06 junho 2013

1 de junho - ALMOÇO em Santo Estevão

De tantas mudanças na minha vida, uma em que até já nem me lembro de pensar foi a dos passeios aos fins de semana, muitas vezes só ao domingo, para arejar pensamentos. esquecer os piores momentos da semana acabada, ou pura e simplesmente ver o  MAR...Eram pequenos passeios e o mais que podia apetecer-nos era parar num sítio onde pudéssemos tomar um café a olhar para uma vista repousante. Por vezes saíamos de casa já com um programa traçado e aí íamos talvez almoçar e um pouco mais longe, mas sempre com duas orientações dominantes :uma vista calma e uma não muito longa distância. Hoje conheço muita gente que troça deste género de "passeios de domingo". Passou de moda. As pessoas descansam de outras maneiras, às vezes cansando-se...
E a que vem isto ?
Pois a um almoço de sábado para que fui convidada e em que ,embora não fôsse para ver o mar, me senti transportada para emoções  parecidas a essas  tão antigas, calmas, amigas, repousantes .rodeada de atenções e cuidados postos em mim de maneira  a me fazerem sentir feliz, coisa que na minha idade vou perdendo o hábito de esperar...
Quem vai poder distinguir estes arvoredos, não sabendo nada de silvicultura ? Pois circulámos por uma bela estrada que segue do lado sul do Tejo por mais de trinta quilómetros sempre pelo meio de arvoredos de espécies variadas e de relvados( pastagens ?)  frescos, densos, tratados, deixando escapar-se,ao passarmos, os vultos de algumas construções, mas também de animais( cavalos, touros) Em suma : aqueles quilómetros todos. vivos e pujantes eram nem mais nem menos do que uma coisa enorme que sempre conheci pelo nome de Companhia das  Lezírias
Pois Santo Estevão com a amorosa casa que esperava por mim é encastoada em  arvoredos  desses, sonorizada por milhares de cânticos de tonalidades variadas, de milhares de aves que de todos aqueles espaços escolhem as suas preferências para nidificar  juntando-se a tudo o  perfume da multiplicidade de verdes, um cenário ideal para emoldurar pessoas que estavam felizes.
Não tinha eu então,no meio de tanta coisa boa, razão para voltar perto da noite para a minha casa, sentindo- me um mulher feliz  ?
Até porque a felicidade de quem fazia anos e dos que lhe prodigalizavam tamanha alegria, irradiava como o aroma  de  um fruto que colhemos e matou por esse dia a nossa sede de vida contente e em paz ! ! ! 
 

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