30 maio 2010

Uma certa SABEDORIA

Do meu fascínio pelo Antigo Testamento:
«Quando eu nasci, ainda os abismos não existiam, nem corriam as nascentes de águas abundantes. Antes de as montanhas terem sido fixadas, antes das colinas, fui eu concebida,e ainda o Senhor não tinha feito a Terra e os campos, nem as poeiras do início do mundo. Quando Ele firmou o Céu e limitou com um círculo a extensão do abismo, no momento em que fixou as nuvens no alto e traçou às fontes do abismo os seus limites, quando Ele pôs diques ao Mar para que as águas não passassem do seu termo e lançou os fundamentos da Terra, eu encontrava-me presente.EU estava a seu lado, como um arquitecto, cheia de júbilo,deleitando-me na Sua presença. Deleitava-me sobre a face da Terra e as minhas delícias eram viver com os filhos dos Homens.» Este extracto do Livro dos Provérbios que fez parte da liturgia de hoje, dia que a Igreja dedica à Santíssima Trindade, tem aquela espantosa carga de sugestões poéticas que eu também encontro no Livro do Génesis e que me transporta, hoje muito intencionalmente, ao mais próximo conhecimento deste nosso Deus do qual tentamos sempre compreender a natureza tripla mas que, também hoje, São João nos diz, no seu Evangelho nós«não podemos comportá-la,por agora», muito embora Jesus prometa que um dia nos serão ditas todas aquelas muitas coisas que Ele teria para nos revelar. E será então O Espírito Santo a fazê-lo. Há que aguardar. Mas o que guardo desde já e, ao longo da vida, o venho conseguindo cada vez com mais clareza para mim, é a incomensurabilidade da SABEDORIA DE DEUS e um imenso prazer e uma enorme paz que não sei explicar ao aproximar-me dELA...

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