Nisto do passar do tempo não encontramos segurança nenhuma que nos permita criar uma linha de normalidade. E falamos de rotinas como se acreditássemos nelas, mas certo, certo e regular é apenas o enrolar e desenrolar de horas, dias, meses, anos, numa arritmia que joga connosco como se não fossemos mais do que pequenas marionnettes.Tão depressa o tempo nos sobeja, na peganhenta fossa da reforma ou das convalescenças ou das esperas, como tudo subitamente se atropela com entre-choques nos fazem perder parcelas de tempos que foram vida e se enovelaram a ponto de lhes deixarmos escapar as suas coordenadas...Não estou a falar de "esquecimentos", mas apenas de "atropelamentos" que impossibilitam por vezes a coabitação e nos obrigam também por vezes a fazer escolhas e a "acelerações" nem sempre desejadas ou desejáveis. Oh! que lá me escapou o aniversário de... Quase um mês sem ter tido com quem conversar... e logo nesse dia se lembraram de mim...
Isto desestabiliza. Mas é a marca de uma época, de uma geração habituada a improvisar e não planificar, a não rotinar.Há que levar a nossa vela a apanhar os ventos "de feição" e ir seguindo like a puppet on the string...
E no dia dois de junho estava tão rodeada de felicidade que só na hora das minhas orações recitei em silêncio aquele poeminha:
Ardeu, como uma dor
o sol
daquele dia...
Quem diria~
que dói~
com tanto ardor,
quando somente foi
parte da nossa Vida
que partira ?...
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