20 agosto 2010

Livros e releituras

Seria já uma obrigação, se não fosse uma coisa tão prazeirosa ( a tentar escrever a palavra brasileira, será assim ? ), isto de nos fornecermos de leitura para férias. Às vezes aproveitamos o lazer para conhecer novos autores, outras vezes pomos "em dia" o que os autores conhecidos foram publicando e pode também acontecer termos vontade de reler algo que há muito ficou lá entalado na estante, a amarelecer, a descolorir-se na lombada e apenas a recordar-nos um prazer que tivéramos há muito... Nestas férias, porém, eu decidi- me por uma qualidade mais do livro que do autor, como critério de escolha. A propósito, quero recordar aquela história que se conta como anedota de novos-ricos pretendendo a ilustrados e que passou de verdade com alguns pormenores bem ridículos, por um marceneiro que fez alguns trabalhos para mim.Alguém precisa de ornamentar o novo escritório ou a nova biblioteca da novíssima casa vai à livraria comprar certinhos n metros de livros, exactamente quanto medem as prateleiras das estantes que acaba de adquirir; o meu marceneiro teve que fazer uns ajustes nas estantes novas daquele seu cliente. Pois bem : a minha escolha da leitura de férias não foi pelos metros, mas pelos gramas. Procurei dos livros que queria reler por motivos muito variados, os mais pequeninos e mais leves, que não sobrecarregassem a minha bagagem. Devo dizer que tenho uma pequena paixão por livros pequenos, pequeninos, mesmo.Seria despropositado contar aqui as edições pequenas de grandes livros que tenho adquirido, quando as encontro.
Curiosamente, não sendo assim por serem edições especiais, encontram-se maravilhosas edições pequenas de traduções francesas de poetas japoneses. Mas deixando mais ou menos clara a razão do meu critério de escolha das leituras de verão, reli : um pequeno PAPALAGUI, que adoro,um obcessivo Desprezo de MORAVIA, um divertido Marmequer de MIA COUTO, as apaixonantes Nourritures Terrestres deANDRÉ GIDE, um colectivo curioso de primeiros autores de e sobre a CIDADE DE BRAGA , e dois encantadores japoneses Primeira Neve de ISSA KOBAYASHI e uma Anthologie de la Poésie Japonaise Classique. Todos juntos, os meus escolhidos,não deveriam ter ultrapassado o peso de um quilo. Não os pesei, claro está. Mas( usando agora um banalíssimo lugar comum) o que deles ficou de ensinamentos, de constatações, de "material" que vai ajudar-me a reencarar o MUNDO, pesa pelo menos tanto quanto a minha imensa necessidade de o fazer talvez de uma nova maneira...

1 comentário:

ENTENDER DO RISCADO disse...

Boa tarde!
Escrevestes: Seria já uma obrigação, se não fosse uma coisa tão prazeirosa ( a tentar escrever a palavra brasileira, será assim ? )

Já que perguntastes... a forma é prazerosa.

Obrigada pelos teus 'posts'.