O MEDO, QUANDO NOS EMPECE, VEM DE LONGE, TRAZ UMA POEIRA DA VIA LÁCTEA,NA TÚNICA FLUTUANTE DE SOMBRAS... - Teixeira de Pascoais.
31 agosto 2011
29 agosto 2011
um jogo?
Não gosto de AGOSTO. Ainda bem que estamos a vermo-nos livres dele pelo menos por um ano.
Para mim não é um mês A gosto. Quando ele se aproxima, já há na minha alma umANTEgosto de coisas que me não são agradáveis. E se me falarem na 5ª feira proxima,verão abrir-se na minha face os risonhos sinais do Após AGOSTO que perdurarão Até Agosto do ano que vem. Com gosto receberei todas as maldades meteorológicas que os outros meses me impuserem, mas sempre foi e há-de ser a Contragosto que receberei este mês petulante e impositivo que, além de nos obrigar a deixar a nossa casa, a nossa cama e o bem-bom que nos conforta, nos dá De(s)gosto(s) de ordem estética ( oh! as gorduras e as magrezas!), de ordem gastronómica( os petiscos e as enterites!), e até intelectuais ( as presunções das leituras !)...Desde agostos,EM gosto eEntregostos vários, Paragostos muito meus reservados ePerantagostos que às vezes até tiveram do bom e do melhor, Semagosto dessorado ou mesmo azedo, Sobragostos me tentei tanta vez encontrar Sobagosto, Trásagostos, que outros fizeram para mim...!
...e dizia um meu aluno, há anos, que "isto das preposições" só se "aproveitavam" duas ou três !
Para mim não é um mês A gosto. Quando ele se aproxima, já há na minha alma umANTEgosto de coisas que me não são agradáveis. E se me falarem na 5ª feira proxima,verão abrir-se na minha face os risonhos sinais do Após AGOSTO que perdurarão Até Agosto do ano que vem. Com gosto receberei todas as maldades meteorológicas que os outros meses me impuserem, mas sempre foi e há-de ser a Contragosto que receberei este mês petulante e impositivo que, além de nos obrigar a deixar a nossa casa, a nossa cama e o bem-bom que nos conforta, nos dá De(s)gosto(s) de ordem estética ( oh! as gorduras e as magrezas!), de ordem gastronómica( os petiscos e as enterites!), e até intelectuais ( as presunções das leituras !)...Desde agostos,EM gosto eEntregostos vários, Paragostos muito meus reservados ePerantagostos que às vezes até tiveram do bom e do melhor, Semagosto dessorado ou mesmo azedo, Sobragostos me tentei tanta vez encontrar Sobagosto, Trásagostos, que outros fizeram para mim...!
...e dizia um meu aluno, há anos, que "isto das preposições" só se "aproveitavam" duas ou três !
24 agosto 2011
O diabo à solta ?
Aprendi com a gente do mar da praia da minha juventude que, sendo habitualmente este dia exageradamente ventoso, isto era porque em DIA de SÃO BARTOLOMEU anda o diabo á solta. E hoje é dia de São Bartolomeu. Porém, pelo menos em Lisboa, não há o mínimo vento. Apetece-nos pois pensar nesta relação diabo - SãoBartolomeu, e pôr "preto no branco" o que sabemos ou julgamos que sabemos sobre esta estranha associação.
Na História de França, esta relação é um dos seus capítulos negros, uma vez que foi neste dia a grande matança de São Bartolomeu ou matança dos huguenotes.Nada mais, nada menos do que o resultado de pequenas e incessantes desavenças de origem religiosa mas em que nunca deixaram de estar interligados os imensos casos de intriga política que tiveram na sua génese uma Catarina de Médicis, raínha fria e calculista, mãe de dez filhos, principes fracos na saúde e na governação, que se foram sucedendo criados no ódio de sua vigorosa MÃE aos protestantes ( era a plena REFORMA, com Calvino, iniciada por Lutero na Alemanha) . Com o conseguido consentimento do filho Carlos IX, foi dada ordem para um dos mais espantosos e cruéis massacres de toda a História na noite de São Bartolomeu, com vista a exterminar os protestantes franceses. A uma selvajaria destas só podia seguir-se uma série de guerras civis e tanta crueldade marcou fundo o coração do mundo de seiscentos. Daí nasceria a ideia do tal diabo à solta que chega ainda até nós ?
Refrescante é a verdadeira campanha que BentoXVI vem desenvolvendo ( lembro o en contro de Madrid, agora mesmo ) em prol da convivência, da generosa e alegre procura do que pode unir a humanidade e torná-la capaz e digna de olhar o outro se não com complacência, pelo menos com respeito e aceitação...
Na História de França, esta relação é um dos seus capítulos negros, uma vez que foi neste dia a grande matança de São Bartolomeu ou matança dos huguenotes.Nada mais, nada menos do que o resultado de pequenas e incessantes desavenças de origem religiosa mas em que nunca deixaram de estar interligados os imensos casos de intriga política que tiveram na sua génese uma Catarina de Médicis, raínha fria e calculista, mãe de dez filhos, principes fracos na saúde e na governação, que se foram sucedendo criados no ódio de sua vigorosa MÃE aos protestantes ( era a plena REFORMA, com Calvino, iniciada por Lutero na Alemanha) . Com o conseguido consentimento do filho Carlos IX, foi dada ordem para um dos mais espantosos e cruéis massacres de toda a História na noite de São Bartolomeu, com vista a exterminar os protestantes franceses. A uma selvajaria destas só podia seguir-se uma série de guerras civis e tanta crueldade marcou fundo o coração do mundo de seiscentos. Daí nasceria a ideia do tal diabo à solta que chega ainda até nós ?
Refrescante é a verdadeira campanha que BentoXVI vem desenvolvendo ( lembro o en contro de Madrid, agora mesmo ) em prol da convivência, da generosa e alegre procura do que pode unir a humanidade e torná-la capaz e digna de olhar o outro se não com complacência, pelo menos com respeito e aceitação...
20 agosto 2011
As mudanças e o verão
Parece que se nos foi embora o verão azul, brilhante e soalheiro com que todos sonham, porque, rodando o vento a sudeste, se atiraram sobre a nossa abóboda ,aos montões, rolos de vários tons e espessuras de cinzento e ,tropeçando uns nos outros ,fizeram uma barulheira infernal, antes de,aqui e além, se desmoronarem em chuva grossa, granizada mesmo em alguns lugares. Mas não! Sem marcar a posição hierárquica que lhe é devida, o verão não saía assim, só por umas mudanças de aragens a cheirar a desertos e a orientes... Ele resolveu que agora sim, agora é que era de afogar-nos no tal calor que é tão seu e este ano parecia não haver de vir ! E cá estamos nós, bichos da Terra tão pequenos, sujeitos aos caprichos dos deuses meteorológicos que andam completamente desatinados com as escandalosas sacudidelas a que estão sujeitos eles também pelas intromissões da ciência e das tecnologias todas novas. Mas não dizia já Camões lá da sua cátedra em grande parte empírica que todo o mundo é composto de mudança ?
Bem sei, bem sei que ele tinha aí na sua cabeça outra espécie de mudança. E nós, não temos também a esquentar-nos o verão e sabe-se lá quantas mais estações, motivos da ordem semelhante ou pior àqueles de que Camões dizia que se "perde a confiança"? O verão meteorológico dos portugueses foi realmente para a gente da sociedade comum composto de mudanças,de várias ordens de influências e alguns houve para os quais a mudamça de vida foi real. Lembro ás vezes o Sermão de Padre António Vieira em que ele constatava as mudanças acontecidas no modo de vida da sociedade portuguesa que se instalara no Brasil e naquele seu jeito adagiário de dizer lembrava quem quer mais do que lhe convém. perde o que quer e o que tem, e então eu pergunto a mim mesma se a ganância economicista que tem estado na base deste nosso verão( e não só) terá alguma vez um bom retorno, depois de ter causado tanto mal...
Bem sei, bem sei que ele tinha aí na sua cabeça outra espécie de mudança. E nós, não temos também a esquentar-nos o verão e sabe-se lá quantas mais estações, motivos da ordem semelhante ou pior àqueles de que Camões dizia que se "perde a confiança"? O verão meteorológico dos portugueses foi realmente para a gente da sociedade comum composto de mudanças,de várias ordens de influências e alguns houve para os quais a mudamça de vida foi real. Lembro ás vezes o Sermão de Padre António Vieira em que ele constatava as mudanças acontecidas no modo de vida da sociedade portuguesa que se instalara no Brasil e naquele seu jeito adagiário de dizer lembrava quem quer mais do que lhe convém. perde o que quer e o que tem, e então eu pergunto a mim mesma se a ganância economicista que tem estado na base deste nosso verão( e não só) terá alguma vez um bom retorno, depois de ter causado tanto mal...
14 agosto 2011
A Cananeia
Hoje, domingo, Evangelho de São Mateus : a mulher cananeia. Ela suplica, gritando a sua aflição e persegue o grupo que rodeia Jesus, sem parar de implorar.Mas Jesus não acha que deva valer-lhe, ouvi-la, sequer... Não é da sua gente, daquele povo que Ele tem por missão salvar. Foi precisa a intervenção dos discípulos para que Jesus acedesse a ouvi-la. E depois acontece aquele diálogo em que mais uma vez a dureza de Jesus nos é mostrada nos evangelhos. Aquela mulher é comparada a um cão ! ! ! Como é possível aceitarmos esta metáfora ?! Quero crer que o evangelista procura de uma forma violenta fazer-nos ver não só o «a tua fé te salvou», como quão grande pode ser o poder da oração. Temos variadíssimos episódios deste género ao longo de todos os evangelhos e como também aprendemos que o cristão não faz "opção de pessoas" e Jesus não a faria, ficamos hoje, uma vez mais, com a convicção de que vale a pena gritar como "o cego à beira da estrada", implorar como a "cananeia", mesmo que as conveniências circundantes nos mandem calar, porque será pela nossa fé que certamente seremos atendidos.
12 agosto 2011
Regresso
Tempo para partir e tempo para regressar...Parafraseando quem, dos tempos de que dispomos, reuniu pontos e contrapontos, qual metrónomo a marcar os compassos desta sinfonia das nossas vidas, o meu tempo de regressar foi este agora.E sempre regresso com prazer, com tal prazer ,que chego a perguntar-me se terá valido a pena partir...
Claro que sim, que ideia !!! Estou a adivinhar o coro dos meus amigos que sempre me acham exageradamente claustromaníaca. Pois ! Estive nada menos do que 18 dias rodeada de "multidões" de seres que desdobraram à minha frente a mais variada e desconcertante panorâmica humana que eu nunca tinha pensado vir a poder observar, em tão curtos espaços de tempo e de localização. Hospedada onde desde há muitos anos sou confortavelmente recebida em épocas de procura de descanso mais espiritual que físico , percebi agora, passado algum tempo de não frequência, que as potentes agências de viagem deste mundo global que habitamos devem ter descoberto aquele ideal centro de repouso , ou não fosse ele obra final apuradíssima de religiosas atentas e delicadíssimas, e então trazem para ali dezenas, centenas de gentes do mundo, desde o Japão ao Brasil, Colômbia e México, passando pelas Ilhas Maurícias, as da Reunião e Canárias e escoando-se pela Galiza, a deslisar em todo oPortugal nortenho, transmontano ou beirão. Como vêm e permanecem alguns dias, são na sua maioria jovens e alegres e acima de tudo se mostram felizes, facilmente se estabelecem contactos atrás de trocas de sorrisos, nas várias salas de encontros, e de cerimoniosas mesuras da parte dos japoneses que sempre as fazem às pessoas mais velhas, mesmo num rápido cruzamento de corredor. Foi pois um mundo repleto de informações aquilo em que se transformaram o que eu esperava serem as minhas calmas e piedosas férias, e isso fez-me regressar desejando agora poder parar para pôr tudo isto em ordem no meu arquivo de memórias .E que bom vir reencontrar a minha paz tendo agora como acessório o tranquilizante pousar do olhar no sono de total relaxamento do meu gato que, desde que regressei ,não me deixa sózinha nem por um momento!
Claro que sim, que ideia !!! Estou a adivinhar o coro dos meus amigos que sempre me acham exageradamente claustromaníaca. Pois ! Estive nada menos do que 18 dias rodeada de "multidões" de seres que desdobraram à minha frente a mais variada e desconcertante panorâmica humana que eu nunca tinha pensado vir a poder observar, em tão curtos espaços de tempo e de localização. Hospedada onde desde há muitos anos sou confortavelmente recebida em épocas de procura de descanso mais espiritual que físico , percebi agora, passado algum tempo de não frequência, que as potentes agências de viagem deste mundo global que habitamos devem ter descoberto aquele ideal centro de repouso , ou não fosse ele obra final apuradíssima de religiosas atentas e delicadíssimas, e então trazem para ali dezenas, centenas de gentes do mundo, desde o Japão ao Brasil, Colômbia e México, passando pelas Ilhas Maurícias, as da Reunião e Canárias e escoando-se pela Galiza, a deslisar em todo oPortugal nortenho, transmontano ou beirão. Como vêm e permanecem alguns dias, são na sua maioria jovens e alegres e acima de tudo se mostram felizes, facilmente se estabelecem contactos atrás de trocas de sorrisos, nas várias salas de encontros, e de cerimoniosas mesuras da parte dos japoneses que sempre as fazem às pessoas mais velhas, mesmo num rápido cruzamento de corredor. Foi pois um mundo repleto de informações aquilo em que se transformaram o que eu esperava serem as minhas calmas e piedosas férias, e isso fez-me regressar desejando agora poder parar para pôr tudo isto em ordem no meu arquivo de memórias .E que bom vir reencontrar a minha paz tendo agora como acessório o tranquilizante pousar do olhar no sono de total relaxamento do meu gato que, desde que regressei ,não me deixa sózinha nem por um momento!
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