Esta sensação de estar no limiar de um qualquer acontecimento pelo qual se esperou, mesmo sem impaciência, mesmo sem curiosidade, nunca deixa de produzir uma certa turbulência na nossa alma...E O que é que estarão a sentir algumas centenas de professores novinhos "em folha" neste fim de semana que os separa do começo das actividades de um novo ano lectivo ?
Há , este ano, uma espécie de efervescência borbulhante em redor deste evento como nunca conheci, em tantos e tantos anos lectivos que iniciei ao longo da minha vida. Tantas vezes se ajustaram programas, tantas vezes se seccionaram de formas novas as fases da aprendizagem, tantas vezes se ensaiaram novas pedagogias, mas o núcleo duro dos professores mais experientes e a tímida turma dos que iam começar estiveram sempre lá,prontos a arregaçar as mangas e seguir...Não que não houvesse discordâncias com algumas inovações, mas mesmo com elas, fazíamos força para dar-lhes o nosso jeito...Queríamos ser capazes...
Tudo o que estou aqui a recordar, não é por nenhum daqueles "no meu tempo..." que são mais vezes ridículos do que úteis. É sim porque percebo que talvez agora ,tal como adivinho ou oiço,não vai poder haver tanta alegria como gostaria que houvesse nesta coisa lindíssima que é o encontro de gerações para uma espécie de passagem do facho...
Há projectos novos , mas há tanta perplexidade que tudo fica um bocado inquinado para apetecer... É difícil, está difícil... Materialmente,enleiam-se distâncias com pedagogias, casas com programas, livros com dinheiro, conceitos com práticas... Se ensinarmos agora aquilo que só se pode compreender mais tarde já é por si só uma desmotivação, o que não será juntar a isto, tudo o que não é "juntável" de que falei há pouco ?
Estamos pois no limiar de qualquer coisa que fervilha nas nossa cabeças, sem nos permitir aquela perspectiva que sonhávamos... Ao menos que não nos falte a esperança !...
2 comentários:
Parabéns pela empresa aque meteu ombros. E tambénm obrigada pela sinceridade com que fala do que escrevi. Passei pelo seu lugar, cheio de vida, própria e dos outros, como convém. Acrescentei-a às minhas moradas obrigatórias.
Até breve, espero. Eu voltarei.
armandina maia
Espero que volte! Sabe? É, de certa maneira, por causa de um lema da madre Teresa de Calcutá que eu me meto nas coisas:" o ontem é passado, o àmanhã é incerto; só nos resta o HOJE__Vamos começar...!
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