06 julho 2010

Matilde Rosa Araújo






Matilde: Hoje tem estado a passar tudo pela minha memória, sem dor, só com uma sensação de sem retorno, de vazio maior, sempre maior, na ressaca da notícia da tua partida, pela madrugada. Tudo. Os risos incontroláveis nas aulas onde o riso só cabia para nós, as lágrimas naquele canto do corredor, depois de uma nota imerecida, os teus à-partes sussurrados, os meus bilhetinhos trocistas só para te tirar"do sério"... E depois, os nossos penteados, as tuas golas de rendinhas brancas, o meu casacão de avesso aos quadrados... E os nossos desafios... Até nos zangámos, dois dias, por causa de um trabalho de latim... Lembrou-me a " REVISTA" que levámos à cena no Parque Mayer, no final do curso e cujos textos e poemas e letras a-brincar-com- tudo-nosso, para músicas em voga, foram na maior parte trabalho nosso, Matilde . E tu já só gostavas de escrever históriasinhas para ou de meninos... Foi tabém aquele ritual das FITAS... Tenho aqui a minha pasta, com tudo o que me escreveram já muito desaparecido. Mas o teu voto ainda o lemos bem :A tua simplicidade de menina-boa e a tua inteligência tão humana de Mulher,farão a tua felicidade longe das coisas pequenas mas construida com elas.Sou tua amiga para sempre MATILDE. Não me lembro como retribuí estas palavras na tua fita, mas se acaso não expliquei bem o quanto te estimava e apreciava o local em que me colocavas entre Menina e Mulher, acho que hoje, a esta hora já o saberás, lá onde se sabe realmente o que é «ser amiga para sempre». Até lá, amiga !

1 comentário:

Sabino disse...

Cara Sra. Maria de Lourdes é com grande emoção que espio suas sinceras linhas em homenagem a uma pessoa amiga muito querida. Parabéns pelo texto. Estou te seguindo no blog. Abraços.