Hoje, sexto domingo comum, o Cardeal Patriarca de Lisboa celebrou missa na capela de um hospital ( o de Sta Maria ), na única intenção de enfatizar o Dia do Doente, sendo que a sua homilia foi das mais bonitas e carinhosas que em iguais circunstãncias já me foi dado ouvir. O seu vocabulário foi simples e certeiro e todas as palavras pareciam vir repassadas de uma infinita ternura que era ao mesmo tempo estimulante e apelativa como convinha, tratando-se de chamar a atenção para tudo o que já se faz e o muito que ainda se pode fazer por aqueles a quem a saúde não permite serem iguais a todos os que vivem a seu lado.
Naturalmente, na sequência de uma celebração destas, o Sacramento que agora os doentes podem tomar sem aquela imagem fúnebre que durante tantos anos lhe foi atribuida,foi também concedido a alguns dos presentes que desejaram tomá-lo. E foi repetida a confirmação do que as paróquias podem ( e devem ?) fazer neste sentido de "adoçar"o amargo dos que sofrem, mesmo que seja apenas da doença da solidão.
Desta maneira, quão feliz eu me senti por ouvir como que "oficializado" o quinhão de carinho que a minha paróquia do Campo Grande me está já agora dando e do qual, confesso, nunca me senti convictamente merecedora. As senhoras visitadoras que me procuram sabem bem do embaraço com que recebo o seu "cuidar"... Tive agora mesmo, há três dias, a alegria de receber mais uma vez o Sacramento que hoje foi concedido nesta missa, em minha casa (que enfeitei de flores para o receber). E não sei explicar muito bem o que esta presença sob o meu tecto e todo este acto deixam ficar na minha vida depois...
Cito uma tradução de Lamartine que talvez seja o bom remate do que eu gostaria de dizer e não sei :
De onde me vem, meu Deus, esta paz que me inunda ? De onde me vem esta fé que transborda, em mim que muitas vezes ,indecisa e agitada, nas ondas da dúvida procurava... ...
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