Em 1957 publiquei um pequeno livrinho de poesia e nele incluí,inspirada na entrada de um novo ano :
São sempre as mesmas doze badaladas
e é sempre a mesma a minha comoção !
Do Ano Novo espero as alvoradas
de manhãs que até hoje esperei em vão...
Enfeito a alma de flores encarnadas
e ateio fogueiras de São João
onde arremesso as decepções passadas
e onde aqueço de novo o coração...
E a vertigem da esperança recomeça
mais intensa,mais doce e tentadora,
a prometer-me tudo o que eu quiser...
E eu de novo bendigo essa promessa
que torna cada vez mais sedutora
esta vida que tenho p'ra viver !
O que verifico é que,passada tanta coisa que, naturalmente fui queimando na fogueira, ainda me apetece subscrever este soneto,sem lhe fazer nenhuma alteração.
3 comentários:
Que bonito! Que bom... manter-se inalterada a verosimilhanca do poema.
O melhor 2007!
Jinhos.
Eu também me identifiquei demais com este poema. Espero viver tanto quanto a senhora, e conforme se vê pelo poema, com tanta intensidade quanto.
Um abraço.
Maria
...uma alma enfeitada de flores encarnadas...é concerteza muito bonita e muito única...
um beijo
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