01 janeiro 2007

ANO NOVO

Em 1957 publiquei um pequeno livrinho de poesia e nele incluí,inspirada na entrada de um novo ano :


São sempre as mesmas doze badaladas
e é sempre a mesma a minha comoção !
Do Ano Novo espero as alvoradas
de manhãs que até hoje esperei em vão...

Enfeito a alma de flores encarnadas
e ateio fogueiras de São João
onde arremesso as decepções passadas
e onde aqueço de novo o coração...

E a vertigem da esperança recomeça
mais intensa,mais doce e tentadora,
a prometer-me tudo o que eu quiser...



E eu de novo bendigo essa promessa
que torna cada vez mais sedutora
esta vida que tenho p'ra viver !

O que verifico é que,passada tanta coisa que, naturalmente fui queimando na fogueira, ainda me apetece subscrever este soneto,sem lhe fazer nenhuma alteração.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito! Que bom... manter-se inalterada a verosimilhanca do poema.

O melhor 2007!

Jinhos.

Anónimo disse...

Eu também me identifiquei demais com este poema. Espero viver tanto quanto a senhora, e conforme se vê pelo poema, com tanta intensidade quanto.
Um abraço.
Maria

Anónimo disse...

...uma alma enfeitada de flores encarnadas...é concerteza muito bonita e muito única...
um beijo