Está quase vencida a metade do tempo de meditação especialmente votada ao MISTÉRIO religioso do NATAL. Acendemos vela a vela por semana a semana.E a nossa arte ou capacidade semiológica soube encontrar vários sinais que mais não são senão o extravasar da nossa intrínseca e nunca satisfeita necessidade de encontrarmos quem nos ame, quem nos comprenda, quem nos "mime", quem dê às nossas vidas a substãncia que valerá a pena "salvar". Afinal procuramos sempre esse enigmático MENINO JESUS que acalentamos numa avassaladora onda de ternura e chega, em cada ano, sempre quando parece que mais precisamos do calor de um amor como não há... Lembro uma passagem de GEORGES BERNANOS:O INFERNO É JÁ NÃO SE PODER AMAR.Tenho esta constatação de memória e, embora ela me ocorra muitas vezes, em circunstâncias da vida para mim sempre surpreendentes por imprevisíveis,parece-me que ,agora, ela surge com toda a propriedade, como uma verruma a perfurar todos os meus gestos íntimos de boa vontade e alguma confiança ainda...
Sendo este o dia de celebrar a espantosamente misteriosa CONCEPÇÃO que haveria de nos oferecer a fonte de todas as esperanças, não podemos deixar de reconhecer que uma das sustentações maiores de todo este maravilhoso alvorecer da nossa fé e religião, é a HUMILDADE.
Estamos num mundo e num tempo em que « é demasiado fácil falar de pobreza espiritual e encher a boca de palavras piedosas, e depois não ter falta de nada, ter uma casa segura, despensa bem fornecida e várias contas no banco.»( do Irmão CARRETTO ,com. de Jesus) e perante a dor de assistir a um tal extremar de posições à nossa volta, mais denso se nos mostra este doce mistério do NATAL mais desejamos envolvermo-nos nele, como nestes silenciosos dias de nevoeiro que quase miraculosamente nos têm sido oferecidos...
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