Entro dentro do outono
pela floresta
que se enrola na bruma
e, túmida de vida,
vai macerando musgos e bolores
opaca, mansa
e quase adormecida...
Pelo chão,as velhas folhas desmaiadas...
E,ao passo dos meus passos silenciosos,
escuto estalidos breves
e crispados
de coisas que não esperam ser pisadas.
Bagas vermelhas, cachos. entre espinhos
flamejam, capciosos, defensivos,
a proteger as sebes e os espaços...
Mas são os cogumelos insidiosos
quem se esconde pelos cantos mais discretos !
Os tons do verde todos se matizam
sob a abóbada fulva, acobreada,
dos plátanos antigos
quase catedrais !
Adormece a floresta a aquietar-se
pra espessas, longas noites invernais...
Cumprem-se os ritos místico, secretos.
de donzela a guardar-se
para as festivas bodas estivais !...
4 comentários:
Que poema bonito! O Outono para mim é especial.
Posso deixar sorriso?
Obrigada pelo seu sorriso! Só espero merecer-lhe muitos mais...
Há palavras que nos "transportam" a um tempo preterito..lá onde a infância nos defraudou com coisa que ora não fazem sentido. Todavia "viver" a criança, que já fomos, é um sonho maravilhoso...!
bjs
Paulo
Muito bem, minha amiga, adorei.
Já parece um Outono em pleno Verão.
felicidades, até sempre.
Enviar um comentário