NOITE DE NATAL, QUE TRAVO A MARESIA!
DEPOIS,FUI NÃO SEI QUEM QUE SE PERDEU NA TERRA
E QUANTO MAIS NA TERRA A TERRA ME ENVOLVIA
MAIS DA TERRA FAZIA O NORTE DE QUEM ERRA.
VEM TU, POESIA, VEM AGORA CONDUZIR-ME
À BEIRA DESSE CAIS ONDE JESUS NASCIA...
SEREI DOS QUE AFINAL, ERRANDO EM TERRA FIRME,
PRECISAM DE JESUS, DE MAR...OU DE POESIA ?
AUTOR DAVID MOURÃO FERREIRA´
É O PONTEIRO PEQUENO A CAMINHO DA META !
CALA-TE, VENTO VELHO ! É O NATAL QUE PASSA,
A TRAZER-ME DA ÁGUA A INFÂNCIA RESSURRECTA.
DA CASA ONDE NASCI VIA-SE PERTO O RIO.
TÃO NOVOS OS MEUS PAIS, TÃO NOVOS NO PASSADO !
E O MENINO NASCIA A BORDO DE UM NAVIO
QUE FICAVA NO CAIS,À NOITE, ILUMINADO...
Ó NOITE DE NATAL, QUE TRAVO A MARESIA!
DEPOIS,FUI NÃO SEI QUEM QUE SE PERDEU NA TERRA
E QUANTO MAIS NA TERRA A TERRA ME ENVOLVIA
MAIS DA TERRA FAZIA O NORTE DE QUEM ERRA.
VEM TU, POESIA, VEM AGORA CONDUZIR-ME
À BEIRA DESSE CAIS ONDE JESUS NASCIA...
SEREI DOS QUE AFINAL, ERRANDO EM TERRA FIRME,
PRECISAM DE JESUS, DE MAR...OU DE POESIA ?
AUTOR DAVID MOURÃO FERREIRA´
23 dezembro 2012
4ª DOMINGO DE ADVENTO
HÁ TRÊS DIAS SEGUIDOS EM QUE MANHÃS,MANHÃSINHAS, ENVOLVEM O MEU BOM DIA À "MINHA" ÁRVORE NUM MANTO TRANSLÚCIDO E AROMÁTCO ESTIMULANDO.A A DEIXAR ESCORRER GOTAS DE HUMIDADE MUITO FRIA QUE VAI POLVILHANDO TUDO PARECENDO PÉROLAS QUE SE DESFAZEM AO CALOR DA MINHA MÃO... É A BELEZA DO NEVOEIRO MUITO MAIS DENSO NOS LONGES QUE. POR CONTRASTE,TORNA A MINHA ÁRVORE MAIS REAL... ASSIM CHEG UEI HOJE AO TERMO DESTE MEU TEMPO DE REZAR ESPERANÇA MUITO MAIS DO QUE NOUTRAS OCASIÕES. FINDO O PERÍODO DE ESPERA, ACOLHER.SE.ÃO AS MINHAS MADRUGADAS NA DELICIOSA SUGESTÃO DE QUE HÁ MESMO UM CERTO LUGAR ONDE ALGO ENCONTRAREMOS, SE ESTES DELICIOSOS NEVOEIROS CONTINUAREM A AFAGAR AS MINHAS RECEOSAS MANHÃS DE CADA DIA SEM ELES...A PARTIR DE AGORA É MESMO PRECISO DESCER Á REALIDADE QUE NOS ASSUSTA MAS POSSO DIZER QUE TIVE UM BOM QUINHÃO DE SONHO PARA GARANTIA DE RENOVADAS FORÇAS, 0U ANTES, DE RENOVADA FÉ...
18 dezembro 2012
O ESSENCIAL É...blog
De tantas sobrinhas que tenho, sobrinhas-netas e também já bisnetas, por razões complicadas e longas de explicar, há uma com quem a relação familiar, social,intelectual, se estratificou mais facilmente, mais forte e permanente, e há muitas pessoas que até pensam que eu só tenho uma sobrinha,visto que é dela que falo quando se fala de sobrinhos. Por acaso até foi uma das razões que me levou a "fugir" do face-book foi o susto que tive ao ver aparecer subitamente todos os sobrinhos e sobrinhas que me vieram do lado do irmão do meu marido,com as mulheres e os maridos e alguns filhos deles, todos juntos a quererem falar comigo, não estando eu habituada a estar com todos senão de uma maneira "faseada"...Sei que gostam de mim porque mo têm vindo dizer de várias maneiras e esta foi uma delas, mas a minha intimidade é com a Vera, seu marido e suas meninas.Temos muitas coisas em comum além do apelido e isso cria laços diferenciados.
Pois hoje apareceu-me com o seu grau de mestrado,para o qual tanto trabalhou. Fez uma boa argumentação, os arguentes gostaram e ei-la pronta para ser MESTRE na sua especialidade de desenhista científica e também ilustradora. Fiquei feliz. Os seus trabalhos são lindos,duma delicadeza que parecem imateriais,sendo minuciosamente cheios de pormenores. Tomei isto hoje como uma prenda de Natal...
Pois hoje apareceu-me com o seu grau de mestrado,para o qual tanto trabalhou. Fez uma boa argumentação, os arguentes gostaram e ei-la pronta para ser MESTRE na sua especialidade de desenhista científica e também ilustradora. Fiquei feliz. Os seus trabalhos são lindos,duma delicadeza que parecem imateriais,sendo minuciosamente cheios de pormenores. Tomei isto hoje como uma prenda de Natal...
16 dezembro 2012
3º DOMINGO DO ADVENTO
É hoje aquele domingo em que os senhores padres dizem missa vestidos com paramentos cor-de-rosa.Creio que só por si esta cor vem lembrar-nos que se trata daquele dia litúrgico que recebeu o nome de GAUDETE , imperativo que pretende levar-nos a uma radiante alegria porque...porque, clama o profeta SOFONIAS e re- clama São PAULO ao escrever aos Filipenses, está para breve a chegada do SALVADOR, mais para breve cada dia que passa... E acreditar no SALVADOR,quando já se tinha passado por todas as razões para desmoronar-se, tanto material, como espiritual, como moralmente, é bem motivo para alegrar-se, rejubilar...vestir cores de confiança,de esperança... Se não fosse a Fé que temos, dom magnífico que recebemos sem pedir, como arranjaríamos jeito e modo de dizer hoje , com Sofonias, gaudete, no coração deste MUNDO on de se matam crianças com a crueldade das feras, onde os fantásticos meios de progresso que criámos nos trazem para dentro d o cantinho onde até rezamos, mães com filhos pela mão a remexer nos lixos noturnos da cidade para encontrarem ou um trapo que os cubra do frio ou uma côdea de pão meio roído que lhes engane a fome ?QUEREMOS,queremos desesperadamente poder milagrosamente dizer GAUDETE a todos,não apenas aos amigos, não apenas à paróquia, não apenas ao nosso mundo, enquanto vamos percorrendo este advento que vai levando tudo em seu caudal...
Será NATAL , isso temo-lo por certo. E também acredito que não seremos abandonados ! ! !
Será NATAL , isso temo-lo por certo. E também acredito que não seremos abandonados ! ! !
09 dezembro 2012
2ºDOMINGO DO ADVENTO
Se Baruc explodia em clamores estimulantes para a sua terra de que estivera privado, então JOÃO BAPTISTA gritava no deserto, a plenos pulmões, para que"endireitassem" veredas e montes e vales,podassem arvoredos, limpassem ramadas espúrias, preparassem enfim um caminho não tortuoso para poder ser pisado por aqueles amados pés do Filho de Deus a caminhar para a tarefa a que viria votado e que era nem mais nem menos do que a salvação da humanidade.Diz.nos o Salmo que o Senhor fez maravilhas em favor do seu povo...Tantas, tantas maravilhas... E O "seu povo", fiquei eu a meditar hoje, que nem sequer fez, como se poderia esperar, a limpeza das veredas e o aparo dos ramos espúrios...! ! !
08 dezembro 2012
DIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
---DE UMA DAS HOMILÍAS DAS MISSAS DE HOJE:
---O SIM DE MARIA NO DIA QUE HOJE CELEBRAMOS FOI A NOSSA ADESÃO A ESTA FÉ QUE NOS ACOLHE E LEVARÁ SEM MESMO SABERMOS ATÉ ONDE..
---O SIM DE MARIA NO DIA QUE HOJE CELEBRAMOS FOI A NOSSA ADESÃO A ESTA FÉ QUE NOS ACOLHE E LEVARÁ SEM MESMO SABERMOS ATÉ ONDE..
07 dezembro 2012
UMA CANÇÃO INESPERADA
Nesta época de duas ou três semanas anteriores ao Natal,só mesmo quem não tem "habilidades" nenhumas que mereçam ser mostradas,deixa de procurar publicar, propôr, oferecer,vender, não só na procura de fazer negócio como na de pura e simplesmente mostrar-se,agradar e quiçá tentar ganhar um público.Isto é muito visível nos escritores de todos os géneros de literatura e também nos músicos,autores e intérpretes. Foi assim que aconteceu agora com um grupo de autores e cantores muito estimados e apreciados pelo público que lhes é fiel há bastantes anos. Claro que o factor originalidade tem um enorme peso no que nos vão oferecendo e então de que se lembraram agora ? Bonito, original, de agrado certo e bem inserido na época e no ambiente em que se vive, pois mesmo o PADRE NOSSO ! A música é suave e as palavras,( o que se chama vulgarmente a letra, de toda uma missa) em que está incluido o verdadeiro Padre Nosso,em latim, pois!
Resolvi escrevê-lo então, porque me parece que facilmente poderá aprendê-lo lendo-o quem acaso aqui venha a este espaço e queira cantá-lo...Porque é linda a canção-
Pater noster qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum.Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.Panem nostrum quotidianum da nobis hodie et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris.Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo . Amen
Resolvi escrevê-lo então, porque me parece que facilmente poderá aprendê-lo lendo-o quem acaso aqui venha a este espaço e queira cantá-lo...Porque é linda a canção-
Pater noster qui es in caelis, sanctificetur nomen tuum. Adveniat regnum tuum.Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.Panem nostrum quotidianum da nobis hodie et dimitte nobis debita nostra sicut et nos dimittimus debitoribus nostris.Et ne nos inducas in tentationem, sed libera nos a malo . Amen
02 dezembro 2012
1º domingo de ADVENTO
Fico sempre encantada,nas minhas leituras da Bíblia com a riqueza das metáforas que, pelo visto, era habitual em qualquer forma de comunicação entre pessoas mais ou menos cultas fossem elas. Profetas.sacerdotes, pescadores, cobradores de impostos, viúvas pobres,soldados... Hoje entrámos num novo ano litúrgico - o ano C - e teremos o evangelista SÃ0 LUCAS que seria o mais culto de todos, até mesmo médico,de formação,e talvez o maior admirador de Nossa Senhora. Pois não foge a deixar-nos naquela suspeição de um fim de mundo haverá sinais no sol e na lua e ... ...angústia entre as nações que ficarão perturbadas com o rugido e a agitação do mar... velai e orai para terdes forças para fugir a tudo isto que está para acontecer...Fim de mundo de que hoje e agora as pessoas mais crédulas e temerosas insistem em pressupor para breve e a conversar sobre ele. Dias virão..., diz JEREMIAS, e vale-nos a sua promessa de que fará nascer um rebento justo... e Jerusalem viverá segura.
Não posso. nem quero deixar de recordar aqui a alegria do profeta BARUC que regressado do cativeiro clama alto ERGUE-TE JERUSALEM, SOBE AO ALTO ! Ainda ontem nós portugueses celebrávamos a libertação do nosso cativeiro no século XVII, e por isso também queremos hoje clamar:SUBAMOS AO ALTO ! Esta será a nossa metáfora deste 1ºdomingo do Advento-século XXI onde o eco dos acontecimentos milenares ressoa e a recomendação de SÃO LUCAS tem toda a pertinência.
Não posso. nem quero deixar de recordar aqui a alegria do profeta BARUC que regressado do cativeiro clama alto ERGUE-TE JERUSALEM, SOBE AO ALTO ! Ainda ontem nós portugueses celebrávamos a libertação do nosso cativeiro no século XVII, e por isso também queremos hoje clamar:SUBAMOS AO ALTO ! Esta será a nossa metáfora deste 1ºdomingo do Advento-século XXI onde o eco dos acontecimentos milenares ressoa e a recomendação de SÃO LUCAS tem toda a pertinência.
01 dezembro 2012
1640
Isto é uma "fatia" de uma Espanha que todos os portugueses visitam : em Granada, ao fundo a Sierra Nevada, e tudo e tudo ... Vai-se por gosto e quer pela neve aqui tão perto, quer pelas muralhas,quer pelo arabismo que se pode conhecer também tão perto,as pessoas vão ( ainda há pouco tempo era até pelos caramelos ) . E lembrarmo-nos nós de que se construiu em tempos aquele provérbio De Espanha nem bom vento nem bom casamento... Teria sido já depois do 1640 ? Agora é 1º de Dezembro e até vai deixar de ser feriado... Nós estamos com os espanhóis na U E e passam eles maus bocados como nós . Tudo está mudado e mudando nas relações até entre países e o que é hoje pode já não ser àmanhã... Vamos lá comendo os velhos caramelos para aguentarmos de cara alegre coisas tristes que se querem esquecidas, ao que parece... Mas não esqueceremos o jeito de atirar pela janela fora algum MIGUEL DE VASCONCELOS que se lembre de aparecer por aí... Até eu lá iria ajudar...
29 novembro 2012
ANTES AINDA DO ADVENTO
Reparando com atenção acabo de verificar que o tipo de letra pequenina sobre fundo preto faz de alguns dos meus blogs uma coisa um bocado sinistra...
Hoje aumento o tamanho da letra e não aumento muito mais porque pareceria a despropósito... Mas não era ! Se usasse uma letra enorme,seria pelo menos de acordo com a alegria do meu contentamento agora( não me enganei ao falar da alegria do contentamento, pois sabemos muito bem quantas vezes pode acontecer contentamento= satisfação de uma vontade, sem haver alegria nenhuma ). E porque digo "agora" ? Também porque me está acontecendo cada vez menos a alegria e se às vezes parece acontecer, rapidamente surge algo que a amortece... Tudo isto porque vem aí o Natal. E,não se sendo criança ou não se tendo uma família, a Festa que nasceu por causa da FAMÍLIA e da CRIANÇA, perde toda a sua razão de ser FESTA. Passa a ser mais uma reunião social que será levada para o lado que a imaginação, a criatividade, a vontade de fazer festa, e a capacidade financeira quiserem ou permitirem que ela penda.Quem, como eu, não tem família nem crianças a fazerem parte da sua vida, que prazer pode tirar de festividades que( pondo agora de parte o verdadeiro calor da crença religiosa ) só levantam o pó de lembranças há muito enterradas de propósito na fundura do que preferimos não lembrar ?
É isso ! Preferir não lembrar... É uma época que temos forçosamente que viver, como se fosse um túnel que se tem que vencer para chegar ao lado d e lá...
E não posso nem quero ser tão pouco grata que não guarde no coração a imensa ternura de amigos que nesta época me têm envolvido em provas de um amor incomparável, de um amor que só pode ser uma prova concreta da presença de Deus a olhar por nós. ... Mas eu e a minha solidão estamos em ferida, nestes dias. É bem melhor que ninguém desconfie ...
Então, retomando o meu fio inicial da alegria, direi que mais uma vez Deus veio ao meu caminho.Como vai fazer? Onde vai querer estar? E quando? E como? Nós queremo-la cá... Vai mesmo ser. Terei um Natal ! ! ! Como todos os outros que me têm dado . Eu é que sei que os não mereço. Que os mereço sempre menos... Por isso a alegria maior agora !
Hoje aumento o tamanho da letra e não aumento muito mais porque pareceria a despropósito... Mas não era ! Se usasse uma letra enorme,seria pelo menos de acordo com a alegria do meu contentamento agora( não me enganei ao falar da alegria do contentamento, pois sabemos muito bem quantas vezes pode acontecer contentamento= satisfação de uma vontade, sem haver alegria nenhuma ). E porque digo "agora" ? Também porque me está acontecendo cada vez menos a alegria e se às vezes parece acontecer, rapidamente surge algo que a amortece... Tudo isto porque vem aí o Natal. E,não se sendo criança ou não se tendo uma família, a Festa que nasceu por causa da FAMÍLIA e da CRIANÇA, perde toda a sua razão de ser FESTA. Passa a ser mais uma reunião social que será levada para o lado que a imaginação, a criatividade, a vontade de fazer festa, e a capacidade financeira quiserem ou permitirem que ela penda.Quem, como eu, não tem família nem crianças a fazerem parte da sua vida, que prazer pode tirar de festividades que( pondo agora de parte o verdadeiro calor da crença religiosa ) só levantam o pó de lembranças há muito enterradas de propósito na fundura do que preferimos não lembrar ?
É isso ! Preferir não lembrar... É uma época que temos forçosamente que viver, como se fosse um túnel que se tem que vencer para chegar ao lado d e lá...
E não posso nem quero ser tão pouco grata que não guarde no coração a imensa ternura de amigos que nesta época me têm envolvido em provas de um amor incomparável, de um amor que só pode ser uma prova concreta da presença de Deus a olhar por nós. ... Mas eu e a minha solidão estamos em ferida, nestes dias. É bem melhor que ninguém desconfie ...
Então, retomando o meu fio inicial da alegria, direi que mais uma vez Deus veio ao meu caminho.Como vai fazer? Onde vai querer estar? E quando? E como? Nós queremo-la cá... Vai mesmo ser. Terei um Natal ! ! ! Como todos os outros que me têm dado . Eu é que sei que os não mereço. Que os mereço sempre menos... Por isso a alegria maior agora !
25 novembro 2012
Domingo de CRISTO REI
Imaginemos Daniel nas suas visões da noite, a presenciar,entre as nuvens dos céus, a entronização daquela figura de Homem mal definida, junto do divino Ancião. Ecoam, reboam como sinos festivos provindo do APOCALIPSE « A ELE A GLÓRIA E O PODER PELOS TEMPOS SEM FIM» Podemos, nós mesmos vê.lo caminhar entre as nuvens,clamando com voz poderosa " Eu sou o alfa e 0 ómega, aquele que É,que Era e que Há-de Vir".
É verdadeiramente fascinante sentirmo-nos envolvidos nesta atmosfera rescendendo ás grandiosidades repassadas dos comuns luxos orientais da época em que São João visionava as suas apoteóticas cenas do Apocalipse! A juntar a toda esta grandiosidade, somos ainda ofuscados pela luz majestática que se filtra através de cada palavra do Salmo 93: Reina o Senhor vestido de esplendor . mais potente que o fragor do mar é o Senhor majestoso nas alturas...
Como não temeria PILATOS tamanha rivalidade quando perguntando a Jesus se ele era rei,ouviu como resposta «É COMO DIZES, SOU REI !»
A frase única e necessária naquela hora de definições, mas de humildade,
É verdadeiramente fascinante sentirmo-nos envolvidos nesta atmosfera rescendendo ás grandiosidades repassadas dos comuns luxos orientais da época em que São João visionava as suas apoteóticas cenas do Apocalipse! A juntar a toda esta grandiosidade, somos ainda ofuscados pela luz majestática que se filtra através de cada palavra do Salmo 93: Reina o Senhor vestido de esplendor . mais potente que o fragor do mar é o Senhor majestoso nas alturas...
Como não temeria PILATOS tamanha rivalidade quando perguntando a Jesus se ele era rei,ouviu como resposta «É COMO DIZES, SOU REI !»
A frase única e necessária naquela hora de definições, mas de humildade,
24 novembro 2012
ANTÓNIO GEDEÃO
... sobe. luisa. sobe... que eles não sabem que o sonho é uma constante na vida... ... que o sonho comanda a vida...É GEDEÃO, claro !
Faria hoje 91 anos. Conheci-o bem e fui amiga da Natália,sua mulher.Todos nós"sabíamos" escrever, mas cada um em seu "tom" sendo naturalmente o de António o mais elevado, simples no fraseado, como simples era o autor, no seu convívio . Sendo por formação académica um homem das Ciências isso mesmo o levava a uma aplicação quase esquematizada das situações da vida de todos os dias que lhe era patenteada quer através das dezenas de alunos,quer pelo que a sua sensibilidade captava em cada ocasional cruzamento de rua da grande cidade ( SOBE LUISA... A LÁGRIMA - nem vestígios de ódio...água e cloreto de sódio...). Introvertido por natureza, era de uma clarividência amável e junto dele respirava-se segurança . Tranquilidade, dizia a Natália que era romancista com uma capacidade de compreensão que lhe permitiu sempre produzir retratos fiéis daquela geração em que tínhamos á mão um sem número de traduções dos franceses da Françoise Sagan, do Camus ou da Beauvoir...
Serenamente Gedeão diria:
Compreende-se.
Lá para o ano três mil e tal
É tudo um vastíssimo cemitério
cacos, cinzas, e pó...
E o nosso sofrimento, pra que serviu, afinal ?
Para que o lembremos com saudade e admiração, sempre, quero eu dizer aqui, hoje.
Faria hoje 91 anos. Conheci-o bem e fui amiga da Natália,sua mulher.Todos nós"sabíamos" escrever, mas cada um em seu "tom" sendo naturalmente o de António o mais elevado, simples no fraseado, como simples era o autor, no seu convívio . Sendo por formação académica um homem das Ciências isso mesmo o levava a uma aplicação quase esquematizada das situações da vida de todos os dias que lhe era patenteada quer através das dezenas de alunos,quer pelo que a sua sensibilidade captava em cada ocasional cruzamento de rua da grande cidade ( SOBE LUISA... A LÁGRIMA - nem vestígios de ódio...água e cloreto de sódio...). Introvertido por natureza, era de uma clarividência amável e junto dele respirava-se segurança . Tranquilidade, dizia a Natália que era romancista com uma capacidade de compreensão que lhe permitiu sempre produzir retratos fiéis daquela geração em que tínhamos á mão um sem número de traduções dos franceses da Françoise Sagan, do Camus ou da Beauvoir...
Serenamente Gedeão diria:

Lá para o ano três mil e tal
É tudo um vastíssimo cemitério
cacos, cinzas, e pó...
E o nosso sofrimento, pra que serviu, afinal ?
Para que o lembremos com saudade e admiração, sempre, quero eu dizer aqui, hoje.
23 novembro 2012
THANKSGIVING DAY - CELEBRAÇÃO FAMILIAR
Este fascínio que tenho pelo especial carinho que leva todo um povo a entender dever criar um dia SÓ dedicado a agradecer o bem e o bom e na verdade aVIDA,com todas as suas vicissitudes, faz com que eu não deixe passar este dia sem um pensamento especial, uma oração das muitas que crio numa intimidade só minha... E assim, lá fui buscar um lembrete feito há dois anos, mas vou juntar.lhe certamente algo que o deslizar do tempo, agora tão pesado, me lembrou:
Creio que foi o presidente Lincoln que, ainda durando a guerra civil americana , decidiu criar este dia votado ao agradecimento a Deus. Do que tenho lido, deduzo que há muitas hipóteses sobre a data de origem desta vontade de agradecer, tanto no que à cidade ou região se refere, como no que na verdade se agradece, mas o certo, certo ,é que na base sempre aparece a ligação à Terra, às colheitas, aos bons resultados de um ano de trabalho. Surgiram as refeições festivas com a família reunida na mesma alegria e lá apareceu o belo perú que foi alimentado dos produtos da terra e que, naturalmente grande, fazia o "prato forte" da festa...E para os americanos , canadianos e até por ligaçóes que desconheço, para os holandeses, nunca mais deixou de se ligar o mais belo perú da quinta á alegria gourmet destas celebrações de perto de um final de.ano maisou menos feliz e bem sucedido.
Por tudo isto, foi com um enorme sorriso e com um verdadeiro encantamento que vi hoje,num noticiário televisivo, um lindíssimo exemplar de perú deslumbrantemente branco e de penas entufadas como uma borla de pó de arroz dos velhos tempos, ser oferecido ao presidente Obhama e ser por ele aceite em cerimónia pública e com direito a um pequeno discurso brincalhão...
Hoje sou eu que faço aqui no meu canto o meu pequeno thanksgiving por ainda haver neste mundo corroído de pesados sentimentos, intrincadamente mal-pensantes, um presidente que aceita entrar publicamente numa das mais inocentes e significativas brincadeiras que ajudam a alegrar e congregar o "seu" povo,,,
Creio que foi o presidente Lincoln que, ainda durando a guerra civil americana , decidiu criar este dia votado ao agradecimento a Deus. Do que tenho lido, deduzo que há muitas hipóteses sobre a data de origem desta vontade de agradecer, tanto no que à cidade ou região se refere, como no que na verdade se agradece, mas o certo, certo ,é que na base sempre aparece a ligação à Terra, às colheitas, aos bons resultados de um ano de trabalho. Surgiram as refeições festivas com a família reunida na mesma alegria e lá apareceu o belo perú que foi alimentado dos produtos da terra e que, naturalmente grande, fazia o "prato forte" da festa...E para os americanos , canadianos e até por ligaçóes que desconheço, para os holandeses, nunca mais deixou de se ligar o mais belo perú da quinta á alegria gourmet destas celebrações de perto de um final de.ano maisou menos feliz e bem sucedido.
Por tudo isto, foi com um enorme sorriso e com um verdadeiro encantamento que vi hoje,num noticiário televisivo, um lindíssimo exemplar de perú deslumbrantemente branco e de penas entufadas como uma borla de pó de arroz dos velhos tempos, ser oferecido ao presidente Obhama e ser por ele aceite em cerimónia pública e com direito a um pequeno discurso brincalhão...
Hoje sou eu que faço aqui no meu canto o meu pequeno thanksgiving por ainda haver neste mundo corroído de pesados sentimentos, intrincadamente mal-pensantes, um presidente que aceita entrar publicamente numa das mais inocentes e significativas brincadeiras que ajudam a alegrar e congregar o "seu" povo,,,
20 novembro 2012
SELMA LAGERLOF
Numa das minhas leituras de jornais matinais acabo de ler que hoje seria de festejar o aniversário de Selma Lagerlof e não houve maneira ( nem razão) para calar um tumulto de recordações que o nome dessa escritora sueca veio agitar na minha memória. Ela viveu nas duas 2ª e 1ª metades respectivamente dos séculos XIX e XX e em 1909 recebeu o prémio Nobel da Literatura.Tem uma numerosa produção literária mas, quanto a mim, a sua enorme glória foi A viagem maravilhosa de Niels Olgersson um infanto-juvenil que preencheu de sonhos umas férias grandes, em S.Pedro de Moel, teria eu cerca de 14 ou 15 anos. As férias em S.Pedro eram por si mesmas a abertura para aquele imenso mar cuja ausência de limites me sugestionava e estimulava as ambições de liberdade em mim inatas, o piar das gaivotas nas manhãs tapadas de nevoeiro, o aroma dos pinhais a enrolar-se na maresia...e os gansos do Niels Olgersson a rasgarem horizontes sobre um mundo a descobrir... Foi de não poder esquecer nunca! Lamento quando aos meus jovens alunos de agora não seja aconselhada a leitura desta extraordinária autora cuja obra e o seu visionamento nórdico só enriquece o panorama europeu da literatura.
18 novembro 2012
vem chegando ...
Que o tempo voa, que ainda ontem era verão e já só se fala em Natal, é uma realidade que se não pode refutar. Oiço muito dizer que isto é uma consequência da ansiedade comercial que acaba por se alargar a tudo o que nos rodeia. Eu sinto na minha vida que o desenrolar das estações e das épocas se acelerou proporcionalmente com o crescimento do número dos meus anos vividos, e atribuo isso ao facto de que aprecio tanto cada particularidade que caracteriza cada parcela do ano vivido, que tenho pena de náo poder prolongar o prazer dessa vivência por mais tempo...Concentrei-me hoje, na celebração da missa no facto de só nos faltar o próximo domingo dedicado ao Cristo-Rei para estar acabado este ano litúrgico e estarmos de facto às portas do Advento. É verdade que jornais, revistas e televisão e rádio já ha um bom par de semanas nos estão manipulando os desejos e a cobiça para as famosas compras sem as quais parece que não haveria o nascimento do Menino Jesus e a ofertas que lhe fizeram esses míticos Reis Magos... Mas o Advento, meu Deus, quanta beleza naquela espera meio mãgica, transportadora, ela sim de quantas alegres esperanças ! ! ! Escuso de tornar mais clara a minha preferência por esta época e então, talvez por isso, atentei hoje pela primeira vez, chamada a minha atenção pela homilia do sacerdote, que a linguagem destes últimos evangelhos do ano nos transporta por vezes para o tom apocalíptico e nos pode induzir à previsão de uma vida eterna que realmente o Senhor,nosso Deus, projecta para os fieis à misericórdia do seu Amor sem limites como o de um Pai que tão bem conhece os filhos que tem...
11 novembro 2012
Sendo hoje domingo e Dia de São Martinho,não quero deixar de anotar umas quantas considerações não só por um, como pelos dois motivos.Na liturgia do dia de hoje era impossível ficar indiferente, já por se tratar de viúvas como figuras em evidência, e especialmente de viú
vas pobres cujas possibilidades financeiras eram abaixo de permitirem qualquer tipo de generosidade. A viúva de Sarepta não tinha de que fazer pão para si e seu filho quando econtrou Elias (Livro dos Reis) e a viúva que Jesus viu na Sala do Tesouro a deixar as últimas das parcas moedas que possuia (São Marcos), ficariam a viver de esmolas ou então sucumbiriam à míngua, se não fosse a resposta que apenas a misericórdia de Deus pode dar a todos aqueles que nEle confiam e são capazes de ser generosos até à derradeira migalha exactamente porque confiam sem cálculos, sem" arriéres pensées". Que belo e quão a-propósito este quadro de meditação!
Do querido São Martinho, o doce Bispo de Tours, que recebeu a homenagem de umas renascidas rosas nos jardins das casas por onde passava o cortejo que o levava a enterrar,lembrei uma vez mais as populares relações que prendem a sua memória às actividades da lavoura, no começo dos frios, carnes,vinhos e frutos rijos e também não ficou esquecida a mais célebre capa militar rasgada ao meio para cobrir do frio um pobre semi-nu..
Foi todo um renovar do apelo ao nosso AMOR pelo "outro" nas mais inesperadas situações, este Domingo que mesmo sem ser "feriado" nos permitiu prestar homenagem a tanta situação que a merecia...
vas pobres cujas possibilidades financeiras eram abaixo de permitirem qualquer tipo de generosidade. A viúva de Sarepta não tinha de que fazer pão para si e seu filho quando econtrou Elias (Livro dos Reis) e a viúva que Jesus viu na Sala do Tesouro a deixar as últimas das parcas moedas que possuia (São Marcos), ficariam a viver de esmolas ou então sucumbiriam à míngua, se não fosse a resposta que apenas a misericórdia de Deus pode dar a todos aqueles que nEle confiam e são capazes de ser generosos até à derradeira migalha exactamente porque confiam sem cálculos, sem" arriéres pensées". Que belo e quão a-propósito este quadro de meditação!
Do querido São Martinho, o doce Bispo de Tours, que recebeu a homenagem de umas renascidas rosas nos jardins das casas por onde passava o cortejo que o levava a enterrar,lembrei uma vez mais as populares relações que prendem a sua memória às actividades da lavoura, no começo dos frios, carnes,vinhos e frutos rijos e também não ficou esquecida a mais célebre capa militar rasgada ao meio para cobrir do frio um pobre semi-nu..
Foi todo um renovar do apelo ao nosso AMOR pelo "outro" nas mais inesperadas situações, este Domingo que mesmo sem ser "feriado" nos permitiu prestar homenagem a tanta situação que a merecia...
06 novembro 2012
No dia de anos de SOPHIA
Era límpida a luz
derramada,sem mancha,
sobre as vagas inquietas
a espumar, a escorrer sobre a areia.
Era princípio ainda;
do dia impuro nada se sabia.
Havia apenas, amplo,iniciático.
o lugar para os sonhos de partida...
Se chegava a ouvir-se o canto da sereia,
ou se apenas o som cavo, enigmático,
das grutas onde nasce a maresia,
quem podia saber ?Quem poderia ?
Misteriosamente
abriam-se horizontes
entre reminiscências de passado...
No ar, repercutia
um murmúrio salgado e insistente
apenas a lembrar.nos que existia
o areal, a praia, o MUNDO de SOPHIA !
do meu livro Sinestesias
derramada,sem mancha,
sobre as vagas inquietas
a espumar, a escorrer sobre a areia.
Era princípio ainda;
do dia impuro nada se sabia.
Havia apenas, amplo,iniciático.
o lugar para os sonhos de partida...
Se chegava a ouvir-se o canto da sereia,
ou se apenas o som cavo, enigmático,
das grutas onde nasce a maresia,
quem podia saber ?Quem poderia ?
Misteriosamente
abriam-se horizontes
entre reminiscências de passado...
No ar, repercutia
um murmúrio salgado e insistente
apenas a lembrar.nos que existia
o areal, a praia, o MUNDO de SOPHIA !
do meu livro Sinestesias
02 novembro 2012
Dia de Finados

01 novembro 2012
No dia 31 de outubro
Falta a luz dos teus olhos na paisagem;
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam à procura
da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
muram a tua ausência.
Sem transparência,
o mesmo rio que te reflectiu
afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por te não ver, a Vida anoiteceu
à hora em que teria amanhecido...
de Miguel Torga
28 outubro 2012
O cego á beira da estrada - hoje
O cego Batimeu que vivia sentado à beira da estrada.
Quando ouviu dizer que toda aquela movimentação à saída de Jericó era devida á presença de Jesus, começou a implorar em altos gritos «Jesus,filho de David,tem piedade de mim ».Repreendiam-no para que se calasse,mas ele cada vez gritava mais.«Filho de David,tem piedade de mim». Jesus então parou e disse: chamai-o ! Chamaram o cego e disseram-lhe : coragem,levanta-te. que ele está a chamar por ti. Ele atirou fora a capa ,deu um salto e foi ao encontro de Jesus que lhe perguntou:«Que queres que eu te faça ?» O cego respondeu :«Que eu veja,Mestre» Respondeu-lhe Jesus:«Vai, que a tua fé te salvou» .Logo ele recuperou a vista e começou a seguir Jesus na estrada-
-do Evangelho deSÃO MARCOS, 14, 46-52
Este cego que,à beira da estrada, gritou quanto podia e contra toda a conveniência que o mandava calar, pedindo a misericórdia de Deus através da amorosa comiseração de Jesus, é para mim uma das figuras mais pungentes de toda a imagética dos evangelhos. Sou eu, são todos os que só por um acaso assim poderão encontrar-se com Deus e falar-lhe, não só do que sofrem.mas também de como o esperam nas suas vidas, longamente, confiadamente... É o nosso grito por aí a ecoar nas beiras das estradas deste nosso mundo de agora ! ! !
Para os que não entenderem isto não sei se haverá outras estradas...
Quando ouviu dizer que toda aquela movimentação à saída de Jericó era devida á presença de Jesus, começou a implorar em altos gritos «Jesus,filho de David,tem piedade de mim ».Repreendiam-no para que se calasse,mas ele cada vez gritava mais.«Filho de David,tem piedade de mim». Jesus então parou e disse: chamai-o ! Chamaram o cego e disseram-lhe : coragem,levanta-te. que ele está a chamar por ti. Ele atirou fora a capa ,deu um salto e foi ao encontro de Jesus que lhe perguntou:«Que queres que eu te faça ?» O cego respondeu :«Que eu veja,Mestre» Respondeu-lhe Jesus:«Vai, que a tua fé te salvou» .Logo ele recuperou a vista e começou a seguir Jesus na estrada-
-do Evangelho deSÃO MARCOS, 14, 46-52
Este cego que,à beira da estrada, gritou quanto podia e contra toda a conveniência que o mandava calar, pedindo a misericórdia de Deus através da amorosa comiseração de Jesus, é para mim uma das figuras mais pungentes de toda a imagética dos evangelhos. Sou eu, são todos os que só por um acaso assim poderão encontrar-se com Deus e falar-lhe, não só do que sofrem.mas também de como o esperam nas suas vidas, longamente, confiadamente... É o nosso grito por aí a ecoar nas beiras das estradas deste nosso mundo de agora ! ! !
Para os que não entenderem isto não sei se haverá outras estradas...
27 outubro 2012
25 outubro 2012
LISBOA, portuguesa e cristã
Os portugueses andam tão agastados com a sua vidinha de contas diárias, horárias mesmo, com as inerentes recusas, objecções e desejos do que lhes vai sendo proposto ou imposto por uma política que os arrasta num torvelinho de perguntas e ansiedades muito primárias, que, ou reduzem tudo a uma só conta cujo máximo denominador comum é chegar-lhes o dinheiro, ou então se entregam ao desânimo que os faz desligarem-se de tudo... De tudo, digo eu, daquelas coisas que podiam ainda dar um pouco de graça às suas vidas. Quem se lembrou ontem das bem humoradas e ácidas FARPAS do RAMALHO ORTIGÃO, a ramalhal figura como os seus companheiros de geração e cultura achavam que merecia,por mil razões, ser chamado ? E quem, depois de tantas e tão recentes questiúnculas públicas por causa da redução dos feriados, se lembrou que durante anos e anos o dia de hoje era o FERIADO DA CIDADE ? Em 1148, num 25 de Outubro, Lisboa passou a ser portuguesa e cristã. Não é bonito pensar em todos estes motivos para algum orgulho na nossa condição de PORTUGUESES a podermos falar de um tal Afonso Henriques ao qual, na altura, tantos cavaleiros europeus quiseram ajudar a ser rei de mais uma lindíssima cidade ?
22 outubro 2012
VOLUNTARIADO
Um meu amigo infelizmente já desaparecido, filólogo e poeta, dizia que, tal como as roupas ou as cabeleiras, as palavras também têm modas. Surgem um dia de um a-propósito tão adaptado a uma qualquer situação ou ocorrência que, de adaptadas, passam a adaptáveis, moldáveis mesmo
e aí estamos nós a lembrar-nos de mais esta e aquela aplicação perfeita.
E assim nasce a moda .
Estou agora a falar da palavra voluntário,a e do consequente voluntariado. Embora estejamos a viver uma época em que por mil e uma razões se justifica,ou antes, se torna necessário o voluntariado em quase todos os ramos da actividade humana, a entrada em "moda" da palavra não é de agora. Quero recordar aqui aqueles que, sendo eu menina, tanto admirava por se oferecerem como voluntários para a Guerra Civil de Espanha ,e me pareciam heróis,e bem mais tarde, alguns estrangeiros que conheci,na sua passagem mais ou menos longa por Lisboa e haviam sido voluntários algures, na 2ª Guerra Mundial , e ainda mais adiante alguns que foram voluntários na nossa Guerra de África... O que aconteceu foi que a esfera de acção que a palavra voluntário vai podendo cobrir tem perdido o cariz bélico que eu lhe reconhecia e tem alargado, alargado sempre e tanto ,que hoje é uma imensa planura de caridade a crescer todos os dias mais um bocadinho...
Assim, velhinha, sosinha, trõpega e pouco móbil, foi-me proporcionado pela paróquia a que pertenço, um lote de Senhoras encantadoras e amáveis a todos os títulos que. em voluntariado, me rodeiam de atenções e até carinho que eu acho nem merecer. E elas fazem-no em nome da paróquia. portanto sem quaisquer interesses de agradecimento ou louvor... Mas dão um pouco de alegria aos dias tristes, um poco de esperança quando muitas vezes nem já sabemos o que isso é.ajudam-nos a recobrar entusiasmos por vezes já perdidos e ainda nos ajudam em coisas práticas como sair para ir a uma consulta ou até para tratar de algo pessoal e inadiável...E, sobre tudo, vêm , o que se torna de uma imp ortãncia extraodinária quando vivemos sós. VIR álguém é sempre uma festa !
Quem ler este post já pensou por várias vezes que estou a falar de um voluntariado que não é bem aquele das grandes notícias e das grandes "obras" de que tanto se fala... O dos Hospitais, por exemplo, com a minha espantosa amiga IRMÃ CONCEIÇÃO, claro, E o daquelas pessoas que largam tudo e partem para África, como fez a minha "sobrinha" Vera... Pois. É um mundo imenso de boas vontades, diria eu, de AMOR !
Mas de palavra em moda, passou-se a ACÇÃO de amor. Se não parecesse uma heresia, eu diria que foi um novo verbo que se fez carne, matéria. E foi de tudo isso que o Pároco da minha Freguesia, da minha Paróquia, que dirige amorosamente a Pastoral da Saúde em Portugal, quis fazer neste fim de semana uma profunda meditação que fosse ao mesmo tempo uma "revisão" e um exemplo sugestivos bastante para uma grande e escolhida .assembleia de convidados interessados e interessáveis...
Foi nisso que ,por convite dele, estive profundamente mergulhada, tentando dar algum contributo. Com gosto, com entusiasmo e,indubitavelmente GRATIDÃO
v
e aí estamos nós a lembrar-nos de mais esta e aquela aplicação perfeita.
E assim nasce a moda .
Estou agora a falar da palavra voluntário,a e do consequente voluntariado. Embora estejamos a viver uma época em que por mil e uma razões se justifica,ou antes, se torna necessário o voluntariado em quase todos os ramos da actividade humana, a entrada em "moda" da palavra não é de agora. Quero recordar aqui aqueles que, sendo eu menina, tanto admirava por se oferecerem como voluntários para a Guerra Civil de Espanha ,e me pareciam heróis,e bem mais tarde, alguns estrangeiros que conheci,na sua passagem mais ou menos longa por Lisboa e haviam sido voluntários algures, na 2ª Guerra Mundial , e ainda mais adiante alguns que foram voluntários na nossa Guerra de África... O que aconteceu foi que a esfera de acção que a palavra voluntário vai podendo cobrir tem perdido o cariz bélico que eu lhe reconhecia e tem alargado, alargado sempre e tanto ,que hoje é uma imensa planura de caridade a crescer todos os dias mais um bocadinho...
Assim, velhinha, sosinha, trõpega e pouco móbil, foi-me proporcionado pela paróquia a que pertenço, um lote de Senhoras encantadoras e amáveis a todos os títulos que. em voluntariado, me rodeiam de atenções e até carinho que eu acho nem merecer. E elas fazem-no em nome da paróquia. portanto sem quaisquer interesses de agradecimento ou louvor... Mas dão um pouco de alegria aos dias tristes, um poco de esperança quando muitas vezes nem já sabemos o que isso é.ajudam-nos a recobrar entusiasmos por vezes já perdidos e ainda nos ajudam em coisas práticas como sair para ir a uma consulta ou até para tratar de algo pessoal e inadiável...E, sobre tudo, vêm , o que se torna de uma imp ortãncia extraodinária quando vivemos sós. VIR álguém é sempre uma festa !
Quem ler este post já pensou por várias vezes que estou a falar de um voluntariado que não é bem aquele das grandes notícias e das grandes "obras" de que tanto se fala... O dos Hospitais, por exemplo, com a minha espantosa amiga IRMÃ CONCEIÇÃO, claro, E o daquelas pessoas que largam tudo e partem para África, como fez a minha "sobrinha" Vera... Pois. É um mundo imenso de boas vontades, diria eu, de AMOR !
Mas de palavra em moda, passou-se a ACÇÃO de amor. Se não parecesse uma heresia, eu diria que foi um novo verbo que se fez carne, matéria. E foi de tudo isso que o Pároco da minha Freguesia, da minha Paróquia, que dirige amorosamente a Pastoral da Saúde em Portugal, quis fazer neste fim de semana uma profunda meditação que fosse ao mesmo tempo uma "revisão" e um exemplo sugestivos bastante para uma grande e escolhida .assembleia de convidados interessados e interessáveis...
Foi nisso que ,por convite dele, estive profundamente mergulhada, tentando dar algum contributo. Com gosto, com entusiasmo e,indubitavelmente GRATIDÃO
v
17 outubro 2012
Dia dos Sem-Abrigo
Na minha qualidade de professora de literatura do meu país e sendo particularmente eterna apaixonada por CAMÕES, sinto sempre como o picar de um espinho no coração quandotenho que dizer a um aluno que naquele belo túmulo existente nos Jerónimos, pode haver ossadas de toda e qualquer pessoa, menos de Camões, visto que, não se sabendo onde o seu criado jau o terá sepultado quando ele morreu e sabendo-se, ainda para mais, que o terramoto de 1755 remexeu vigorosamente os cemitérios, ficou assim para sempre perdida a possível localização do que reste do corpo do poeta. Mas este não é um caso único, sendo apenas o mais clamoroso da nossa História da Literatura.
E porque me assalta esta memória, hoje, dia qualquer de um outubro qualquer ?
Porque os noticiários matinais me anunciaram que, sendo hoje o Dia Mundial dos Sem-Abrigo, seria celebrada uma missa por alma das quase duas mil pessoas que a Santa Casa da Misericórdia até agora acompanhou misericordiosamente á sepultura, por morrerem sem ninguém que aparecesse a reclamar a sua pertença... É tão cruel este não ser de ninguém , e faz-nos imaginar o que se teria passado numa vida que termina assim. SOLIDÃO !
Disse-me o senhor prior da minha paróquia .« solidão é uma doença ».E concluo eu .PODE MORRER-SE DESSA DOENÇA.
E porque me assalta esta memória, hoje, dia qualquer de um outubro qualquer ?
Porque os noticiários matinais me anunciaram que, sendo hoje o Dia Mundial dos Sem-Abrigo, seria celebrada uma missa por alma das quase duas mil pessoas que a Santa Casa da Misericórdia até agora acompanhou misericordiosamente á sepultura, por morrerem sem ninguém que aparecesse a reclamar a sua pertença... É tão cruel este não ser de ninguém , e faz-nos imaginar o que se teria passado numa vida que termina assim. SOLIDÃO !
Disse-me o senhor prior da minha paróquia .« solidão é uma doença ».E concluo eu .PODE MORRER-SE DESSA DOENÇA.
16 outubro 2012
Crer ou Querer ?
Aconteceu ser ontem o dia deste início de ano político de 2013, com uma espécie de abrir jogo da parte dos parceiros que nos couberam quando este novo jogo começou...
Tenho dito,( amarguradamente tenho pensado, estudado, ouvido, procurado informação eformação), que não acho honesto opinar sobre o tão sério e específico de tudo o que decididamente me ultrapassa no que sei ser a minha insuficientíssima bagagem de conhecimentos. Então posso reagir e agir com o coração...Uma vez mais viajo pela minha única experiência próxima da coisa política :foi o desaguar de um rio que se vinha insinuando na aridez dos meus conhecimentos, a Revolução dos Cravos ! Aí, eu creio que sabia,que podia, e entreguei-me sem escrúpulos, sem problemas de honestidade. Andei por criações de sindicatos. sessões de esclarecimento, entusiasmos de rua, com bandeiras e cravos,tudo em plena seriedade e convicção. Também era importante .:Havia algo que eu queria conquistar.De então para cá, como já disse, aconteceu como à cobra que vai largando uma pele. Nem vale a pena aqui falar de motivos, de razões... É do avanço na minha idade ou será de algumretrocesso na idade de outros? Não reconheço quase tudo e apenas sei o que prefiro guardar para memória futura. FUTURA ?...
os
Tenho dito,( amarguradamente tenho pensado, estudado, ouvido, procurado informação eformação), que não acho honesto opinar sobre o tão sério e específico de tudo o que decididamente me ultrapassa no que sei ser a minha insuficientíssima bagagem de conhecimentos. Então posso reagir e agir com o coração...Uma vez mais viajo pela minha única experiência próxima da coisa política :foi o desaguar de um rio que se vinha insinuando na aridez dos meus conhecimentos, a Revolução dos Cravos ! Aí, eu creio que sabia,que podia, e entreguei-me sem escrúpulos, sem problemas de honestidade. Andei por criações de sindicatos. sessões de esclarecimento, entusiasmos de rua, com bandeiras e cravos,tudo em plena seriedade e convicção. Também era importante .:Havia algo que eu queria conquistar.De então para cá, como já disse, aconteceu como à cobra que vai largando uma pele. Nem vale a pena aqui falar de motivos, de razões... É do avanço na minha idade ou será de algumretrocesso na idade de outros? Não reconheço quase tudo e apenas sei o que prefiro guardar para memória futura. FUTURA ?...
os
14 outubro 2012
SEM DESEPERAR...
Este é o meu habitual post de domingo. Acontece que estou a fazê-lo pela primeira vez no meu computador chamado Samsung que veio ocupar o lugar do envelhecido e fraquinho Asus. E, como todas as coisas que vão fazendo parte da minha vida, isto deu-me muito que pensar...Primeiro, enquanto ser humano, muito marcado por estas coisa do"ir ficando velhinho e fraquinho", segundo, enquanto ser religioso que não saberei viver sem sentir, como digo num verso de um dos meus poemas "foi Deus quem pensou em mim?", e terceiro, como ser político, cidadão,patriota,que se sente magoado, magoado na real acepção desta palavra que significa com mágoa.
Talvez seja agora ocasião de deitar para trás uma olhada e recordar como me fiz cidadã deste país pelo qual hoje sofro, com uma dor fininha que não é parecida com nenhuma das muitas e grandes dores que a situação de ir vivendo me tem proporcionado. Nasci numa cidade envolvida em vários véus de tradição , medieval acastelada, burguesa, à maneira do século XIX,salpicada de ruralidade, caldo de literatura para naturais e estranhos nela acantonados, militar, na galhardia do cumprimento das missões que iam para lá desempenhar os militares naturais de muitas outras terras,aldeias e cidades. Uma mistura de substratos a nenhum dos quais eram alheios os meus pais que a tudo isso ainda acrescentaram os verões numa praia atlãntica encastoaada em pinhais e cujas memórias ainda hoje são para mim talvez os melhores momentos de recordação, e uns outros verões de total ruralidade, trepada em carros de bois repletos de palha ou abóboras, encarrapitada aos figos, nos ramos de uma figueira que pendiam sobre um riosinho cujo nome embora venha no mapa, nunca passou de um magrito afluente...Sucederam- se cidades aonde me levavam os desempenhos profissionais do meu pai, do Alentejo ao Minho, e que foram correspondendo sucessivamente aos meus progressos de aprendizagem por indução e intuição e ao avanço nos estudos. Até que era "uma mulherzinha" quando já na Linha de Cascais primeiro e em Lisboa depois, ouvi pela primeira vez falar em Salazar, em Franco, na Guerra de Espanha, em POLÍTICA, em suma. E em "direitas" e "esquerdas",estratégias, refugiados, países, e tanta outra coisa a isto tudo ligada e que para mim era o "abrir" do mundo ao qual não sabia até aí que também pertencia. Meu pai tinha a sua "estratégia" para fazer de mim uma mulher. A minha Mãe fora a primeira rapariga a frequentar o liceu da nossa cidade, sózinha no meio dos comentários de toda uma sociedade. Isto diz qualquer coisa sobre a teoria da educação e desempenho da Mulher que foi seguido na minha própria formação. Por exemplo, fiquei pesadona e pouco ágil (quanto,meu Deus"!) porque na altura de fazer ginástica nos meus colégios era obrigatório para isso o uso do fardamento da Mocidade Portuguesa e isso o meu pai nunca consentiu que eu vestisse... Na sequência sempre coerente do meu entendimento, por mim já elaborado, do que era ter uma pátria, atravessei o período da segunda Guerra,fiz o meu curso,aprendi com os refugiados e os meus olhos já sabiam ver o Mundo para lá de muitos muros de angústias e ansiedades que em vagas de marés chegavam até nós. Um dos últimos conselhos do meu pai foi:"sejas o que fores,na vida nunca esqueças de que ,antes de mais nada, és um ser humano irmão de outros como tu e que é com eles e por eles que sempre deves levar a tua batalha "
Por todo este trilho que se vai deixando no caminho, ao procurar revê-lo, se percebe que ,como a cobra, foi uma pele de nós de onde fomos saindo mas tão nossa ficou sendo !E temos aqui e agora de nós, do "miolo" de nós, tudo intacto e liberto,apenas com o exterior desgastado...
Perante o que está a acontecer,o ser humano, o ser religioso e o ser que ama tanto o seu país não podem deixar de estar unos e coerentes a acreditar sofrendo,mas não desesperando...
Talvez seja agora ocasião de deitar para trás uma olhada e recordar como me fiz cidadã deste país pelo qual hoje sofro, com uma dor fininha que não é parecida com nenhuma das muitas e grandes dores que a situação de ir vivendo me tem proporcionado. Nasci numa cidade envolvida em vários véus de tradição , medieval acastelada, burguesa, à maneira do século XIX,salpicada de ruralidade, caldo de literatura para naturais e estranhos nela acantonados, militar, na galhardia do cumprimento das missões que iam para lá desempenhar os militares naturais de muitas outras terras,aldeias e cidades. Uma mistura de substratos a nenhum dos quais eram alheios os meus pais que a tudo isso ainda acrescentaram os verões numa praia atlãntica encastoaada em pinhais e cujas memórias ainda hoje são para mim talvez os melhores momentos de recordação, e uns outros verões de total ruralidade, trepada em carros de bois repletos de palha ou abóboras, encarrapitada aos figos, nos ramos de uma figueira que pendiam sobre um riosinho cujo nome embora venha no mapa, nunca passou de um magrito afluente...Sucederam- se cidades aonde me levavam os desempenhos profissionais do meu pai, do Alentejo ao Minho, e que foram correspondendo sucessivamente aos meus progressos de aprendizagem por indução e intuição e ao avanço nos estudos. Até que era "uma mulherzinha" quando já na Linha de Cascais primeiro e em Lisboa depois, ouvi pela primeira vez falar em Salazar, em Franco, na Guerra de Espanha, em POLÍTICA, em suma. E em "direitas" e "esquerdas",estratégias, refugiados, países, e tanta outra coisa a isto tudo ligada e que para mim era o "abrir" do mundo ao qual não sabia até aí que também pertencia. Meu pai tinha a sua "estratégia" para fazer de mim uma mulher. A minha Mãe fora a primeira rapariga a frequentar o liceu da nossa cidade, sózinha no meio dos comentários de toda uma sociedade. Isto diz qualquer coisa sobre a teoria da educação e desempenho da Mulher que foi seguido na minha própria formação. Por exemplo, fiquei pesadona e pouco ágil (quanto,meu Deus"!) porque na altura de fazer ginástica nos meus colégios era obrigatório para isso o uso do fardamento da Mocidade Portuguesa e isso o meu pai nunca consentiu que eu vestisse... Na sequência sempre coerente do meu entendimento, por mim já elaborado, do que era ter uma pátria, atravessei o período da segunda Guerra,fiz o meu curso,aprendi com os refugiados e os meus olhos já sabiam ver o Mundo para lá de muitos muros de angústias e ansiedades que em vagas de marés chegavam até nós. Um dos últimos conselhos do meu pai foi:"sejas o que fores,na vida nunca esqueças de que ,antes de mais nada, és um ser humano irmão de outros como tu e que é com eles e por eles que sempre deves levar a tua batalha "
Por todo este trilho que se vai deixando no caminho, ao procurar revê-lo, se percebe que ,como a cobra, foi uma pele de nós de onde fomos saindo mas tão nossa ficou sendo !E temos aqui e agora de nós, do "miolo" de nós, tudo intacto e liberto,apenas com o exterior desgastado...
Perante o que está a acontecer,o ser humano, o ser religioso e o ser que ama tanto o seu país não podem deixar de estar unos e coerentes a acreditar sofrendo,mas não desesperando...
07 outubro 2012
27º domingo
Hoje ás 7 da manhã, da minha janela via isto ! Quem me conhece sabe da minha paixão pelo nevoeiro.
E, se São Marcos nos diz hoje que o próprio Senhor Deus reconheceu que «não convém que o homem esteja só», no momento da Criação, eu sei, de saber seguro, que é no envolvimento do manso nevoeiro que a minha alma se encontra com a companhia que o Senhor Deus lhe destinou...
04 outubro 2012
DIA MUNDIAL DO ANIMAL
01 outubro 2012
Dia Mundial da Música
Deixo entrar pela casa
a grande música !
Bach, Orff, Vivaldi,
Beethoven e Rodrigo...
Dvorak ou Falla...
E Tchaikowsky !
E Grieg !...
Entram em catadupas,
Em cascatas,
e despenham-se
e enrolam-se em espirais
como tornados.
E envolvem
e revolvem,
como um alagamento
ou uma convulsão...
Quando subitamente
se desdobram e espraiam,
e toda a cachoeira se desfaz,
são, borbulhando em espuma,
um mar manso e aberto,
um remanso de rias
ou represas,
ou lagos... ...
E o que fica no ar
é parecido com a paz
dos prazeres
saciados ! ! ! ...
De la musique avant toute chose... É celebrado hoje o DIA daMÚSICA e logo no primeiro dia do mês no qual eu encontro todas as conexões com suavidade,doçura,apaziguamento, serenidade !
Nada daqueles entorpecimentos da geração que VERLAINE marcou com esta sua lei primeira da arte poética, mas um "estar bem" no mundo agora malgré tout... Parece-me de total inutilidade explicar aqui qual é a minha música uma vez que a incluo neste panorama do meu Outubro. Tive a sorte de me terem oferecido agora dois CDs de géneros bem distintos mas perfeitamente enquadráveis nesta tessitura das minhas horas de silêncios vitais : 14 valsas de Chopin interpretadas pela Mª João Pires e a Sinfonia nº 2 de Rachmaninov numa interpretação do maestro Temirkanov que faz com a Royal Philharmonic Orchestra absolutamente um festival. Já quase tanto, direi, como o Karajan quando pegava fosse em que orquestra fosse. Não se admirará ninguém de que uma pessoa com a minha idade não se entusiasme com os be- bop e todas as qualidades de pop com cujos barulhos a gente nova se embala, ou antes, se sacode. É a energia estuante que encerram nos seus corpos que precisa daquela válvula de escape . Por isso também hoje devem os jovens festejar a sua música. Lá chegará um dia em que também festejarão a minha...E como me irão então compreender!!!
a grande música !
Bach, Orff, Vivaldi,
Beethoven e Rodrigo...
Dvorak ou Falla...
E Tchaikowsky !
E Grieg !...
Entram em catadupas,
Em cascatas,
e despenham-se
e enrolam-se em espirais
como tornados.
E envolvem
e revolvem,
como um alagamento
ou uma convulsão...
Quando subitamente
se desdobram e espraiam,
e toda a cachoeira se desfaz,
são, borbulhando em espuma,
um mar manso e aberto,
um remanso de rias
ou represas,
ou lagos... ...
E o que fica no ar
é parecido com a paz
dos prazeres
saciados ! ! ! ...
Do meu livro Sinestesias
De la musique avant toute chose... É celebrado hoje o DIA daMÚSICA e logo no primeiro dia do mês no qual eu encontro todas as conexões com suavidade,doçura,apaziguamento, serenidade !
Nada daqueles entorpecimentos da geração que VERLAINE marcou com esta sua lei primeira da arte poética, mas um "estar bem" no mundo agora malgré tout... Parece-me de total inutilidade explicar aqui qual é a minha música uma vez que a incluo neste panorama do meu Outubro. Tive a sorte de me terem oferecido agora dois CDs de géneros bem distintos mas perfeitamente enquadráveis nesta tessitura das minhas horas de silêncios vitais : 14 valsas de Chopin interpretadas pela Mª João Pires e a Sinfonia nº 2 de Rachmaninov numa interpretação do maestro Temirkanov que faz com a Royal Philharmonic Orchestra absolutamente um festival. Já quase tanto, direi, como o Karajan quando pegava fosse em que orquestra fosse. Não se admirará ninguém de que uma pessoa com a minha idade não se entusiasme com os be- bop e todas as qualidades de pop com cujos barulhos a gente nova se embala, ou antes, se sacode. É a energia estuante que encerram nos seus corpos que precisa daquela válvula de escape . Por isso também hoje devem os jovens festejar a sua música. Lá chegará um dia em que também festejarão a minha...E como me irão então compreender!!!
30 setembro 2012
«SE A TUA MÃO FOR PARA TI OCASIÃO DE PECADO, CORTA-A*
ESTE É UM DOMINGO EM QUE O RADICALISMO DE JESUS MOSTRADO QUASE ASSUSTADOR NO EVANGELHO DE SÃO MARCOS, PAIRA POR CIMA DA EPÍSTOLA DE SÃO TIAGO E NÃO DEIXA DE SER PRESSENTIDO POR MOISÉS QUANDO PERGUNTA AO JOVEM JOSUÉ « ESTÁS COM CIÚMES DE MIM?...». ESSENCIALMENTE A LITURGIA DE HOJE É UM FORTÍSSIMO LIBELO CONTRA AQUELES QUE OLHEM PARA O SEU SEMELHANTE COMO ALGUÉM QUE ELES PODEM INJUSTIÇAR SEM MERECEREM CASTIGO CORRESPONDENTE À CRUELDADE DA INJUSTIÇA, SEM QUE, NO ENTANTO,SEJA POSTA DE PARTE A CONFIANÇA NA ACÇÃO QUE O SENHOR DESENVOLVE SOBRE JUSTOS E PECADORES, COM A PRESENÇA DO ESPÍRITO SANTO..
NO MOMENTO POLÍTICO QUE SE ESTÁ A VIVER NO NOSSO PAÍS, AO MEDITARMOS NESTAS LEITURAS, NÃO PODEMOS DEIXAR DE ADMIRAR-NOS DA EXTRAORDINÁRIA UNIVERSALIDADE DO QUE ESTÁ POR TRÁS DAS METÁFORAS USADAS POR JESUS...
NO MOMENTO POLÍTICO QUE SE ESTÁ A VIVER NO NOSSO PAÍS, AO MEDITARMOS NESTAS LEITURAS, NÃO PODEMOS DEIXAR DE ADMIRAR-NOS DA EXTRAORDINÁRIA UNIVERSALIDADE DO QUE ESTÁ POR TRÁS DAS METÁFORAS USADAS POR JESUS...
29 setembro 2012
LIMITAÇÕES TECNOLÓGICAS
Decididamente esta utilização das novas e mais ou menos recentes tecnologias pode ser tanto uma simpática fonte de prazer como uma enervante fábrica de arrelias. ´Nesta ocasião, eu e o meu computador estamos a viver a segunda alternativa que referi. Ele e eu somos como aqueles dois velhos amigos que, de tão velhos e tão amigos, vão ficando "caturras" e implicativos um com o outro . É pois preciso dar tempo a que "isto" passe... Receio sempre por ele que alguma "doença" o esteja condicionando.Quanto a mim , neste campo, só me afecta a impaciência...
21 setembro 2012
No dia em que nos foi pedida uma oração especial por doentes especiais...
ABENÇOA O ESP´IRITO QUEBRADO
DE QUEM SOFRE A PESADA SOLIDÃO DOS HOMENS
O SER
QUE NÃO CONHECE REPOUSO
O SOFRIMENTO QUE NUNCA CONFIAMOS A NINGUÉM...
ABENÇOA A MEMÓRIA DOS HOMENS
QUE MORREM NESTA HORA,
DÁ-LHES,MEU DEUS, UM BOM FIM.
ABENÇOA, SENHOR, OS CORAÇÕES AMARGOS~
ANTES DE TUDO.
DÁ AOS DOENTES O ALÍVIO,
ENSINA O ESQUECIMENTO
ÀQUELES QUE PRIVÁSTE
DO SEU BEM MAIS QUERIDO.
NÃO DEIXES NINGUÉM NA TERRA INTEIRA
COM ANGÚSTIA.
ABENÇOA OS QUE ESTÃO NA ALEGRIA,
PROTEGE-OS,SENHOR !
A MIM NUNCA ATÉ HOJE LIVRÁSTE DA TRISTEZA-
POR VEZEZS ELA PESA MUITO !
ENTRETANTO DÁ-ME A TUA FORÇA !
ASSIM, PODEREI AGUENTÁ-LA .
EDITH STEIN
DE QUEM SOFRE A PESADA SOLIDÃO DOS HOMENS
O SER
QUE NÃO CONHECE REPOUSO
O SOFRIMENTO QUE NUNCA CONFIAMOS A NINGUÉM...
ABENÇOA A MEMÓRIA DOS HOMENS
QUE MORREM NESTA HORA,
DÁ-LHES,MEU DEUS, UM BOM FIM.
ABENÇOA, SENHOR, OS CORAÇÕES AMARGOS~
ANTES DE TUDO.
DÁ AOS DOENTES O ALÍVIO,
ENSINA O ESQUECIMENTO
ÀQUELES QUE PRIVÁSTE
DO SEU BEM MAIS QUERIDO.
NÃO DEIXES NINGUÉM NA TERRA INTEIRA
COM ANGÚSTIA.
ABENÇOA OS QUE ESTÃO NA ALEGRIA,
PROTEGE-OS,SENHOR !
A MIM NUNCA ATÉ HOJE LIVRÁSTE DA TRISTEZA-
POR VEZEZS ELA PESA MUITO !
ENTRETANTO DÁ-ME A TUA FORÇA !
ASSIM, PODEREI AGUENTÁ-LA .
EDITH STEIN
16 setembro 2012
Fazer política
´Cansaço !
Uma vez que me é possível acolher-me à sombra de um imaginário anoitecer, ainda por cima salpicado de umas gotas de chuva, aqui estou eu, voltando costas a estes insistentes soalheiros dias de trinta e muitos graus que nos vêm secando a alma...a vida... a paciência...
Dorme-se mal, come-se mal, trabalha-se mal... e as pessoas andam mais feias, porque suadas e despidas (infelizmente não sendo todas bonitas de se ver). Este particular ocorre-me porque ontem tive a dita de poder estar à frente do meu televisor algumas horas, sem ter de ser interrompida por nenhuma espécie de tarefa obrigatória, e vi mais pessoas juntas durante essas horas do que talvez em mais do que um,dois ou três anos da minha vida toda. Lembrei-me muito do dia 1ºde Maio de 1974. Agora, com os seus modernos recursos técnicos, a televisão cobriu o país de norte a sul e pudémos ver a indignação tanto em Braga como em Faro...Porque de indignação se tratava.Diz-se e bem que viver é sempre fazer política, mas quem faz política e lhe é encomendado que a faça na dupla função de tecer uma teia onde os povos possam sentir-se vivos, conviventes, e realizados, se não se pensar a si mesmo como um dos muitos que aí cabem e o fizer por fascínio da sua posição, perante eles, pode contar com a indignação de todos os que esqucer em nome de alguma coisa a que já não podemos chamar política... Assim se viu ontem um povo inteiro, cansado de se sentir desconsiderado, clamando por uma política humana, sensível,pronto a fazer outra política... E como foi bonito, comovedor ! E como percebemos a bondade das intenções e das queixas num tão fascinante quadro humano, ainda ousamos confiar a esperar...
.
Uma vez que me é possível acolher-me à sombra de um imaginário anoitecer, ainda por cima salpicado de umas gotas de chuva, aqui estou eu, voltando costas a estes insistentes soalheiros dias de trinta e muitos graus que nos vêm secando a alma...a vida... a paciência...
Dorme-se mal, come-se mal, trabalha-se mal... e as pessoas andam mais feias, porque suadas e despidas (infelizmente não sendo todas bonitas de se ver). Este particular ocorre-me porque ontem tive a dita de poder estar à frente do meu televisor algumas horas, sem ter de ser interrompida por nenhuma espécie de tarefa obrigatória, e vi mais pessoas juntas durante essas horas do que talvez em mais do que um,dois ou três anos da minha vida toda. Lembrei-me muito do dia 1ºde Maio de 1974. Agora, com os seus modernos recursos técnicos, a televisão cobriu o país de norte a sul e pudémos ver a indignação tanto em Braga como em Faro...Porque de indignação se tratava.Diz-se e bem que viver é sempre fazer política, mas quem faz política e lhe é encomendado que a faça na dupla função de tecer uma teia onde os povos possam sentir-se vivos, conviventes, e realizados, se não se pensar a si mesmo como um dos muitos que aí cabem e o fizer por fascínio da sua posição, perante eles, pode contar com a indignação de todos os que esqucer em nome de alguma coisa a que já não podemos chamar política... Assim se viu ontem um povo inteiro, cansado de se sentir desconsiderado, clamando por uma política humana, sensível,pronto a fazer outra política... E como foi bonito, comovedor ! E como percebemos a bondade das intenções e das queixas num tão fascinante quadro humano, ainda ousamos confiar a esperar...
.
09 setembro 2012
DENÚNCIA ?
Aqui está o meu post de domingo ! Pois bem, hoje encontrei-me com o meu amigo de longa data ISAÍAS.
«DISSE-MO UM CERTO ISAÍAS...»Alguém se lembra de um antigo poeminha meu,escrito num Advento ?
Ora,nem de propósito,como é uso dizer-se, Isaías vem dizer aos corações perturbados «tende coragem ! Não vos assusteis! AÍ está o vosso Deus !... ... os olhos dos cegos hão-de abrir-se e descerrar-se os ouvidos dos surdos... ...»
Cabe aos cristãos estimular a esperança, denunciar o que tende a derrubá-la.
É para isso que cá estamos, embora às vezes nos aconteçam uns assomos de fraqueza...e nos envergonhe o socialmente ridículo ápodo de piegas...
«DISSE-MO UM CERTO ISAÍAS...»Alguém se lembra de um antigo poeminha meu,escrito num Advento ?
Ora,nem de propósito,como é uso dizer-se, Isaías vem dizer aos corações perturbados «tende coragem ! Não vos assusteis! AÍ está o vosso Deus !... ... os olhos dos cegos hão-de abrir-se e descerrar-se os ouvidos dos surdos... ...»
Cabe aos cristãos estimular a esperança, denunciar o que tende a derrubá-la.
É para isso que cá estamos, embora às vezes nos aconteçam uns assomos de fraqueza...e nos envergonhe o socialmente ridículo ápodo de piegas...
02 setembro 2012
Das atitudes públicas versus verdade do coração
Da Epístola de São Tiago «Aos olhos de Deus,nosso Pai, a religião pura e sem mancha consiste em visitar os orfãos e as viúvas nas suas tribulações, e em conservar-se limpo do contágio do mundo »
Do Evangelho de São Marcos, 7 « ... ... do interior do coração dos homens é que saem os pensamentos perversos... ... ...Todos estes vícios provêm de lá de dentro e tornam o homem impuro»
NOTA:São Marcos transcreve estas palavras de Jesus que responde a críticas dos fariseus pelo facto de verificarem que os discípulos se preocupavam pouco ou nada em seguir as regras do comportamento social que eles praticavam e achavam indicador das suas boas "qualidades" por oposição às dos cristãos.
22º DOMINGO COMUM.
Do Evangelho de São Marcos, 7 « ... ... do interior do coração dos homens é que saem os pensamentos perversos... ... ...Todos estes vícios provêm de lá de dentro e tornam o homem impuro»
NOTA:São Marcos transcreve estas palavras de Jesus que responde a críticas dos fariseus pelo facto de verificarem que os discípulos se preocupavam pouco ou nada em seguir as regras do comportamento social que eles praticavam e achavam indicador das suas boas "qualidades" por oposição às dos cristãos.
22º DOMINGO COMUM.
31 agosto 2012
Setembro e as vinhas e o vinho
Ainda não é SETEMBRO.
Pelo contrário :
é hoje o último de AGOSTO.
Ridículo seria eu dizer que me lembro
daquele especial cheirinho a mosto,
só pra rimar, como pelo Santo António...
Só faltaria ir
pôr essa quadra num qualquer craveiro...
São coisas da memória !
E do gosto, também !
Gostar,não gosto nada desse tal mês de Agosto.
Não é coisa de mania,
ou de simples má vontade...
Gosto sim do contraste
da frescura da adega meio obscura
com aquele abafamento ensoleirado
que nos calca os sentidos se,
rompemos pelo meio das cepas perfumadas...
Áspero e aveludado,roça-nos a pele
um rasto
que não é como no mar o convite à aventura...
È SETEMBRO
e do que me lembro
é desse limiar de portas que se fecham...
Nasce puro e secreto ali, o vinho.
Como o melhor de nós,
,de mim...que o sei
e de tanta outra gente em quem o adivinho...
26 agosto 2012
Para quem iremos ?
Não há dúvida de que estamos a atravessar não só a dureza de uma ardente meteorologia que parece disposta a dissecar os campos e a mumificar as carnes dos humanos que por sérias razões não podem fugir para uma qualquer beira de água,como paralelamente a liturgia nos vem fazendo atravessar a dureza das palavras de Jesus das que mais vêm bulindo com a nossa capacidade de aceitação em humildade.
Hoje SÃO PAULO escreve aos Efésios aquela recomendação da relação de submissão e de amor possessivo entre marido e mulher, o Evangelho retoma o discurso da verdadeira comida, e conta que.a partir de então «muitos dos discípulos se afastaram e já não andavam com ele» Felizmente que os Amorreus compreenderam Josué e também felizmente que, segundo SÃO JOÃO, Simão Pedro disse aquela frase que ainda hoje nós seríamos capazes de dizer a Jesus se ele nos
perguntasse também se nos queríamos ir embora : para quem iremos nós, Senhor ?
É o amparo da nossa fé que nos ajuda sempre, nas situações adversas,mesmo "modernos" como hoje nos achamos... e somos.
Hoje SÃO PAULO escreve aos Efésios aquela recomendação da relação de submissão e de amor possessivo entre marido e mulher, o Evangelho retoma o discurso da verdadeira comida, e conta que.a partir de então «muitos dos discípulos se afastaram e já não andavam com ele» Felizmente que os Amorreus compreenderam Josué e também felizmente que, segundo SÃO JOÃO, Simão Pedro disse aquela frase que ainda hoje nós seríamos capazes de dizer a Jesus se ele nos
perguntasse também se nos queríamos ir embora : para quem iremos nós, Senhor ?
É o amparo da nossa fé que nos ajuda sempre, nas situações adversas,mesmo "modernos" como hoje nos achamos... e somos.
19 agosto 2012
ILITERACIA
É quase uma obrigação, esta leitura mais detalhada de alguns jornais de fim de semana. Durante a semana leio apenas um . É ma escolha que se faz, obedecendo a várias razões, das quais não andam longe as nossas convicções morais, sociais, políticas e religiosas, e também a curiosidadesinha pelas origens ou desenvolvimentos de alguns pequenos ou grandes escãndalos, que os há, espicaçados pela própria imprensa muitas vezes, ou de causas naturais que vão surgindo em todos os campos da sociedade dos humanos. E é interessante saber-se de como se vê ou como se pensa por esse país fora ou por esse mundo, interessante principalmente quando encontramos coincidências com o que nós mesmos pensamos, e assim se reforçam opiniões... Q uantas vezes, porém, nos revoltamos ou nos desiludimos a partir daqui !
HOJE que é domingo e que acabei de assistir à missa e ouvir a homilia que o sacerdote teceu humilde e conscienciosamente ( Evangelho de SÃO JOÃO, 6), no 20º domingo comum, deu-se acoincidência de que tinha lido uma entrevista dada a um grande Diário por um senhor padre actualmente muito conhecido como também homem de letras e cultura ljterária entrevista essa em que felizmente foi abordado o tema da ILETERACIA geral dos portugueses e muito particularmente do povo do Portugal interior e simples... O exemplo do Evangelho de hoje não podia ter acontecido mais oportunamente. Já algumas vezes tive ocasiao de ouvir o Sr,Cardeal Patriarca referir que seria muito necessária uma quase tradução dos evangelhos para o português corrente e que todos entendessem, porque seria esse o caminho para uma NOVA EVANGELIZAÇÃO... Há cerca de dois anos eu tentei juntar uns posts do meu blogue precisamente a dar uma vivência comum a coisas que me pareciam obscuras devido ao tipo de prosa " luxuosa" em que vêm escritas, mas não fui persistente bastante para continuar...
Hoje,ao ouvir como foi dificil ser claro ao sacerdote que QUERIA explicar-nos como é que o terno Jesus queria que comessemos a sua carne e bebessemos o seu sangue, depois de ter lido a entrevista de que falei, fiquei enormemente preocupada sobre como e quando a IGREJA vai sair deste impasse...
HOJE que é domingo e que acabei de assistir à missa e ouvir a homilia que o sacerdote teceu humilde e conscienciosamente ( Evangelho de SÃO JOÃO, 6), no 20º domingo comum, deu-se acoincidência de que tinha lido uma entrevista dada a um grande Diário por um senhor padre actualmente muito conhecido como também homem de letras e cultura ljterária entrevista essa em que felizmente foi abordado o tema da ILETERACIA geral dos portugueses e muito particularmente do povo do Portugal interior e simples... O exemplo do Evangelho de hoje não podia ter acontecido mais oportunamente. Já algumas vezes tive ocasiao de ouvir o Sr,Cardeal Patriarca referir que seria muito necessária uma quase tradução dos evangelhos para o português corrente e que todos entendessem, porque seria esse o caminho para uma NOVA EVANGELIZAÇÃO... Há cerca de dois anos eu tentei juntar uns posts do meu blogue precisamente a dar uma vivência comum a coisas que me pareciam obscuras devido ao tipo de prosa " luxuosa" em que vêm escritas, mas não fui persistente bastante para continuar...
Hoje,ao ouvir como foi dificil ser claro ao sacerdote que QUERIA explicar-nos como é que o terno Jesus queria que comessemos a sua carne e bebessemos o seu sangue, depois de ter lido a entrevista de que falei, fiquei enormemente preocupada sobre como e quando a IGREJA vai sair deste impasse...
15 agosto 2012
CHUVA,ENFIM !
Era merecido que se colocasse um sinalsinho festivo no calendário , a destacar o dia de ontem. CHOVEU ! Em Lisboa ,a pobre cidade que se vê banida do carinho da meteorologia e fica a roer-se de inveja ao ouvir contar das chuvadas do Norte, de Coimbra pra cima, quase dia-sim-dia-não... Desesperada, ralada, empobrecida, deixou mesmo de lavar-se, deixou que uma poeirinha alergogénica fosse cobrindo mesmo aquilo que a potente Natureza teima em nos mostrar que existe e ainda produz... Lisboa ontem nem queria acreditar na Graça que lhe estava a ser prodigalizada. E choveu toda a tarde e depois toda a noite e aquele concerto de vários tons em vidraças e persianas, deu-nos a nós humanos uma esperança fresquinha. Lembrei-me então de que, pelos antigos calendários, hoje é o fim da canícula... Será que alguma coisa vai bater certo com aquilo que os mais velhos dos humanos tinham antes como verdades, meteorológicas, claro ? E bem dispostos démos graças a Nossa Senhora no seu dia de assunção que definitivamente a fez, de Mãe de Deus, em simbolo maior da nossa Igreja, em nossa Mãe... Outra verdade em que fundamos todas as nossas outras verdades. Todas as nossas esperanças... E até nos achamos com direito a alguns "orgulhos"... Lembraram -se da Batalha de ALJUBARROTA e de Frei Nuno de Santa Maria...... ?
12 agosto 2012
dia 12 de AGOSTO
Hoje, sendo dia doze do mês, deste mês de Agosto que representa, apesar das suas razões para emigrarem, um momento sonhado todo o ano pelos emigrantes, encontraremos Fátima a regorgitar de peregrinos que, neste regresso ao conchego das suas tradições e da sua fé, se reconfortam. E há uns que vêm casar-se ali, outros que guardam uma certa espera para também ali baptizarem os filhos, todos felizes na benção da Virgem dos pastorinhos. É mesmo um dia bonito, este, véspera do outro em que o Milagre é o mais lindo património espiritual potuguês...
Pensando em tudo isto, recordando, recordando.... Encontrei,por coincidência nas páginas do meu poeta :
Hoje,dia de rever e recordar MIGUEL TORGA
Feliz o tempo que não tem memória !
É só dos homens esta outra vida
da recordação.
E tão inúteis certas agonias
que o passado destila no presente !
Tão inúteis os dias
que o espírito refaz e o corpo já não sente!
Continua a lembrança dolorosa
nas cicatrizes.
Troncos cortados que não brotam mais
e permanecem verdes, vegetais,
no silêncio profundo das raízes...
Pensando em tudo isto, recordando, recordando.... Encontrei,por coincidência nas páginas do meu poeta :
Hoje,dia de rever e recordar MIGUEL TORGA
REMINISCÊNCIA
Prossegue o pesadelo.Feliz o tempo que não tem memória !
É só dos homens esta outra vida
da recordação.
E tão inúteis certas agonias
que o passado destila no presente !
Tão inúteis os dias
que o espírito refaz e o corpo já não sente!
Continua a lembrança dolorosa
nas cicatrizes.
Troncos cortados que não brotam mais
e permanecem verdes, vegetais,
no silêncio profundo das raízes...
10 agosto 2012
AGOSTO
Dizia o Pessoa «que bom é ter um livro para ler e não o ler...», na sequência de mais ou menos um hino ao não fazer nada, coisa que há uns tempos a esta parte vai tomando quase foros de indecência. Então se já se entrou na idade de descansar ( a 3ª ), torna- se verdadeiramente vergonhoso dizer-se que se está ou esteve pura e simplesmente sem fazer nada, isto é, coisa nenhuma. Tudo e todos estão verdadeiramente orquestrados para mostrarem a sua indignação pela nossa preguiça e para nos empurrarem para que apanhemos estafadeiras inomináveis em nome do que entendem ser uma espécie de seguro de saúde... Isto cria atmosferas sociais desagradáveis, quando não ridicularizantes... Mas eu quero que isto que acabo de escrever sirva aqui de introdução a uma quase mea culpa por ter tido em vários dias para trás uns "casos de consciência" por não vir ao meu blog, quando por um lado tinha vontade de o fazer, e por outro me assaltava a tal preguiça não só estival... Vejamos.
Dia 8 _ Àlém de não gostar de alardear as minhas razões de sofrimento, sem um qualquer envolvimento poético, foi este ano tão mais dolorosa do que era costume a lembrança quase minuto a minuto do último dia de vida da minha Mãe, que não consegui aquele mínimo de tranquilidade de que se precisa para dizer, escrevendo ou falando, a saudade, a falta, o vazio...... E depois, sendo o dia de celebrar SÃO DOMINGOS, assaltaram-me, de mistura, as palavras doces e as acções de carinho e ternura das minhas amigas DOMINICANAS que , em Fátima , tive a sorte de ter tido por conselheiras atentas e diponíveis. Foi um dia de grande turbulência sentimental... »ter um blog ... e não o cumprir...»
Dia 9 _ O que eu gostaria de ter "envergadura" para contar aqui a minha admiração por EDITE STEIN ! Talvez um dia o faça, a recordar tanto sofrimento e força que me foram apresentados quando, há já tantos anos, visitei um certo museu em ISRAEL.. Tudo tem a ver com tudo, mas não podemos estar cansados de verão...
Dia 12_ O meu querido e nunca bastante louvado, antes parece que cada vez mais esquecido MIGUEL TORGA ! Se fizesse festa de anos, eram já 105 ! « HOMEM INTEIRO ÉS...» Dizia eu sobre ele num soneto que lhe dediquei nos verdores do meu primeiro livrinho publicado... Torga arranjou maneira de ser mesmo "inteiro" na sua vida desde menino, rijo no contacto com as suas penedias de nascença, suave no contacto com o sofrimente dos outros, tantos seus pacientes...
Dia 10 _ Afinal ainda me faltava outra celebração centenária que a minha memória deixa esparsa sobre qualquer memorial, porque este homem pegou na Vida e no-la ofereceu como quem diz : tomem lá, este é o meu país e há-de ser sempre esta a sua gente, e vocês a reconhecerão também em vós, ás vezes... JORGE AMADO. A tempos, todos fomos capitães da areia, coronéis, gabrielas, sinhôsinho Malta, seu Nacib...
Quão grande este mês de Agosto !
De que eu nem gosto, vejam só .
06 agosto 2012
De um país subdesenvolvido
É tão suave ter bons sentimentos
consola tanto a vida de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem.
Por isso, se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor a esmola que beber laranjada
consola mais viver assim no meio dos mais pobres
que conviver com gente a quem não falta nada.
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu,
independentemente da maneira como se alcançou,
ainda por cima se tem lugar garantido no céu,
gozo acrescido ao muito que se gozou,
Seria este ( se não tivesse outro sentido )
o ser natural de um país subdesenvolvido...
de RUY BELO
( leitura de um poeta do século XX, pensando no mundo de aqui e agora )
consola tanto a vida de quem os tem
que as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem.
Por isso, se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor a esmola que beber laranjada
consola mais viver assim no meio dos mais pobres
que conviver com gente a quem não falta nada.
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu,
independentemente da maneira como se alcançou,
ainda por cima se tem lugar garantido no céu,
gozo acrescido ao muito que se gozou,
Seria este ( se não tivesse outro sentido )
o ser natural de um país subdesenvolvido...
de RUY BELO
( leitura de um poeta do século XX, pensando no mundo de aqui e agora )
27 julho 2012
Helena, a filha do Professor CIDADE,,
...Agora desaparece a Helena. Os meus sentimentos perante a sua memória nada têm que ver com os que o desaparecimento do José Hermano Ssraiva, há dias, me suscitaram. A Helena era companheira de curso, de trabalhos, de confidências, de idade,de preocupações... Ela fazia parte daquele grupo de raparigas e rapazes tais como o José Hermano Saraiva ou o Sebastião Gama ou o Lindley Sintra, que, não sendo embora do nosso curso ou das nossas idades, tinham algumas aulas em comum conosco e,cá fora das aulas,acabávamos todos, muitos outros, por conviver, graças a muitas e diversificadas razões.Claro que entre as raparigas surgiam por vezes afinidades específicas e, de uma ou de outra forma, nasceram nesse grupo amizades para a vida. A Helena atravessou aí uma época de exaltação religiosa e acabou por me "arrastar" a uma maior frequência possível da Igreja nas traseiras da Faculdade, sendo eu de uma família de formação sólida e prática serena de um catolicismo tradicional...Também frequentei a casa,ali muito próxima da Faculdade, conheci a Mãe e a irmã. Sendo o Pai nosso professor de Literatura Portuguesa,eu apreciava imenso a sua maneira de olhar a literatura como uma vedadeira História do país, filtrada por vertentes de múltiplas inclinações que o professor nos induzia a descobrir e desmontar. Quando chegou o fim dos fins, tirámos como sempre a tradicional fotografia do grupo com um só mestre, naquele incrível claustro com erva da altura das nossas pernas e ratos a correr pelos espaços. A Helena era a mais alta e ficou a rir, decerto a rir de qualquer coisa como era seu costume, não "para" qualquer coisa...
Depois seguimos... e fomo-nos perdendo. Casámo-nos, trabalhámos ,e fui sabendo dos companheiros, mais ou menos a miúde. A Helena com o seu carácter apaixonado entregou-se às suas preocupações socio-político- religiosas e dedicou-se a tarefas verdadeiramente meritórias mas imensas...
Hoje sei pelo jornal que ela partiu.Gosto de poder pensar nela como era, quando éramos nós... Lembrá-la-ei daqui para a frente como simplesmente A HELENA...
Depois seguimos... e fomo-nos perdendo. Casámo-nos, trabalhámos ,e fui sabendo dos companheiros, mais ou menos a miúde. A Helena com o seu carácter apaixonado entregou-se às suas preocupações socio-político- religiosas e dedicou-se a tarefas verdadeiramente meritórias mas imensas...
Hoje sei pelo jornal que ela partiu.Gosto de poder pensar nela como era, quando éramos nós... Lembrá-la-ei daqui para a frente como simplesmente A HELENA...
22 julho 2012
FAZER COMPANHIA
Hoje é domingo quente, como têm sido e é próprio nesta época a que os antigos chamavam canícula e era compreendida entre 15 de Julho e 15 de Agosto. Por causa do calor, mas também por outras coisas, estamos cansados ( ou preguiçosos?) e por isso as pausas, as férias... No evangelho de hoje, (são marcos,6) Jesus convida os discípulos a fazerem juntos um descanso num lugar tranquilo... Porém viram-se inesperadamente rodeados por uma multidão que os seguira unicamente para ouvi-los... Certamente terá sido o seu aspecto que levou Jesus a compreender que se tratava de pessoas "perdidas" no rumo, desconhecedoras de tudo o que teriam ouvido dizer daqueles homens... E diz o evangelista que Jesus começou a "ensiná-los"... Bem! Ensiná-los!! Quem me dera ter sido um dos desse grupo! A verdade é que eles estavam como ovelhas perdidas e encontraram quem os amparasse para seguirem caminho... e por esta via o meu pensamento voou para o valor, o apreço que dou àquilo que chamo fazer companhia. Recordo que a palavra companhia provem do latim vulgar cum + panis, isto é: com+pão, o que deu lugar à palavra companha que se reporta à tripulação de um navio, a qual, muito tempo fechada no espaço de um barco, tinha que partilhar o alimento. Daí à palavra companhia, percebe-se como foi simples chegar e também a companheiro/ companheira. Há todo um sentido de reunião e partilha, intimidade e pluralidade quando se fala de companhia, disso não há que ter nenhuma dúvida. O que já me suscita algumas questões é o emprego do verbo adequado: fazer companhia será muitas vezes (ou sempre) "dar" companhia? A presença de um amigo que nos vem fazer companhia não será antes de tudo uma dádiva?
Para as ovelhas perdidas do evangelho a companhia e os ensinamentos de Jesus não foram como uma partilha, uma dádiva?
É bem como tal que eu me sinto acolhida no "barco" daqueles amigos que fazem a companhia que vêm dar-me...
Para as ovelhas perdidas do evangelho a companhia e os ensinamentos de Jesus não foram como uma partilha, uma dádiva?
É bem como tal que eu me sinto acolhida no "barco" daqueles amigos que fazem a companhia que vêm dar-me...
20 julho 2012
PÁTRIA ANTIGA
Que de uma pátria antiga
se tratava
foi-me herança
encontrada
quando vim...
Que de uma pátria antiga
eram os trilhos que pisava
fui percebendo aos poucos
ao perceber-me a mim.
Que de uma pátria antiga
eram a língua e os livros
e os poetas
aprendi, decorei
e, apaixonada,
os segui e adorei
como a profetas...
Que de uma pátria antiga
sou pertença
terreno, património
erva daninha,
não duvido.
Nem espero que adormeça
sem na sua textura me envolver....
Porque uma pátria antiga
é vida ... Que remoça
e recomeça
se a amarmos tanto que não possa morrer..
se tratava
foi-me herança
encontrada
quando vim...
Que de uma pátria antiga
eram os trilhos que pisava
fui percebendo aos poucos
ao perceber-me a mim.
Que de uma pátria antiga
eram a língua e os livros
e os poetas
aprendi, decorei
e, apaixonada,
os segui e adorei
como a profetas...
Que de uma pátria antiga
sou pertença
terreno, património
erva daninha,
não duvido.
Nem espero que adormeça
sem na sua textura me envolver....
Porque uma pátria antiga
é vida ... Que remoça
e recomeça
se a amarmos tanto que não possa morrer..
em memória de José Hermano Saraiva
retirado do meu livro Sinestesias
15 julho 2012
A MISSÃO
Amós respondeu a Amazias: eu não era profeta nem filho de profeta; era um simples pastor e cultivava figueiras. O Senhor--- é que me disse :vai, que hás-de ser profeta, no meu povo de Israel ! ( CAP. 7do LIVRO de AMÓS )
«JESUS chamou a si os doze APÓSTOLOS e começou a mandá-los em missão dois a dois.... ...Se algum lugar vos não receber, nem vos escutarem, ao sairdes de lá, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles. »Os Apóstolos partiram...( Evangelho de SÃOMARCOS , 6 )
Assim lembrava hoje a liturgia como foi o sinal de partida para a difusão do que havia de ser o nosso "código" de conduta e o sustentáculo das ansiedades espirituais inatas ( "então" não entendidas )de um povo ainda sem capacidade para perceber que o que então lhe era prometido por estes homens simples ,iria perdurar por milhares de anos como a sua dignificação e a das suas descendências...
E aqui estamos nós hoje,século XXI, ainda na labuta de sermos recebidos , de sermos escutados e a termos tanto e tanto que sacudir o pó dos nossos pés...Àlguns de nós com uma imensa saudade daquelas figueiras que um dia teremos cultivado com AMÓS...
«JESUS chamou a si os doze APÓSTOLOS e começou a mandá-los em missão dois a dois.... ...Se algum lugar vos não receber, nem vos escutarem, ao sairdes de lá, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles. »Os Apóstolos partiram...( Evangelho de SÃOMARCOS , 6 )
Assim lembrava hoje a liturgia como foi o sinal de partida para a difusão do que havia de ser o nosso "código" de conduta e o sustentáculo das ansiedades espirituais inatas ( "então" não entendidas )de um povo ainda sem capacidade para perceber que o que então lhe era prometido por estes homens simples ,iria perdurar por milhares de anos como a sua dignificação e a das suas descendências...
E aqui estamos nós hoje,século XXI, ainda na labuta de sermos recebidos , de sermos escutados e a termos tanto e tanto que sacudir o pó dos nossos pés...Àlguns de nós com uma imensa saudade daquelas figueiras que um dia teremos cultivado com AMÓS...
08 julho 2012
AMAR
Na sequência do que vinha dizendo no meu último post,todo esse amor reconfortante a que aí me referia é a dádiva que acaba por dar gosto à minha vida solitária,quando vem de outros para mim e é o que me leva a questionar-me sobre se eu terei capacidade retributiva, quanto mais não seja para cristãmente amar ao próximo como a mim mesma.
...como a mim mesma...Aí estará a chave da minha incógnita.
De muitas sobrinhas-netas, pela cadeia familiar do meu marido, uma há que há dias me telefona, quando é nosso hábito usarmos a net para contactar«...Tia, há muitos dias que não aparece no blog, passa-se alguma coisa ?» Ela tem uma filhinha de dois anos e está quase a ter uma outra; está a acabar mais um curso, tem trabalho num atelier seu, aos fins de semana vai com o marido ver os sogros que vivem a cento e tal quilómetros de Lisboa...e tem tempo para dar por falta de uns desabafos de uma velha e distante tia,na net... Para mim, isto é AMOR. Já em tempo de férias, entram-me em casa em grupinho uns alunos que nem tiveram exames e puseram-me nos braços um enorme ramo de flores brancas «achámos que para si tinham que ser brancas »...para mim, isto é AMOR. Há um amigo que me dá todo o apoio em tanta coisa da quotidiana prática que nunca foi da minha formação para a Vida há sessenta e mais anos_ papeladas, aparelhos, modos de encarar e resolver coisas sérias e novas para mim ... Ele tem vários trabalhos que lhe enchem os dias, tem mulher, filhos homens,animais de casa e família em Lisboa e longe de Lisboa. Pois ,tendo eu algum problema pendente, daqueles que só com a sua ajuda posso encarar, arranja tempo e espaço, para surpreendentemente me aparecer à porta de casa, de manhã cedíssimo, «podemos ver aquilo agora '» ou agarrar no telefone por todo um serão «vamos tentar resolver aquele caso ?»...e nem jantou, sei depois pela mulher ...Para mim, isto é AMOR.A minha empregada que, verficando ser aquele dia o da ESPIGA, e que ela não m'a trouxe pela manhã como desejava, apareceu.me na hora de jantar com a sua gente,a trazer um ramo de Espiga... Isto para mim é AMOR. Inúmeras acções pequeninas e imensas, bem grandes, vistosas como viagens à ESPANHA ou temporadas mascaradas de lazer, para ajudar-me, sob uma elegante forma plural. A amiga que,por acaso,precisava até de ir no seu carro a um local onde só num carro e acompanhada eu poderia ir ,nesse dia e nessa hora ,tudo, tudo é AMOR DE LETRAS MUITO GRANDES que hoje é o suporte da vida que procuro viver assim,por eles e com eles ,mas sempre na sensação de nunca a nenhum destes amores poder dar a entender o enorme turbilhão que quase explode a cada passo deles... O que se me enrola no peito não é mais do que o pobre, o pobríssimo
AMOR que a eles voto, mesmo sendo sem dúvida cristão...
...como a mim mesma...Aí estará a chave da minha incógnita.
De muitas sobrinhas-netas, pela cadeia familiar do meu marido, uma há que há dias me telefona, quando é nosso hábito usarmos a net para contactar«...Tia, há muitos dias que não aparece no blog, passa-se alguma coisa ?» Ela tem uma filhinha de dois anos e está quase a ter uma outra; está a acabar mais um curso, tem trabalho num atelier seu, aos fins de semana vai com o marido ver os sogros que vivem a cento e tal quilómetros de Lisboa...e tem tempo para dar por falta de uns desabafos de uma velha e distante tia,na net... Para mim, isto é AMOR. Já em tempo de férias, entram-me em casa em grupinho uns alunos que nem tiveram exames e puseram-me nos braços um enorme ramo de flores brancas «achámos que para si tinham que ser brancas »...para mim, isto é AMOR. Há um amigo que me dá todo o apoio em tanta coisa da quotidiana prática que nunca foi da minha formação para a Vida há sessenta e mais anos_ papeladas, aparelhos, modos de encarar e resolver coisas sérias e novas para mim ... Ele tem vários trabalhos que lhe enchem os dias, tem mulher, filhos homens,animais de casa e família em Lisboa e longe de Lisboa. Pois ,tendo eu algum problema pendente, daqueles que só com a sua ajuda posso encarar, arranja tempo e espaço, para surpreendentemente me aparecer à porta de casa, de manhã cedíssimo, «podemos ver aquilo agora '» ou agarrar no telefone por todo um serão «vamos tentar resolver aquele caso ?»...e nem jantou, sei depois pela mulher ...Para mim, isto é AMOR.A minha empregada que, verficando ser aquele dia o da ESPIGA, e que ela não m'a trouxe pela manhã como desejava, apareceu.me na hora de jantar com a sua gente,a trazer um ramo de Espiga... Isto para mim é AMOR. Inúmeras acções pequeninas e imensas, bem grandes, vistosas como viagens à ESPANHA ou temporadas mascaradas de lazer, para ajudar-me, sob uma elegante forma plural. A amiga que,por acaso,precisava até de ir no seu carro a um local onde só num carro e acompanhada eu poderia ir ,nesse dia e nessa hora ,tudo, tudo é AMOR DE LETRAS MUITO GRANDES que hoje é o suporte da vida que procuro viver assim,por eles e com eles ,mas sempre na sensação de nunca a nenhum destes amores poder dar a entender o enorme turbilhão que quase explode a cada passo deles... O que se me enrola no peito não é mais do que o pobre, o pobríssimo
AMOR que a eles voto, mesmo sendo sem dúvida cristão...
06 julho 2012
SE EU NÃO TIVER AMOR SOU COMO UM SINO OCO E RACHADO... eram mais ou menos estas as palavras. E,de facto, não me parece possível viver sem aquele docinho que se anicha no nosso coração quando nos sentimos tocados pelo amor de alguém. Longe, longe, aquele amor de letra grande, dos arrebatamentos, das mãos trementes, das palavras ciciadas ao ouvido, da paixão da entrega, duma juventude onde tudo isso leva a uma necessidade de resoluções..
Falo agora do AMOR da Vida nossa de cada dia, do amor ao outro, do amor que aquece, do amor que conforta, do amor com que se conta mas, egoísta, se deseja sempre mais, do amor onde se encosta a cabeça cansada, onde se pode afogar uma mágoa, uma simples dor, uma desilusão, um suspiro, um ai... Do amor que corre para nós porque adivinha, do que nos estende a mão quando nem nós mesmos nos apercebemos de que já vamos a cair...
Falo agora do AMOR da Vida nossa de cada dia, do amor ao outro, do amor que aquece, do amor que conforta, do amor com que se conta mas, egoísta, se deseja sempre mais, do amor onde se encosta a cabeça cansada, onde se pode afogar uma mágoa, uma simples dor, uma desilusão, um suspiro, um ai... Do amor que corre para nós porque adivinha, do que nos estende a mão quando nem nós mesmos nos apercebemos de que já vamos a cair...
24 junho 2012
SÃO JOÃO
Uma vez mais, domingo! Dizia-me uma leitora "malgré tout" : mas porque escreve sempre ao domingo, sempre sobre as missas e os evangelhos, e não escolhe a semana, para falar de outras coisas da nossa vida? Pois não lhe soube responder senão com a desculpa da falta de tempo nos dias de semana. Falar-lhe do meu fascínio por aquela forma de literatura que encontro nos evangelhos e livros sagrados parecer-lhe-ia um pretenciosismo. Falar-lhe da minha/devoção/curiosidade/paixão por Jesus-pessoa e Jesus-filho de Deus, falar-lhe de como entendo a Santíssima Trindade pelo que faz em mim o Espírito Santo, a ela que nem sequer aceita a existência de Deus, parecer-lhe-ia pura beatice que a afastaria de mim, o que seria a última coisa que eu queria... Pelo menos, assim, lá me irá lendo... E como é inteligente, eu posso ir cultivando uma pretensiosa esperança de estar a fazer uma certa espécie de evangelização. Feita a introdução...
Vamos pois hoje festejar o dia de anos do nosso São João (dom de Deus), aquele bom gigante que tão perto esteve de Jesus, pelo parentesco, pela admiração (não serei digno nem de apertar-lhe as correias das sandálias), pela apresentação através do baptismo, pela sua luta sempre moralizante que acabaria por levá-lo à morte, pelos seus brados no deserto... Milhares de anos volvidos, quem sabe o eco desses brados não poderá ainda trazer até os nossos dias a ressonância desse anúncio de um JESUS de cuja presença entre nós, estamos precisando cada dia mais ?...
Vamos pois hoje festejar o dia de anos do nosso São João (dom de Deus), aquele bom gigante que tão perto esteve de Jesus, pelo parentesco, pela admiração (não serei digno nem de apertar-lhe as correias das sandálias), pela apresentação através do baptismo, pela sua luta sempre moralizante que acabaria por levá-lo à morte, pelos seus brados no deserto... Milhares de anos volvidos, quem sabe o eco desses brados não poderá ainda trazer até os nossos dias a ressonância desse anúncio de um JESUS de cuja presença entre nós, estamos precisando cada dia mais ?...
17 junho 2012
A SEMENTINHA E O GRANDE CEDRO
...E não lhes falava senão por parábolas mas,em particular, tudo explicava aos discípulos ( S. Marcos, 4, 26-34) .Dizia Jesus ; "- A que havemos de comparar o Reino de Deus ? Em que parábola o havemos de apresentar? É como um grão de mostarda que ao ser semeado é a menor de todas as sementes que há na terra, mas, depois de semeado, começa a crescer e se torna a maior de todas as plantas da horta e deita ramos tão grandes que as aves do céu podem acoitar-se à sua sombra..."
Mas, no Livro do Profeta Ezequiel, é o próprio Senhor Deus que fala e usa quase símbolo do seu poder, essa imagem da planta que deve crescer como o desabrochar e agigantar.se dum majestoso cedro.
Do cimo do grande cedro, dos seus ramos mais altos,eu próprio vou colher um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto e ele há-de lançar ramos e dar frutos e tornar-se um cedro majestoso onde farão ninho todas as aves .E todas as árvores dos campo hão saber que Eu sou o SENHOR;abato a árvore elevada e elevo a árvore abatida, faço que seque a árvore verde e reverdesça a árvore seca. Eu, o Senhor, o afirmei e o hei-de realizar.
Jesus seria esse cedro majestoso e nós perguntamo-nos hoje se todos e tão produtivos e até viçosos prjectos de Deus não estarão ainda em fase de esboço, porque este tempo do Senhor não é igual ao nosso tempo. E também porque nem a terra ,nem as sementes,nem os cedros de agora são como os dos Evangelhos de então... Será que ainda estarão para ser ? ? ?...
Mas, no Livro do Profeta Ezequiel, é o próprio Senhor Deus que fala e usa quase símbolo do seu poder, essa imagem da planta que deve crescer como o desabrochar e agigantar.se dum majestoso cedro.
Do cimo do grande cedro, dos seus ramos mais altos,eu próprio vou colher um ramo novo e vou plantá-lo num monte muito alto e ele há-de lançar ramos e dar frutos e tornar-se um cedro majestoso onde farão ninho todas as aves .E todas as árvores dos campo hão saber que Eu sou o SENHOR;abato a árvore elevada e elevo a árvore abatida, faço que seque a árvore verde e reverdesça a árvore seca. Eu, o Senhor, o afirmei e o hei-de realizar.
Jesus seria esse cedro majestoso e nós perguntamo-nos hoje se todos e tão produtivos e até viçosos prjectos de Deus não estarão ainda em fase de esboço, porque este tempo do Senhor não é igual ao nosso tempo. E também porque nem a terra ,nem as sementes,nem os cedros de agora são como os dos Evangelhos de então... Será que ainda estarão para ser ? ? ?...
14 junho 2012
PORQUÊ?
No último post que aqui deixei antes, mas a caminho já de uma decisão de desistência, creio que deixei mais ou menos esboçado o retrato da insegurança. Acabo de confirmar certezas sobre dúvidas que tinha. Muito me tem sido dito em termos, olhares, sorrisos e palavras elogiosas acerca da minha actividade como blogger e de um modo geral como utilizadora da net para tratar de coisas práticas da vida quotidiana. E esses ditos e atitudes sempre me foram parecendo semelhantes aos que se dizem a um precoce Joãosinho ou a uma desinibida Joaninha que entre os cinco e os seis anos já dizem "bom dia" em inglês ou sabem cantar o Frère Jacques sem se enganarem... Decididamente uma octogenária não é suposto meter-se nas modernices da electrónica...... e aguentar-se lá ...
Pois tinham razão, sim senhor ! De tanta coisa que ela ultrapassa para "funcionar" na net como quem sabe ! Nem sequer pode comparar-se aos "meninos prodígio", porque esses têm uma vida à frente para aprenderem tudo desde os alicerces, e isso lhes dará a segurança que a velha senhora sente faltar-lhe logo que qualquer pedra ou buraco se lhe atravesse no caminho.
Agora que percebi que a estrada do computador pode estar cheia de surpresas que dificultam as caminhadas, agora que vi "claramente visto" que não tenho conhecimentos para achar soluções e que só numa estrada bem lisa sei caminhar, experimentei que o amargo da insegurança é a causa de mais uma das fraquezas que a idade me traz e resolvi travar uma nova luta, uma vez mais, uma vez mais...
Mas porque terá que ser assim ?
Porque me terá querido pôr à prova o meu velho e querido companheiro blog ?
13 junho 2012
intervalo
Se acaso ainda tenho alguns leitores que me procurem, percebi hoje que seria bom informá-los de que, por motivos de avaria informática, estou em fase de reaprendizagem, tentando adaptar-me a novos modelos de base de sustentação e tentando esquecer os "vícios" que havia adquirido em cerca de seis anos de prática nos mesmos modelos e formatos.
07 junho 2012
Uma data, no meio de outras
Nisto do passar do tempo não encontramos segurança nenhuma que nos permita criar uma linha de normalidade. E falamos de rotinas como se acreditássemos nelas, mas certo, certo e regular é apenas o enrolar e desenrolar de horas, dias, meses, anos, numa arritmia que joga connosco como se não fossemos mais do que pequenas marionnettes.Tão depressa o tempo nos sobeja, na peganhenta fossa da reforma ou das convalescenças ou das esperas, como tudo subitamente se atropela com entre-choques nos fazem perder parcelas de tempos que foram vida e se enovelaram a ponto de lhes deixarmos escapar as suas coordenadas...Não estou a falar de "esquecimentos", mas apenas de "atropelamentos" que impossibilitam por vezes a coabitação e nos obrigam também por vezes a fazer escolhas e a "acelerações" nem sempre desejadas ou desejáveis. Oh! que lá me escapou o aniversário de... Quase um mês sem ter tido com quem conversar... e logo nesse dia se lembraram de mim...
Isto desestabiliza. Mas é a marca de uma época, de uma geração habituada a improvisar e não planificar, a não rotinar.Há que levar a nossa vela a apanhar os ventos "de feição" e ir seguindo like a puppet on the string...
E no dia dois de junho estava tão rodeada de felicidade que só na hora das minhas orações recitei em silêncio aquele poeminha:
Ardeu, como uma dor
o sol
daquele dia...
Quem diria~
que dói~
com tanto ardor,
quando somente foi
parte da nossa Vida
que partira ?...
Isto desestabiliza. Mas é a marca de uma época, de uma geração habituada a improvisar e não planificar, a não rotinar.Há que levar a nossa vela a apanhar os ventos "de feição" e ir seguindo like a puppet on the string...
E no dia dois de junho estava tão rodeada de felicidade que só na hora das minhas orações recitei em silêncio aquele poeminha:
Ardeu, como uma dor
o sol
daquele dia...
Quem diria~
que dói~
com tanto ardor,
quando somente foi
parte da nossa Vida
que partira ?...
05 junho 2012
Na minha manhá, Juan Ramon Gimenez
Depois de um fim de semana reposante,tonificante, amigo, reencontro obstinado com a crueza dos dias... Vale-me, frente à janela do meu quarto, o verdadeiro cortinado espesso de um olmeiro que ali partilha comigo a vida e a cidadania há uma boa meia centena de anos. Ele me oferece, manhã ainda parda, um concerto de melros e pardais e depois, mais tarde, ouve e faz-se eco com a brisa já acordada, das minhas comovidas orações matinais..
.A VIECES, SIENTO
COMO LA ROSA
QUE SERÉ UN DIA COMO EL ALA
QUE SERÉ UN DIA;
Y UN PERFUME ME ENVUELVE, AJENO Y MIO
MÍO Y DE ROSA;
Y UNA ERRANCIA ME COJE, AJENA Y MÍA,
MÍA Y DE PÁJARO...
e então aí está mais um dia que vem trazer-me sempre qualquer coisa de alto, talvez seja mesmo eesperança... Só que as oscilações da realidade se encarregam quase sempre de me enrodilhar os dias, e , cansada, à noite já perdi esse perfume de rosa e essa errancia de pájaro...
.A VIECES, SIENTO
COMO LA ROSA
QUE SERÉ UN DIA COMO EL ALA
QUE SERÉ UN DIA;
Y UN PERFUME ME ENVUELVE, AJENO Y MIO
MÍO Y DE ROSA;
Y UNA ERRANCIA ME COJE, AJENA Y MÍA,
MÍA Y DE PÁJARO...
e então aí está mais um dia que vem trazer-me sempre qualquer coisa de alto, talvez seja mesmo eesperança... Só que as oscilações da realidade se encarregam quase sempre de me enrodilhar os dias, e , cansada, à noite já perdi esse perfume de rosa e essa errancia de pájaro...
Subscrever:
Mensagens (Atom)