Hoje saí da missa a pensar nos filhos de Zebedeu. Tiago e João entenderam fazer aquilo a que nós hoje chamamos meter uma cunha para conseguirem uma posição de privilégio quando Jesus estivesse enfim aureolado de glória.Este "ataque" directo aparece no entanto no Evangelho de São Mateus ainda mais empenhado, porque ,enquanto São Marcos põe os dois rapazes a fazerem o seu próprio pedido directo e com o peito aberto ,em São Mateus é a mãe deles que vem prostrar-se em frente de Jesus e com isto reforçar a pressão com que pretende interpelá-lo para conseguir a satisfação da sua ambição.Porque de ambição se trata, obviamente, esta ansiedade para conseguir privilégios em desfavor de outros, tanto de pais por filhos, como de cada indivíduo por si próprio. Como mais de mil vezes tenho dito, acho simplesmente admirável que a passagem de todas as vicissitudes de mais de dois mil anos não tenha modificado nada na idiossincrasia do ser humano. A cada passo. na leitura dos vários livros da Bíblia, nos estamos a encontrar ou com nós mesmos ou com os nossos vizinhos, amigos ou conhecidos.E com situações sociais, familiares ou políticas que vivemos ou a que assistimos. E no entanto, quanta luta, quanto esforço...e quanta presunção no nosso devir, desde que perdemos o Paraíso !
Que relação então devemos considerar entre o nosso actual e esse incomensurável déjà vu ?
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