E chegámos ao último domingo do Advento... Voaram estas quatro semanas !
E eu, tão empenhada em fazer uma longa e serena meditação, encontro-me hoje bastante insatisfeita com o que consegui. Quisera enterrar-me bem no fundo das minhas dúvidas, das minhas imperfeições, das minhas quebras de Fé, e sentir-me lavada, como nova, por tê-las exorcizado, com o meu firme desejo de parar, de não voltar a pisar os mesmos caminhos e de apenas poder,sem vergonha, ficar ali muito tempo parada a olhar bem nos olhos aquela figurinha deitada nas palhinhas, muito menos ingénua( já !) do que a sua própria MÃE cujo olhar eu até agora sempre evitei... Mas não foi bem assim, como eu queria. É demasiado ruidosa e envolvente a vaga que nos apanha, mesmo já numamaré baixa da vida como é esta minha agora. E o pior é que foi bom e eu gostei ! ! !
Foi bom organizar uma como festinha de família para uns quantos, para celebrar o quanto os amo tal como o Senhor meu Deus os fez e os colocou na minha vida, foi bom reconhecer progressos resultantes do meu trabalho com os mais jovens e também com uma Senhora Irmã da Ordem de São João de Deus( Hospitaleira), e com uma doutoranda polaca, ainda tão jovem ( e bonita ) e tão responsável na sua inteligência, foi bom ver expostos, in memoriam, os trabalhos plásticos realizados por ex-alunos numa época conturbada deste país ,entre revoltas e cravos, foi bom ter aquele inefável prazer de reconhecer a vozinha de afinadíssimo soprano de uma ex-aluna fazendo parte de um importante CORAL DE CÃMARA que do Conservatório partiu para a Música Antiga...Foi bom ver Lisboa acender luzes de festa e o povo na rua a Ver as Luzes... Precisávamos de tudo isto, nós todos,embora seja de evitar o crer que o montar-se um presépio e o entregarmo-nos às Festas possa sequer parecer-se apenas com uma recriação teatral. Na Idade Média faziam-se representações teatrais sobre vidas de santos, nos adros fronteiros ás igrejas, para que o povo se familiarizasse com esses exemplos edificantes, e se sentisse solicitado para as boas práticas... Se o que fazemos hoje conseguir melhorar-nos a todos, como povo, porque não ? As boas tentativas como a que trouxe para este Advento terão talvez que ser menos individualistas... Ou não, apesar de tudo...
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