Já nem sei se é a minha disposição demasiado amarga para o que é meu hábito, ou se é a disposição alheia e envolvente, o certo é que ainda não vi à minha volta, nesta primeira quinzena do novo ano, manifestação alguma do prazer de estar vivo, de ter promessas felizes à espera, de alegria, em suma... E vieram os meus jovens alunos, e falaram comigo,se não todos, quase todos os meus amigos e conhecidos, e encontrei antigos conhecimentos com variados percursos já feitos ou ainda a fazê-los, e de nenhum olhar, de nenhuns lábios, eu vi ou ouvi saltar aquela faísca que noutro tempo pegava fogo ao meu próprio entusiasmo...Foi minha a falta ?
Pessoas como eu, são agora chamadas a pensar que já estão vivendo tempo demais... As medidas governamentais vêm lembrar-nos de que não se esperava isto de nós, quando nos permitiram que nos reformássemos... Dizem que nessa altura a chamada esperança de vida era uma e agora é... ...demais ! Que fazer ? Mesmo que não se queira, isto é, no mínimo´desmotivador ! Só há mesmo que olhar à volta e procurar sementes de vida onde encontremos esteios para o que, apesar de tudo, ainda resta em nós de esperança...Diz o velho ditado que a esperança´é a última a morrer. Pois que seja ! Mas como eu preciso da alegria dos outros, meu Deus que me criáste para amar a Vida !...
1 comentário:
É verdade.
É difícil actualmente a esperança. Parece que no-la roubaram há muito, há tanto tempo que já esquecemos, parece que nos obrigaram a engolir uma certa lucidez - seca, cansada, velha... olhe uma lucidez que de lúcido tem muito pouco.
Reparou bem, mas aguarde, que este seu "de ter promessas felizes à espera" iluminou-me o coração de algo parecido à esperança. Enquanto há vida... ;) Na volta, ainda o roubo para título de um post.
Jinhos.
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