Não julgues se não queres ser julgado, é provérbio, é ensinamento catequético, é medida de precaução social e,como tal, já faz parte de um código de comportamento pessoal que ninguém desconhece, mas, apesar disso, quase ninguém resiste á crítica julgadora e às vezes tão mázinha e cruel... Mas tambem é certo que muitas vezes o rodar da vida acaba por nos trazer evidências que desmontam de forma tão cabal os maus juizos que formulámos sobre alguém ou alguma coisa que chegamos a sentir-nos envergonhados de nós mesmos, mesmo sem encontrarmos maneira de nos perdoarmos... Não é exagero, não , E aconteceu comigo agora esse misto de vergonha e arrependimento que preciso de exorcizar...
Não conheço muita gente, homem ou mulher, jornalista e comentador-crítico da sociedade, de linguagem habitualmente cáustica e vocabulário contundente, grosseiro por vezes, que me tivesse parecido capaz de,numa revira-volta surpreendente, publicar no seu jornal uma CARTA a Deus, pungente de sofrimento íntimo,a transbordar de dor moral e ao mesmo tempo de uma candura dolorida, perfeito retrato daquela dor que dói de mansinho e quase mata...« Faz o que só um Deus pode fazer » É o grito com que acaba a sua conversa com esse Deus que ele por ali nos mostra que sempre conheceu e de cuja presença na sua vida nunca nos deixou suspeitar. Sei que será ouvido, Eu é que não sei se serei perdoada pela injusta forma como o "julguei"durante tanto tempo !
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