Entre os feriados, exames e respectivas exigências de alteração de horários, adaptações de boa-vontade, ora para ajudar os alunos no seu último forcing antes das provas, ora para me ajudar a mim própria a aliviar o cansaço que estes abanões na rotina já me vão causando, a minha disponibilidade para vir encarar-me no blog, secou. E até para vir pôr em letra redonda o meu carinho pelo meu Santo António, no dia de festejá-lo, tive que ficar-me por lhe erguer um simulacro dos antigos tronos, o mais ingénuo e kitsch que consegui arranjar, procurando não ser confundida com o folclore de lantejoulas e cetins com que me parece quase o desvirtuam por aí... Foi assim que, de cansaço em alívio e de alívio em cansaço, passaram todos os dias até àquele em que,à hora de almoçar, nos vieram anunciar a morte de José Saramago. Claro que me chocou imenso. Sabia que ele estava debilitadíssimo. E a minha cabeça estava repleta do "como ele pensava" do "onde ele queria chegar " do seu conhecimento dos Mundos, da sua agressividade ainda defensiva... porque o Memorial do Convento estava há semanas mais presente na minha obrigação/devoção de o transmitir incólume aos alunos, do que quase o meu velhinho livro de orações... Quando tive mais espaço mental, fui rever o que duas das suas
"aparições" na TV, em momentos algo contundentes, me tinham levado a registar neste blog.
Curioso que esses posts, ambos revelam que esse grande Nobel, me inspirou piedade...
Acho que Deus sempre soube porquê.
Então agora retomo funções de férias. Estou de novo a tentar escrever. Consegui atender ao telefone uma amiga, sem lhe dizer que tenho pressa. E hoje, sósinha na minha cozinha, como nos tempos de muito antigamente, fiz compota de alperce, a minha preferida...
Do tumulto que nos chega de fora po causa do foot-ball mundial,já duas ou três vezes estive a
deixar-me envolver, sempre naquele intuito de observar como o Homem pode ser generoso e dar-se por causas, todo corpo e também alma...Ponto é que creia...
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