Alcochete
Aconteceu-me uma vez uma manhã, manhãzinha, quase outonal, mas ainda morna, a permitir sentir todos os cheiros, ouvir todos os sons de vários tons, debruçando-me longamente sobre a margem quase deserta de um Alcochete ainda meio adormecido.
Era um mundo... De pureza, de “ab initio”, de paz !
Ontem, pleno Agosto, sol de fundir metais, a mesma margem, mas abeira-se o meio-dia...O mesmo Tejo ? Não. Está inchado, pela maré... E pela gente ! O povo tem calor, muito calor...e rebenta nas roupas reduzidas, nas dilatadas curvas indecentes que a cerveja gelada ajudou a impar... Rebola-se na areia meia seca e entra pela
Água como se fosse sua, a espadanar...
Não há aves marinhas pelo ar, nem a água murmura como da outra vez...Nem Lisboa tem bruma...E há apenas barulho a vozear ..
Pensei em ORTEGA Y GASSET...
O Homem e a sua circunstância.
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