Não, eu ainda não sou a viúva de Sarepta, nem tão pouco aquela outra viúva a quem Jesus distinguiu do meio da multidão de pagantes que Ele observava junto da Sala do Tesouro.O que me interpelou nas leituras do dia de hoje foi o facto de, tanto o profeta Elias, como São Marcos, terem escolhido viúvas para suas propostas de modelo a seguir, e viúvas como sinónimos de pobreza extrema, mas também de abnegação e conformação extremas... Mas também de extremo abandono, visto que, pelo facto de não terem o apoio do marido falecido se vê que o não teriam de mais ninguém... Não cabe aqui sequer falar de estado social, mas da solidariedade e consequente partilha que Jesus incentivava nos que O seguiam. Claro que estávamos ainda nos alvores de tudo isso em Sarepta com Elias, mas com Jesus, lá estava já então a resplandecer o valor do que se dá, parte de nós, comparado com o valor do que se dá porque não nos faz falta nenhuma...E é tão grande o fosso que separa uma coisa da outra que aí Jesus achou mesmo necessário chamar a atenção para os fingimentos daqueles que, com aparências importantes e luxuosas, consomem os bens das viúvas, por entre simulacros de longas rezas. Como já tenho dito mais vezes, Jesus sabe mesmo ser duro,quando lhe parece ser preciso.
Não posso deixar de imaginá-LO hoje, ali sentado à porta de uma tesouraria de Finanças, a dizer estas coisas e a olhar piedosamente por quantas viúvas cada dia mais vão ficando mesmo sem as tais duas moedas...
Teriam mesmo passado dois mil e dez anos...?
1 comentário:
Algumas verdades são duras, de facto. Mas é preciso haver quem no-las mostre e repetidamente. ;)
Jinhos.
P.S. Ainda não é, nem pense nisso. :D
Enviar um comentário