No dia de ontem falou-se muito de JUSTIÇA. Foi aliás o tema dominante dos grandes e pequenos noticiários da Comunicação Social, mas também o de muitas conversas de café, de escritórios e até de donas de casa... Houve um sensacional julgamento de muitos arguidos em crimes repugnantes de ordem moral, social, cívica e até religiosa, ao fim de longos seis anos de arrastamento do caso por instâncias variadas. Foi lamentável, terrivelmente humilhante assistir no fim do dia ao esbracejar daquelas pessoas que, condenadas, se acharam injustiçadas e vieram dizê-lo a nós, entre soluços contidos, esgares de sofrimento, e palavras a espumarem ódios e raivas e ameaças, sugerindo ou dizendo abertamente que as condenações eram consequentes dos preconceitos de todos nós...
Espectadora de tudo isto, como a grande maioria dos portugueses ouvintes , ficou-me um gosto amargo na boca, tão amargo que só tinha vontade de falar com o milhão, os milhões de pessoas boas e bonitas que não conheço"de falar" mas que sei que existem ( não descarto a hipótese que estes gritam de serem realmente injustiçados) e lembrei-me de ir aos meus poetas... E li, do japonês ISSA KKOBAYASHI :
1 - NESTE MUNDO,
POR CIMA DO INFERNO
CONTEMPLO AS FLORES...
2 - CEREJEIRAS EM FLOR ,
E NO ENTANTO
SOFRIMENTO E CORRUPÇÂO...
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