Hoje é domingo quente, como têm sido e é próprio nesta época a que os antigos chamavam canícula e era compreendida entre 15 de Julho e 15 de Agosto. Por causa do calor, mas também por outras coisas, estamos cansados ( ou preguiçosos?) e por isso as pausas, as férias... No evangelho de hoje, (são marcos,6) Jesus convida os discípulos a fazerem juntos um descanso num lugar tranquilo... Porém viram-se inesperadamente rodeados por uma multidão que os seguira unicamente para ouvi-los... Certamente terá sido o seu aspecto que levou Jesus a compreender que se tratava de pessoas "perdidas" no rumo, desconhecedoras de tudo o que teriam ouvido dizer daqueles homens... E diz o evangelista que Jesus começou a "ensiná-los"... Bem! Ensiná-los!! Quem me dera ter sido um dos desse grupo! A verdade é que eles estavam como ovelhas perdidas e encontraram quem os amparasse para seguirem caminho... e por esta via o meu pensamento voou para o valor, o apreço que dou àquilo que chamo fazer companhia. Recordo que a palavra companhia provem do latim vulgar cum + panis, isto é: com+pão, o que deu lugar à palavra companha que se reporta à tripulação de um navio, a qual, muito tempo fechada no espaço de um barco, tinha que partilhar o alimento. Daí à palavra companhia, percebe-se como foi simples chegar e também a companheiro/ companheira. Há todo um sentido de reunião e partilha, intimidade e pluralidade quando se fala de companhia, disso não há que ter nenhuma dúvida. O que já me suscita algumas questões é o emprego do verbo adequado: fazer companhia será muitas vezes (ou sempre) "dar" companhia? A presença de um amigo que nos vem fazer companhia não será antes de tudo uma dádiva?
Para as ovelhas perdidas do evangelho a companhia e os ensinamentos de Jesus não foram como uma partilha, uma dádiva?
É bem como tal que eu me sinto acolhida no "barco" daqueles amigos que fazem a companhia que vêm dar-me...
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